Goiânia, 07 de novembro de 2005.

ADOLESCENTE GRÁVIDA: ESTRATÉGIAS DE APROXIMAÇÕES COM A REDE FAMILIAR

Gisele Perin Guimaraes

Trata-se de um relato de experiência de enfermeiras obstetras em conjunto com adolescentes grávidas e sua rede familiar. Sabe-se que as adolescentes estão em constantes buscas e desafios, iniciam e exercem sua sexualidade precocemente, pouco pensam no resultado final dos seus atos. Quando a gravidez ocorre na faixa etária dos 10 aos 19 anos, percebe-se no discurso destas futuras mães, que ao iniciarem suas atividades sexuais, não pensavam que pudesse ocorrer de fato uma gravidez. Enfatizam ainda, que a mesma não foi planejada, porém podemos dizer enquanto profissionais, que o termo ideal para esta idéia é, "gravidez planejadamente acidental", pois não queria engravidar, porém proporcionou as chances para que ocorresse. As maiores reações destas adolescentes estão direcionadas a repressão que irão sofrer dos pais, o medo de ficarem abandonadas, tanto pela família quanto pelo companheiro, das responsabilidades que terão que assumir, além da exclusão dos seus sonhos. A prática para a resolutividade destas questões é através de grupo de gestantes exclusivo para esta clientela. Tendo como objetivo, compreender a linguagem e expressões das gestantes e a pessoa na qual considera significante, e buscar formas de aproximação com o cotidiano. Considerando, portanto, que o papel do enfermeiro nestas ações está em favorecer a aproximação da gestante com seu companheiro e familiares, evitando prejuizos tanto por parte da gestante adolescente com este novo mundo e deste para com a mesma. Importante, também, que as mães destas adolescentes reconheçam a competência da sua filha, deixando que a mesma seje mãe deste bebê que está sendo gerado. O profissional pode intermediar esta aproximação, mostrando formas de convívio, para que se estabeleça um bom relacionamento futuro desta mãe adolescente com seu recém-nascido, a importância do profissional é de buscar aproximações preenchendo lacunas e desfazendo traumas. Concluindo, durante as consultas de pré-natal, o profissional deve estimular a participação do membro da família que permanecerá mais próximo binômio mãe/filho no grupo de gestantes. A finalidade é de envolver desde a gestação a adolescente com seu recém-nascido e desmistificar a idéia de que a adolescente não seje capaz de prestar o cuidado ao seu filho. Muitas vezes as crenças e valores impostos pelas avós tornam-se fatores contributivos para a desmotivação destas recém-mães, onde, mostrar suas capacidades torna-se essencial para o futuro desta relação.

Correspondência para: Gisele Perin Guimaraes, e-mail: giseperin@hotmail.com