Goiânia, 07 de novembro de 2005.

O APRENDIZADO DA COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL

Carla Natalina da Silva Fernandes

Selma Rodrigues Alves Montefusco

Denize Bouttelet Munari

O ser humano apresenta tendência a agrupar-se com o intuito de preservar sua identidade, sobreviver como espécie e para instrumentalizar seu domínio e poder sobre seus iguais. A organização e institucionalização dos agrupamentos primitivos humanos passaram a ser gradativamente agentes modeladores dos desejos, pensamentos e condutas de seus membros. Ainda que a vida grupal e as relações interpessoais se tenham feito presente desde os primórdios do processo civilizatório só no final do século XX, os fenômenos grupais passaram a ter maior atenção. Diante desta perspectiva o presente estudo objetivou relatar a experiência de uma vivencia grupal dentro do Modelo de Educação de Laboratório (Moscovici, 2001), focando os processos de comunicação interpessoal. A vivência ocorreu durante a disciplina �Dinâmica das Relações Humanas� oferecida pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás, contando com a participação de quatorze membros e um coordenador, que se reuniram em encontros semanais durante quatro horas por um período de quatro meses. A orientação deste modelo de educação possibilitou ao grupo ter autonomia para autogerir o processo educativo tendo em vista, que permitiu a construção de relações saudáveis e a identificação de fatores impulsores para o autoconhecimento e o aprendizado das relações interpessoais, contribuindo para a formação de coordenadores de grupo. Um dos aspectos considerados essenciais para este aprendizado é o exercício da comunicação efetiva, pois as pessoas envolvidas que a experimentam devem sair transformados e enriquecidos com a troca de pontos de vista, dentro de um processo de escutar para conversar, buscando o entendimento, a origem e o destino da era da grupalidade. Este Modelo de Educação preconiza a seqüência das seguintes etapas: vivência de determinada situação através de uma atividade; o processo de análise; conceituação e conexão com a realidade podendo provocar mudanças nas próximas vivências. Foi contemplado o aprender a viver juntos remetendo a profundas transformações individuais, inclusive o aprendizado da importância da comunicação sem bloqueios, com vistas a aprimorar a nossa prática como enfermeiros capazes de oferecer maior qualidade no cuidado as pessoas. Esperamos que este relato possa contribuir para mudanças nos âmbitos atitudinal, comportamental, sentimental e de conhecimentos dos indivíduos na educação em enfermagem e em saúde.

Correspondência para: Carla Natalina da Silva Fernandes, e-mail: carlanatalina@pop.com.br