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EYER-SILVA, Walter A. A circuncisão masculina
e a transmissão heterossexual do HIV. Revista
de Saúde Pública, São Paulo, v. 37, n.
5, p. 678-86, out. 2003. Disponível em: Scielo.
Desde os primeiros anos da epidemia
de Aids, grandes diferenças geográficas na prevalência
de infecção pelo HIV foram registradas entre países
vizinhos e regiões vizinhas dentro de um mesmo país
na África subsaariana. Tais diferenças não
podiam ser completamente explicadas por fatores como o comportamento
sexual e o uso de preservativos. Um acúmulo de dados epidemiológicos
vem mostrando que a circuncisão masculina desempenha um efeito
protetor contra a aquisição heterossexual do HIV pelo
homem na África subsaariana e provavelmente contribui para
as acentuadas diferenças de prevalência de HIV. Assim,
realizou-se uma atualização dos estudos conduzidos
em solo africano sobre a associação entre circuncisão
masculina e infecção pelo HIV, as origens da prática
da circuncisão entre as populações humanas,
os mecanismos pelos quais a presença do prepúcio aumentaria
a susceptibilidade de aquisição heterossexual do HIV
pelo homem, sua associação com outras doenças
infecciosas e também neoplásicas, o debate sobre a
conveniência da adoção de práticas de
circuncisão como estratégia de controle da epidemia
de HIV na África, a escassa literatura brasileira sobre circuncisão
masculina e as perspectivas de investigações futuras.