Goiânia, 07 de novembro de 2005.

A UTILIZAÇÃO DE MACONHA E COCAÍNA PELOS ACADÊMICOS DA FENF/UERJ

Dejanira de Jesus

Alessandra Zanei Borsatto

Patrícia Rodrigues da Rocha

Gertrudes Teixeira Lopes

O consumo de drogas é um problema de interesse jurídico, social e de saúde pública. Assim, convêm observá-lo no setor acadêmico, onde está concentrado um enorme percentual de jovens, um dos principais alvos do narcotráfico. Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva quantitativa que tem como objeto o uso de maconha e cocaína pelos graduandos da Faculdade de Enfermagem da UERJ (FENF/UERJ). Objetivos: levantar o número de graduandos que já utilizaram maconha e/ou cocaína; levantar o número de graduandos que mantiveram o uso periódico de maconha e/ou cocaína após a primeira utilização; verificar os motivos que os levaram ao uso de maconha e/ou cocaína. A população foi composta por, aproximadamente, 314 graduandos de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A amostra foi de 188 alunos, do primeiro ao nono período, correspondendo a 60% da população. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário com 51 questões, sendo uma aberta. Os graduandos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido atendendo à Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. O Projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário Pedro Ernesto. Os resultados evidenciaram que os estudantes possuem informações sobre maconha e cocaína obtidas, principalmente, pelos meios de comunicação, conhecendo razoavelmente os seus princípios ativos. Nenhum aluno relatou a experimentação ou uso de cocaína. O quantitativo de alunos que realizaram a experimentação de maconha é baixo (6%), apesar de 86% conhecerem pessoas que fazem uso da droga e 41% já estiveram próximos a ela e/ou a manusearam. Essa experimentação foi realizada, na grande maioria das vezes, por doses cedidas por amigos. A droga foi utilizada entre 1 a 5 vezes prevalecendo na forma de cigarro, sem haver aumento de dose e tendo como motivo a curiosidade e o desejo de experimentar. O uso ocasional confirmado por 83% dos que realizaram a experimentação ocorreu há mais de um e menos de 3 anos. O grupo social ao qual pertencem esses alunos sabe da utilização esporádica da droga, mas não se importa com o fato, enquanto, a maioria das famílias (75%) desconhecem o envolvimento. Conclusão, nenhum estudante experimentou ou faz uso de cocaína. A maioria nunca utilizou maconha, dentre aqueles que fizeram ou fazem uso da droga, não há interferência nas suas atividades acadêmicas ou sociais.

Correspondência para: Patrícia Rodrigues da Rocha, e-mail: rocha0@terra.com.br