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CHOR, Dóra; LIMA, Claudia Risso de Araújo. Aspectos
epidemiológicos das desigualdades raciais em saúde
no Brasil.Cadernos de Saúde Pública,
Rio de Janeiro, v. 21, n. 5, p. 1586-1594, set./out. 2005. Disponível
em: Scielo.
Evidências empíricas nas áreas de educação,
trabalho e justiça indicam que a discriminação
racial é fator estruturante das desvantagens econômicas
e sociais enfrentadas por minorias étnico-raciais no Brasil.
Apesar disso, as desigualdades étnico-raciais, no âmbito
da saúde, têm sido pouco investigadas. Apresentam-se
indicadores que demonstram que as categorias raciais predizem, de
forma importante, variações na mortalidade. A mortalidade
precoce predomina entre indígenas e pretos; os níveis
de mortalidade materna e por doenças cerebrovasculares são
mais elevados entre as mulheres pretas; e no capítulo das
agressões, os homens jovens pretos apresentam ampla desvantagem.
Entre as possíveis causas das desigualdades étnico-raciais
em saúde, destacam-se as diferenças sócio-econômicas
que se acumulam ao longo da vida de sucessivas gerações.
Sugere-se que a discriminação racial, com seus efeitos
próprios na saúde, encontra-se na origem de grande
parte dessas desigualdades. Instrumentos diretos e indiretos de
avaliação do impacto da discriminação
racial na saúde são discutidos. Propõe-se que
o estudo do impacto, na saúde, das inter-relações
entre classe social e raça é um campo promissor para
a investigação e intervenção nas desigualdades
de saúde.
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LIMA, Marcus Eugênio Oliveira; VALA, Jorge. As
novas formas de expressão do preconceito e do racismo.Estudos de Psicologia, Natal, v. 9, n. 3, p. 401-411, set/dez.
2004. Disponível em: Scielo.
Recentemente tem-se verificado uma condenação social
aberta às formas mais tradicionais e flagrantes de racismo.
Em conseqüência, em várias partes do mundo, alguns
estudos utilizando metodologias tradicionais de coleta de dados
têm demonstrado que os estereótipos negativos associados
aos negros têm diminuído. Todavia, novas e mais sofisticadas
formas de expressão do preconceito e do racismo têm
surgido, corporificando muitos comportamentos cotidianos de discriminação,
quer ao nível institucional, quer ao nível interpessoal.
Estas novas formas de expressão do preconceito e do racismo
produzem na psicologia social várias teorizações.
Temos as teorias do racismo moderno, do racismo simbólico,
do racismo aversivo, do racismo ambivalente, do preconceito sutil
e do racismo cordial, dentre outras. Neste trabalho procuramos analisar
cada uma das novas teorias sobre o preconceito e sobre o racismo,
e discorremos sobre o suporte empírico que fundamenta cada
uma dessas teorias.