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CARDOSO, Andrey Moreira; SANTOS, Ricardo Ventura; COIMBRA JR., Carlos
E. A. Mortalidade infantil segundo raça/cor
no Brasil: o que dizem os sistemas nacionais de informação?Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro,
v. 21, n. 5, p. 1602-1608, set./out. 2005. Disponível em:
Scielo.
O trabalho analisa a consistência dos Sistemas de Informações
Sobre Mortalidade (SIM) e Sobre Nascidos Vivos (SINASC) como fontes
de dados para a avaliação de desigualdades em raça/cor
em saúde no Brasil. Foram obtidas taxas de mortalidade infantil
(TMI) segundo raça/cor informada nas declarações
de óbitos e nascidos vivos (NV), para o país e grandes
regiões, no período 1999/2002. Estimou-se também
a TMI segundo raça/cor a partir da incorporação
dos óbitos e NV com raça/cor não informada
por dois critérios. Compararam-se as TMI obtidas no estudo
com as TMI estimadas por métodos indiretos. Foram também
calculadas razões das TMI entre categorias de raça/cor.
Observou-se redução substancial do número de
óbitos e NV com raça/cor não informada no período.
Em 2002, a mortalidade infantil das crianças pretas superou
em 30,0% e 80,0% a mortalidade infantil das brancas e em 40,0% e
80,0% a das pardas; o diferencial de mortalidade entre crianças
indígenas e brancas ou pardas variou de 40,0% a 90,0% a mais
para as primeiras. Espera-se que a melhoria dos registros do SIM
e do SINASC permita um aprofundamento da discussão sobre
desigualdades em saúde segundo raça, cor e etnia no
país.