DIFICULDADE DE SAÍDA DE CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA - UM DESAFIO PARA A ENFERMEIRA PERFUSIONISTA
Maria Aparecida Nogueira de Lima Marcondes Salgado
Maria Adelina de Fátima Rodrigues
Vanessa N. de Oliveira
Tatiana Gargano
Darteson da Silveira Gutierrez
Ana Carolina Gurgel Câmara
Entende-se circulação extracorpórea (CEC) como sendo a substituição das funções do coração e pulmões por um conjunto de máquinas e equipamentos durante a realização de cirurgia cardíaca. Para este procedimento podemos utilizar máquinas de roletes e/ou centrífuga. Rotineiramente, são usadas as bombas de roletes, ficando as centrífugas para suporte circulatório. Frente ao alto custo deste material, normalmente se restringe a situações em que a continuidade da vida do paciente se torna completamente dependente da bomba de circulação extracorpórea. O objetivo deste estudo é demonstrar a solução encontrada pela equipe de perfusão para manter a vida de um paciente submetido a cirurgia cardíaca, enaltecendo o papel do enfermeiro perfusionista e sua experiência profissional como fator determinante na solução de problemas. Metodologia: trata-se de um relato de experiência com análise qualitativa dos fatos. O cenário do estudo é o centro cirúrgico do Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras � INCL, um hospital da rede pública especializado em cardiologia localizado no Estado do Rio de Janeiro. A CEC é realizada por um grupo de enfermeiros especialistas no método. Caso: O paciente estudado é do sexo masculino, com 44 anos, com grave disfunção de VE e foi submetido a uma cirurgia de aneurismectomia de VE com revascularização do miocárdio. As correções foram realizadas em 40 minutos; apesar deste curto período para realização das pontes e da correção do aneurisma, o paciente permaneceu dependente da CEC por mais 2 horas e 25 minutos, com inúmeras tentativas de saída de CEC sem sucesso, devido ao agravamento agudo da disfunção de VE. Foi indicada a utilização de bomba centrífuga para viabilizar a manutenção da vida do paciente, porém não havia tal equipamento disponível no momento. A solução encontrada foi improvisar utilizando uma das bombas de CEC como forma de suporte circulatório. Concluímos com esta experiência que nunca devemos desistir, e que, acima de tudo é preciso tentar. Acreditamos na capacidade da equipe de enfermeiros perfusionistas em buscar soluções para os desafios cotidianos do nosso trabalho. Nosso paciente hoje leva uma vida normal.
Correspondência para: Maria Aparecida Nogueira de Lima Marcondes Salgado, e-mail: mamsalgado@terra.com.br
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