“Feitos para Brilhar!” 13/6: Dia Internacional de Conscientização sobre o Albinismo


Em 18 de dezembro de 2.014, a Assembléia Geral das Nações Unidas adotou uma resolução que estabelece 13 de junho como o Dia Internacional de Conscientização sobre o Albinismo.

“Feitos para brilhar” é o tema escolhido em 2.020 para celebrar as realizações e sucessos de pessoas com albinismo em todo o mundo. É, também, um apelo à solidariedade, pois, neste período sem precedentes, pessoas com albinismo continuam a sofrer todos os tipos de violações de direitos humanos.

Recentemente, em alguns países, eles foram tachados de “Corona” ou “COVID-19” na tentativa de tranformá-los em bode expiatório para a pandemia. Assassinatos, ataques, assédio moral, estigma desumanizador e discriminação continuam ocorrendo. No entanto, neste dia, somos lembrados de que, apesar dessas práticas horríveis, estas pessoas continuam a desafiar as probabilidades, a superar obstáculos e a enfrentar as injustiças com resiliência. Sábado, 13/6, é dia de se unir, em todo o mundo, na luta para que portadores do transtorno, possam viver uma vida livre de estigma, de discriminação, de medo e de violência. Um mundo onde eles são feitos para brilhar!

O albinismo é uma desordem genética na qual ocorre um defeito na produção da melanina, pigmento que dá cor a pele, cabelos e olhos. A alteração genética leva, também, a modificações da estrutura e do funcionamento ocular, desencadeando problemas visuais.

Sintomas:

Os sintomas variam de acordo com o tipo de mutação apresentada pelo paciente. A mutação determina a quantidade de melanina produzida, que pode ser totalmente ausente ou estar parcialmente presente. Assim, a tonalidade da pele pode variar do branco a tons um pouco mais amarronzados; os cabelos podem ser totalmente brancos, amarelados, avermelhados ou acastanhados e os olhos avermelhados (ausência completa de pigmento, deixando transparecer os vasos da retina), azuis ou acastanhados.

É importante destacar que os sinais do albinismo vão além da cor da pele e dos cabelos. Em geral, todos os portadores do transtorno apresentam comprometimento da visão provocado pela falta de melanina, fundamental para o desenvolvimento dos olhos, e a anatomia dos nervos óticos, que levam a imagem para ser decodificada no cérebro. Estrabismo, miopia, hipermetropia, fotofobia, astigmatismo e nistagmo (movimento descontrolado dos olhos em várias direções, que dificulta focalizar a imagem) são outras condições que prejudicam a visão no albinismo.

Devido à deficiência de melanina, que além de ser responsável pela coloração da pele, a protege contra a ação da radiação ultravioleta, pessoas com albinismo são altamente suscetíveis aos danos causados pelo sol, apresentando, frequentemente, envelhecimento precoce, danos provocados pela ação química do sol e câncer de pele, ainda muito jovens. Não é incomum encontrar albinos na faixa dos 20 a 30 anos com câncer de pele avançado, especialmente aqueles que moram em regiões quentes e que se expõem de forma prolongada e intensa à radiação solar.

Tratamento:

Não existe, atualmente, nenhum tratamento especifico e efetivo, pois o albinismo é decorrente de uma mutação geneticamente determinada. Pessoas com albinismo devem iniciar o acompanhamento por profissionais de saúde assim que o problema for detectado. A terapia visual prevenirá problemas nos olhos e na visão, proporcionando o desenvolvimento necessário para as atividades escolares, de trabalho e de lazer.

As principais complicações do albinismo são o câncer de pele e a cegueira. Para prevenir as complicações, pessoas com albinismo devem:

– evitar a exposição solar direta ou indireta;
– usar óculos escuros com proteção para os raios solares (prescrito por oftalmologista);
– usar acessórios como chapéus com abas, sombrinhas e roupas de tecido com trama bem fechada;
– usar protetor solar com fator de proteção de mínimo, 30, para raios UVA e UVB, 30 minutos antes de sair de casa e reaplicar a cada 2 horas, se necessário.

Recomendações:

O albinismo não é contagioso, não compromete o desenvolvimento físico e mental nem a inteligência de seus portadores. Infelizmente, há muitos mitos e preconceitos que têm impacto negativo sobre sua autoestima e sociabilidade. Por isso, é preciso que a criança albina, desde pequena, aprenda:

– a cuidar do próprio corpo, evitando a exposição ao sol e usando protetor solar o tempo todo;
– a lidar com os desafios que pode enfrentar nos relacionamentos;
– a desenvolver habilidades que a ajudem a superar a deficiência visual. Por exemplo, sentar-se nas carteiras da frente da sala de aula, longe de focos de luz muito fortes e usar lupas para aumentar o tamanho das letras são estratégias que revertem em benefício do aluno e em seu rendimento escolar.


Fontes:

Dr. Dráuzio Varella

Nações Unidas

SANTOS, N. L. P. et al. O cuidado à saúde de pessoas com albinismo: uma dimensão da produção da vida na diferença

Sociedade Brasileira de Dermatologia