Goiânia, 07 de novembro de 2005.

A CONTRIBUIÇÃO DA ENFERMAGEM NO PROJETO RIACHO DOCE (BELÉM-PA)

Keisse Jacqueline da Silva Teixeira

Christian Pinheiro da Costa

Olivia Misae Kato

O Projeto Riacho Doce (PRD) é uma proposta acadêmico-social de ação complementar à escola, desenvolvida pela UFPA como atividade de extensão, promovendo uma forma de integração da instituição com a comunidade adjacente. O objetivo é promover a formação integral de crianças e adolescentes da comunidade Riacho Doce, visando o aprimoramento de competências pessoais, sociais, produtivas e cognitivas para melhorar a qualidade de vida. Essa comunidade ocupou áreas próximas da UFPA a partir de 1993. Não possuía infraestrutura de serviços públicos e precária assistência à saúde. Para agravar a situação, um incêndio destruiu mais de cem casas, em 2002. A violência e os assaltos são problemas constantes enfrentados por seus membros e as crianças e adolescentes são as principais vítimas. A Enfermagem integra o Projeto Riacho Doce com o objetivo de promover a assistência à saúde por meio de ações preventivas, curativas e educativas, ensinando conhecimentos e habilidades que contribuam para a melhoria da qualidade de saúde. Em 2004, participaram 482 crianças, de ambos os sexos e, variando entre 7 e 14 anos de idade. A atuação da Enfermagem no PRD consistiu na prestação de assistência de enfermagem e na participação do processo educativo. Quanto à função educativa, realizou-se orientações de saúde e foram implementadas oficinas, ministrando palestras relacionadas com a saúde, pautadas nos pressupostos da Enfermagem. A assistência de Enfermagem envolveu exame físico, diagnóstico de enfermagem, tratamento de doenças com administração de medicamentos e no atendimento de urgência e emergência, entre outros procedimentos. Foram atendidas um total de 482 crianças no período de 11 meses. Nesse período foram realizados 202 curativos, 390 administrações de medicamentos e 385 exames físicos, além de 179 outros procedimentos como compressas, verificação de temperatura e pressão arterial. No exame clínico foram diagnosticadas três enfermidades mais freqüentes: pediculose, pitiríase e condiloma. Em média, foram realizadas 15 oficinas por mês, observando-se grande participação e mudanças comportamentais, especialmente após as de Qualidade de Vida, Higiene, Prevenção de Acidente e Pacto de Convivência. Nas oficinas, as crianças discutiam o assunto e, ainda, o relacionavam com seu dia-a-dia. É importante ressaltar que a adesão das crianças ao tratamento ocorria em função da oportunidade de brincar na piscina. Verificou-se ainda, o seguimento das orientações à saúde pelas crianças.

Correspondência para: Keisse Jacqueline da Silva Teixeira, e-mail: keissesilva@yahoo.com.br