ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA: CUIDADOS PALIATIVOS
Paula Martins Vilaça
Sempre que falamos em câncer associamos a palavra ao sofrimento e a certeza de morte eminente. Por se tratar de uma doença tão �assustadora�, �avassaladora� e de difícil aceitação, me despertou uma tamanha curiosidade em estudar as causas do câncer, os grupos de risco, as formas de tratamento curativo ou não e como os profissionais de saúde lidam com esses doentes. Onde desenvolvi um trabalho voluntário em um hospital de grande porte do município de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, no qual prestava assistência a portadores adultos de neoplasias malignas e neste momento presenciava a dor, sofrimento e reação destes em relação aos cuidados recebidos pela equipe multidisciplinar e o pouco contato com seus familiares, já que o tempo de visita era insuficiente para suprir as necessidades do cliente, assim era notória a modificação do quadro clínico dos mesmos. O que me norteou e atribuir estas situações para a pediatria, ou seja, se com adultos o trabalho exige cuidados rigorosos e imensa dedicação, imagine com crianças. No entanto para implementar toda essa prática a pediatria oncológica, apoio-me em WONG (1999), quando afirma que o objetivo fundamental da enfermagem em saúde infantil é promover o bem-estar da criança e da família proporcionando-lhe um desenvolvimento harmonioso, ao longo do ciclo da vida e inserir na sua prática diária o atendimento holístico e humanizado, assim como oferecer apoio aos familiares das crianças portadoras de câncer. O estudo tem como objetivo demonstrar a importância da equipe de enfermagem no tratamento oncológico no que diz respeito a cuidados paliativos, tanto à família quanto à criança. Por sua vez é de suma importância adotarmos a terapia paliativa e implementar esses cuidados para beneficiar as crianças, principalmente quando fica claro que a assistência curativa já não é tão satisfatória. Além de ser angustiante e difícil estar em um ambiente hospitalar, longe da famíla, amigos, escolas e atividades que buscam o bem estar dos mesmos, no sentido de lazer e recreação. E dependendo do estágio, progressão da doença, assim como o quadro clínico do paciente, a terapia curativa não é tão suficiente e eficaz. Sem dúvida a terapia paliativa é muito mais ampla e profunda do que a mera �sintomatologia�, o que implica um enfoque holístico, ou seja, considera não só o aspecto físico, mas também as preocupações psicológicas, sociais e espirituais. A pesquisa qualitativa foi o método de escolha para este estudo por se adequar ao perfil do objeto proposto, já que é um método que permite explorar alguns problemas sobre o cuidar em enfermagem levando o enfermeiro a refletir sobre os cuidados paliativos contribuindo para o desenvolvimento da enfermagem como, buscando referências teóricas de vários autores que compartilham da mesma ideologia para ampliar os conhecimentos e fornecer uma base teórica capaz de permitir a realização deste estudo. A OMS (Organização Mundial de Saúde, 1990) explicita que as terapias paliativas não apressam nem adiam a morte, integram os aspectos psicossocial e espiritual nos cuidados do paciente, oferecendo apoio para que o mesmo viva ativamente até morrer e ainda disponibilizam todo um sistema de apoio para ajudar a família com a situação durante a doença do paciente no processo do luto. O cuidado paliativo ao longo dos anos vem desenvolvendo formas criativas de tentar e enfrentar os problemas mais complexos. Muitos investimentos já foram realizados em termos de estudos sobre os trabalhos e as habilidades, a fim de aprimorar a assistência às famílias, pacientes e cuidadores ao lidar com questões existenciais, espirituais, emocionais, do viver e morrer, perda, luto, ansiedade, depressão e estresse. Tudo isso pode ser aprendido e é nosso dever como cuidadores de prover o melhor em termo de alívio dos sintomas dos pacientes. �O que a enfermagem tem a fazer é colocar o paciente na melhor condição para que a natureza aja sobre ele�. (NIGHTINGALE, p. 74; 1859/1992).
Correspondência para: Paula Martins Vilaça, e-mail: paulamvilaca@hotmail.com
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