Goiânia, 07 de novembro de 2005.

ADOLESCENTES COM FILHOS EM UTI NEONATAL: VIVÊNCIAS E DESAFIOS

Cenira de Vasconcellos Machado

Romilda Cechim Rodrigues

Etiele Cielo

Regina Gema Santini Costenaro

Silvino Luiz Cogo

O nascimento de um bebê pode ser considerado um acontecimento emocional, fisiológico marcante e exaustivo para a mãe e o recém-nascido. Este processo é ainda mais complexo quando nele estão inseridas mães adolescentes. Desta forma, este estudo objetivou: investigar as principais dificuldades vivenciadas pelas mães adolescentes com filhos internados em Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTI Neonatal); conhecer o perfil destas adolescentes, saber sobre a organização social em que vivem; promover momentos de orientação a estas mães adolescentes; saber como elas estão enfrentando os desafios neste período de suas vidas; subsidiar discussões na formação dos profissionais de saúde, a respeito da gravidez precoce, bem como a problemática vivenciada pelas mães adolescentes. O presente trabalho trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativa descritiva exploratória inserida na linha de pesquisa �Cuidando e Confortando em Enfermagem�. Para atender aos referidos objetivos do trabalho foi utilizado um questionário com questões que abordam esta temática, sendo este, aplicado a 10 adolescentes, entre 14 e 19 anos de idade, que estavam com seus filhos internados na UTI-Neonatal. Os dados demonstraram que a maioria das adolescentes são primíparas; não realizaram consulta de pré-natal por falta de interesse ou por achar desnecessário; não faziam uso de métodos contraceptivos por não gostar de usá-los; não costumavam falar sobre sexualidade no ambiente familiar; enfrentaram como principais dificuldades vivenciadas sentimentos como: o medo, a distância, a ansiedade e a falta de informações a respeito dos seus filhos; conversavam sobre suas angústias e preocupações com suas mães; achavam que deveria existir mais reuniões e palestras sobre sexualidade e compreensão da adolescência, realizadas pelos profissionais da saúde, aos pais e adolescentes, para que estes reflitam mais sobre suas condutas comportamentais contribuindo também para reduzir os índices de gravidez na adolescência. Conclui-se que a gravidez na adolescência é um problema social cada vez mais crescente e, para controlar esses índices a Equipe de Enfermagem pode atuar ampliando sua assistência aos adolescentes, utilizando técnicas práticas e dinâmicas para debater o assunto da sexualidade, ampliando estas informações aos pais e à comunidade em geral. Observou-se ainda, a importância da atuação da Enfermagem no cuidado e conforto às adolescentes com filhos na UTI Neonatal.

Correspondência para: Cenira de Vasconcellos Machado, e-mail: ceniramachado@gmail.com