Goiânia, 07 de novembro de 2005.

AUTONOMIA DE USUÁRIOS DE UM CAPS NO TOCANTINS

Domingos de Oliveira

Andréia Núbia Vieira Bucar Veiga

INTRODUÇÃO: Faz parte da assistência aos portadores de sofrimento psíquico o treinamento nas Atividades de Vida Diária � AVD's em áreas nas quais os usuários apresentam maior dificuldade. Assim, a avaliação do grau de autonomia exerce um papel fundamental, determinando o nível de proteção que a moradia deverá oferecer e também que tipo de programa de reabilitação psicossocial é o mais adequado. OBJETIVOS: Este estudo teve como objetivo avaliar o grau de autonomia de usuários do sistema intensivo do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS I) do município de Paraíso, no Tocantins, e traçar um perfil sócio-demográfico dos mesmos. METODOLOGIA: A amostra foi constituída de 15 usuários acompanhados no sistema intensivo, no CAPS I de Paraíso, cujos familiares concordaram em ser entrevistados e assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi aplicado um questionário sócio-demográfico, e o instrumento utilizado para a avaliação da autonomia dos usuários foi o Independent Living Skills Survey (ILSS � BR), na versão da escala destinada a um informante, durante visita domiciliar. RESULTADOS: 53,3% dos usuários era do sexo feminino. A idade variou de 20 a 72 anos. O grau de instrução encontrado foi baixo: 40% era apenas alfabetizado, e quase metade da amostra não completou o Ensino Fundamental. 86% da amostra reside junto com os familiares. 73,3% encontravam-se desempregados. A maioria (66,7%) é de solteiros. As habilidades de vida independente foram analisadas em nove áreas do funcionamento: alimentação, cuidados pessoais, atividades domésticas, preparo e armazenamento de alimentos, saúde, administração do dinheiro, transporte, lazer e emprego. O escore médio obtido pelos usuários estudados foi de 2,22, considerado um grau de autonomia regular (a escala vai de zero a 4). As áreas nas quais os usuários obtiveram maior autonomia foram alimentação, cuidados pessoais, preparo e armazenamento de alimentos e saúde, com escore médio acima de 2,5; as áreas onde foi encontrada independência mediana foram atividades domésticas, transporte e lazer, com escore médio em torno de 2,0; as áreas onde foi obtido menor escore médio, ou seja, onde há a menor autonomia dos usuários estudados foram administração do dinheiro e emprego, com escores abaixo de 2,0, no qual emprego conseguiu o menor grau de autonomia (0,48). CONCLUSÃO: Há necessidade de maior inserção da família nas atividades do CAPS e formação de parcerias para profissionalização dos usuários.

Correspondência para: Domingos de Oliveira, e-mail: domingos@ulbra-to.br