Goiânia, 07 de novembro de 2005.

PREVALÊNCIA PARA INFECÇÃO PELO VHA EM COMUNIDADES KALUNGA, GOIÁS

Laura Branquinho do Nascimento

Aline Garcia Kozlowski

Marcos André de Matos

Nádia Rúbia da Silva Reis

Viviane Rodrigues Tavares

Nara Rúbia de Freitas

Sheila Araújo Teles

Regina Maria Bringel Martins

INTRODUÇÃO: As hepatites virais constituem um problema de saúde pública mundial. A hepatite A é endêmica em áreas onde as condições sanitárias e de higiene são deficientes, favorecendo, assim, a disseminação fecal-oral do vírus. OBJETIVO: O presente estudo teve como objetivo determinar a prevalência da infecção pelo vírus da hepatite A (VHA) em afro-descendentes de comunidades rural e urbana em Goiás. METODOLOGIA: Pesquisa analítica realizada em afro-descendentes, os Kalungas, de comunidades isoladas de Goiás: Vila e Vão do Muleque, sendo urbana e rural, respectivamente. Os indivíduos que consetiram em participar da investigação foram submetidos à entrevista sobre características sócio-demográficas e fatores relacionados à infecção pelo VHA, e, em seguida, à coleta de uma amostra de sangue (soro). Todas as amostras foram testadas para a detecção do marcador anti-HAV total através do ensaio imunoenzimático (ELISA). Os dados das entrevistas e os resultados dos testes sorológicos foram analizados no programa "Epi Info 6" versão 6. 04. RESULTADOS: A soroprevalência para infecção pelo VHA verificada na comunidade urbana foi de 80,7%, e na rural de 82,9%. Observou-se um padrão ascendente de positividade ao vírus da hepatite A de acordo com a idade. As comunidades urbana e rural não possuíam condições adequadas de moradia como uso de fossas, cisternas, ausência de filtros para tratamento da água e grau de instrução baixo da população. CONCLUSÕES: As taxas de soropositividade observadas foram elevadas, semelhantes a outras encontradas no Brasil em grupos de nível sócio-econômico baixo. O padrão ascendente de positividade ao vírus da hepatite A de acordo com a idade, sendo que após os 60 anos toda a população já foi exposta, foi concordante com o padrão proposto para países em desenvolvimento como o Brasil. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A implantação de medidas, como instalação da rede de esgoto, tratamento da água, melhoria das condições de moradia e educação em saúde com a população devem ser realizadas para o controle da circulação do vírus da hepatite A. A vacinação é um fator relevante para o controle da infecção pelo VHA em comunidades com baixo nível sócio-econômico, devendo ser disponibilizada na rede pública de saúde.

Correspondência para: Laura Branquinho do Nascimento, e-mail: laurabranquinho@yahoo.com.br