05/10 – Dia Mundial da Meningite


 

Comemorado anualmente em 05 de outubro, o Dia Mundial da Meningite reúne pessoas de todo o globo para destacar a necessidade de aumentar a conscientização sobre a meningite, seus sinais e sintomas, as vacinas disponíveis e informar sobre a atenção e o esforço necessários para que seja derrotada.

Mundialmente, países comprometeram-se com o World Health Organization’s Global Road Map to Defeat Meningitis by 2030, uma iniciativa para melhorar a prevenção, o diagnóstico, o tratamento, a monitorização da doença, a defesa da saúde e o apoio aos cuidados posteriores, salvando até 200.000 vidas por ano, reduzindo de forma significativa as incapacidades causadas pela meningite. Por meio de uma ação global coletiva, isto pode se tornar realidade até 2030!

A Meningitis Research Foundation, organizadora da campanha, compartilha a visão de um mundo livre de meningite e trabalha nesse sentido financiando pesquisa científica vital, fornecendo informações que permitam prevenir, diagnosticar e tratar precocemente, bem como aumentar a sensibilização para a doença nas comunidades, o que justifica o tema desse ano: ‘Fazendo a diferença: arrecadação de fundos para o Dia Mundial da Meningite’.

 

A meningite é um importante problema de saúde pública global com até 5 milhões de casos por ano, incluindo epidemias de novas estirpes que se espalham entre países e por todo o mundo.

Mata 1 em cada 10 pessoas e causa incapacidade permanente em 1 de cada 5 pessoas que sobrevivem. Tragicamente, as crianças com menos de 5 anos são responsáveis ​​por metade de todas as mortes por meningite.

Com sintomas que podem ser facilmente confundidos com outras doenças, como COVID ou gripe, a meningite acontece a qualquer pessoa, em qualquer lugar, a qualquer hora. A partir do momento em que a infecção ocorre inicia-se uma corrida contra o tempo. Ela progride rapidamente, pode matar em poucas horas ou resultar em complicações para o resto da vida daqueles que sobrevivem. É uma emergência médica em todos os países e em todas as línguas.

No Brasil, a doença é considerada endêmica, com casos esperados ao longo de todo o ano e ocorrência de surtos e epidemias ocasionais. As meningites bacterianas são mais comuns no outono-inverno e as virais na primavera-verão.

Entre os anos de 2007 e 2020, foram notificados 393.941 casos suspeitos de meningite. Destes, foram confirmados 265.644, de várias etiologias, sendo a viral a mais frequente (121.955 casos), seguida pela bacteriana (87.993 casos).

Com dados de 2021, sujeitos a alterações, o país registrou 5.821 casos de meningite e 702 óbitos (média de 78 mortes por mês), com taxa de cobertura vacinal em torno de 52,08%.

Causas:

A meningite é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas. As meningites virais e bacterianas são as de maior importância para a saúde pública, considerando a magnitude de sua ocorrência e o potencial de produzir surtos.

Apesar de ser habitualmente causada por microrganismos, também pode ter origem em processos inflamatórios, como câncer (metástases para meninges), lúpus, reação a algumas drogas, traumatismo craniano e cirurgias cerebrais.

Transmissão:

Em geral, a transmissão é de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Também ocorre a transmissão fecal-oral, através da ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes.

Sintomas:

– Meningite bacteriana é geralmente mais grave e os sintomas incluem febre, dor de cabeça e rigidez de nuca. Muitas vezes há outros sintomas, como: mal-estar, náusea, vômito, aumento da sensibilidade à luz, confusão mental. Com o passar do tempo, alguns sintomas mais graves podem aparecer, como: convulsões, delírio, tremores e coma.

Em recém-nascidos e bebês, alguns dos sintomas descritos acima podem estar ausentes ou difíceis de serem percebidos. O bebê pode ficar irritado, vomitar, alimentar-se mal ou parecer letárgico ou irresponsivo a estímulos. Também podem apresentar a fontanela (moleira) protuberante ou reflexos anormais.

Na septicemia meningocócica (também conhecida como meningococcemia) – uma infecção na corrente sanguínea causada pela bactéria Neisseria meningitidis, além dos sintomas descritos acima, podem aparecer outros como: fadiga, mãos e pés frios, calafrios, dores severas ou dores nos músculos, articulações, peito ou abdômen, respiração rápida, diarreia e manchas vermelhas pelo corpo.

– Meningite viral tem sintomas iniciais semelhantes aos da bacteriana: febre, dor de cabeça, rigidez de nuca, náusea, vômito, falta de apetite, irritabilidade, sonolência ou dificuldade para acordar, letargia, aumento da sensibilidade à luz. Em recém-nascidos e bebês, os sinais são os mesmos descritos para a meningite bacteriana.

– Meningite causada por parasitas ou por fungos, tal como acontece nas meningites por outras infecções, os sintomas podem ser dores de cabeça, rigidez de nuca, náuseas, vômitos, sensibilidade à luz e/ou confusão mental.

Tratamento:

Devido à gravidade do quadro clínico, pacientes com casos suspeitos de meningite devem ser internados nos hospitais, por isso, ao suspeitar de um caso, é urgente procurar o pronto-socorro hospitalar para avaliação médica. De acordo com a causa da doença é instituído o tratamento adequado.

Prevenção:

A meningite é uma síndrome causada por diferentes agentes infecciosos. Para alguns destes, existem medidas de prevenção primária, tais como vacinas e quimioprofilaxia. As vacinas estão disponíveis para prevenção das principais causas de meningite bacteriana. As vacinas disponíveis no Calendário Nacional de Vacinação da Criança, são:

– Vacina meningocócica C (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C.

– Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite.

– Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B.

– Meningocócica C (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C.

– Meningocócica ACWY (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelos sorogrupos A, C, W e Y.

 

Fontes:

Dr. Dráuzio Varella
Meningitis Research Foundation
Ministério da Saúde
Sociedade de Pediatria de São Paulo
The Confederation of Meningitis Organisations (CoMO)
World Health Organization