OBESIDADE


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ROSSETTI, Márcia Braz; BRITTO, Raquel Rodrigues; NORTON, Rocksane de Carvalho. Prevenção primária de doenças cardiovasculares na obesidade infanto-juvenil: efeito anti-inflamatório do exercício físico. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 15, n. 6, p. 472-475, nov./dez. 2009. Disponível em Scielo

A pandemia da obesidade juvenil e do sedentarismo está relacionada com o maior risco de doenças cardiovasculares no futuro. Ambas com fisiopatologia inflamatória, essas condições têm atraído significativa atenção científica. O início dos eventos que agridem o endotélio vascular pode ocorrer na infância, porém, sinais clínicos da aterosclerose geralmente só aparecem na fase adulta. O tecido adiposo é hoje reconhecido por seu papel ativo, induzindo a produção de citocinas pró e anti-inflamatórias, como o fator de necrose tumoral-alfa, as interleucinas 1, 6 e 10, a proteína C-reativa e outras. Há várias evidências de que os níveis sanguíneos dessas citocinas se encontram mais altos em indivíduos com excesso de peso, inclusive crianças e adolescentes. A prevenção precoce, desde a infância, apresenta-se como a melhor maneira de evitar os danos da obesidade na fase adulta, enquanto o potencial da prática regular de exercícios físicos tem se mostrado surpreendente. Sua ação anti-inflamatória se manifesta através de menores concentrações séricas de interleucina 6, de proteína C-reativa e leptina, além de aumentos na adiponectina. Observa-se escassez de estudos randomizados e controlados avaliando as relações entre obesidade, inflamação e exercícios para a população jovem. Com resultados às vezes controversos, a maioria das conclusões é procedente de estudos com adultos. O objetivo desta revisão é avaliar o papel anti-inflamatório, e assim cardioprotetor, da atividade física regular na obesidadeinfantojuvenil.