FINANCIAMENTO DA SAÚDE 026 DAIN, Sulamis. Os vários mundos do financiamento da Saúde
no Brasil: uma tentativa de integração. Ciência & Saúde
Coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, supl., p. 1851-1864, nov. 2007. Disponível
em: Scielo.
O artigo aborda o dilema subjacente ao financiamento da Saúde, entre a
visão de longo prazo proposta pela Seguridade Social em 1988, e a visão
de curto prazo, centrada nos sucessivos ajustes fiscais, que vem frustrando a
expansão de recursos da Saúde no Brasil. No contexto da regulamentação
da Emenda Constitucional 29, da renovação da CMPF e da DRU, e de
uma próxima reforma tributária, são tratados aspectos do
sistema tributário, das contribuições sociais, dos subsídios,
incentivos e renúncia de arrecadação. Considera também
aspectos político-institucionais das relações intergovernamentais
e das relações entre o setor público e o setor privado,
presentes ao financiamento da Saúde. O trabalho torna evidente a existência
de espaço para ampliar o patamar de financiamento do SUS, de modo a superar
os vazios sanitários, bem como as desigualdades de oferta de serviços
no território. Sugere também a revisão das relações
financeiras intergovernamentais e entre o setor público e o setor privado.
Finalmente, apresenta aspectos virtuosos do gasto público e dos instrumentos
de financiamento do setor para o desenvolvimento econômico e tecnológico
do Brasil.
INSTITUCIONALIDADE 027 PAIM, Jairnilson Silva; TEIXEIRA, Carmen
Fontes. Configuração institucional
e gestão do Sistema Único de Saúde: problemas
e desafios. Ciência & Saúde
Coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, supl.,
p. 1819-1829, nov. 2007. Disponível em: Scielo.
O trabalho analisa a problemática da "institucionalidade" do
SUS, destacando alguns nós críticos
a serem enfrentados para a retomada do projeto
da Reforma Sanitária Brasileira. A reflexão
diz respeito à configuração
institucional do SUS, abarcando também
aspectos relativos ao processo de condução
político-gerencial do sistema, parte
da cultura organizacional do Estado brasileiro,
patrimonialista, autoritário, burocrático
e colonizado por interesses privados. Descreve
um conjunto de problemas, como o "engessamento" da
gestão, por conta das limitações
legais estabelecidas em função
da política econômica, a exemplo
da Lei de Responsabilidade Fiscal, a inadequação
das "alternativas" subsidiárias
das reformas gerencialistas, que geram a fragmentação
do processo de gestão, e o marcado amadorismo
conseqüente à insuficiência
de quadros profissionalizados, reprodução
de práticas clientelistas e corporativas
na indicação de ocupantes dos
cargos de direção em todos os
níveis. São apresentados argumentos
favoráveis à introdução
e consolidação de inovações
institucionais, a exemplo das fundações
estatais de direito privado e discute-se estratégias
de fortalecimento da capacidade de governo das
instituições gestoras do SUS,
em particular a profissionalização
da gestão e a formação
profissional nesta área.
MODELOS DE GESTÃO 028 IBANEZ, Nelson; VECINA NETO, Gonzalo. Modelos de gestão
e o SUS. Ciência & Saúde Coletiva, Rio
de Janeiro, v. 12, supl., p. 1831-1840, nov. 2007. Disponível em: Scielo.
O recente documento do Ministério do
Planejamento sobre Fundações Públicas
(2005) e a crise da área hospitalar colocaram
novamente na agenda do SUS a questão
dos modelos de gestão pública.
O objetivo deste artigo é situar no contexto
das reformas de estado pensadas na década
de 90 para o Brasil, as propostas de mudança
dos modelos de gestão da administração
pública, com foco no processo de implementação
do SUS. Essa abordagem trata em primeiro lugar
da personalidade jurídica das organizações
de saúde na esfera estatal, conceituando
o público a partir de seus objetivos;
em segundo, discute o contexto as reformas de
estado e as mudanças propostas para a
administração pública.
Os autores entendem que critérios e parâmetros
para avaliação institucional devem
contemplar quatro aspectos: subordinação à política
de saúde; legalidade; eficiência
gerencial e capacidade de controle. A partir
do quadro de referencia geral elaborou-se uma
análise comparativa em relação à proposta
das fundações públicas
de direito privado. Na análise comparativa
das características desse tipo de entidade
proposta para gestão hospitalar, observam-se
semelhanças com a proposta de Organizações
Sociais. Fundação Estatal e Contrato
de Gestão podem ser vistos como modelos
que possibilitam modernizar o Estado, além
de re-introduzirem o tema da reforma hospitalar
na agenda governamental brasileira. POLÍTICA DE SAÚDE 029 CAMPOS, Gastão Wagner de Sousa. O SUS entre a tradição
dos Sistemas Nacionais e o modo liberal-privado para organizar o cuidado à saúde. Ciência & Saúde
Coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, supl., p. 1865-1874, nov. 2007. Disponível
em: Scielo.
Este ensaio analisa elementos da história
do SUS, buscando compreender os efeitos de duas
fortes tradições sobre o modo
para organizar o cuidado em saúde: a
liberal-privatista e a dos sistemas nacionais
e públicos de saúde. Procura caracterizar
também a atuação de alguns
atores sociais, com destaque para o movimento
sanitário.
SITUAÇÃO DE SAÚDE DOS BRASILEIROS 030 BARRETO, Mauricio Lima; CARMO, Eduardo Hage. Padrões
de adoecimento e de morte da população brasileira: os
renovados desafios para o Sistema Único de Saúde. Ciência & Saúde
Coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, supl., p. 1779-1790,
nov. 2007. Disponível
em: Scielo.
No século XX, o Brasil passou por intensas
transformações na sua estrutura populacional
e no padrão de morbi-mortalidade. Este estudo
tem o objetivo de apresentar uma reflexão
sobre os grandes problemas de saúde enfrentados
pela população brasileira neste momento
contemporâneo. Dentre as principais causas
de óbito e internações estão
as doenças crônico-degenerativas, os
acidentes e as diversas formas de violência.
Entretanto, as doenças infecciosas ainda
se apresentam como problemas importantes de morbidade.
A falta de solução para problemas
estruturais e básicos, a manutenção
de condições e modo de vida inadequados,
a insuficiência dos mecanismos que regulam
os danos ao meio ambiente ocasionam riscos à saúde
que se superpõem, em vez de se sucederem.
Essa superposição implica na manutenção
de uma alta carga de morbidade e mortalidade na
população que se mantém ao
longo dos anos. A redução desta carga
representa um desafio para a definição
de políticas de saúde. Portanto, é importante
enfatizar a necessidade de ações multissetoriais
para a prevenção e controle das doenças
e do sofrimento humano e para dar a cada indivíduo
a garantia de atingir a sua plenitude física
e mental. Estas ações devem integrar
não só o setor saúde, como
também políticas econômicas
e sociais.