Goiânia, 07 de novembro de 2005.

ANTI-SEPSIA PARA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR VIA PARENTERAL

Shirley Ribeiro Cardoso

Lara Solana Pereira

Adenícia Custódia Silva e Souza

Anaclara Ferreira Veiga Tipple

Milca Severino Pereira

Ana Luiza Neto Junqueira

A pele abriga vasta microbiota, que poderá penetrar camadas mais internas durante a aplicação de medicamentos por via parenteral e, a anti-sepsia constitui-se em um meio eficaz de redução desta microbiota, quando realizada adequadamente. Entretanto, mesmo diante de todas as informações disponíveis, é nítida a falta conscientização por parte dos profissionais da saúde, principalmente da equipe de enfermagem, em adotar medidas preventivas simples e que podem evitar grandes transtornos para o paciente. Objetivamos identificar a adoção de medidas para a prevenção e controle de infecção na administração de medicamentos por via endovenosa e intramuscular. Estudo descritivo, realizado com a equipe de enfermagem, em oito unidades de um hospital de ensino do município de Goiânia. Os dados foram obtidos mediante observação e preenchimento de check-list. Observamos 212 profissionais (10 enfermeiros, 195 técnicos e 7 auxiliares). Quanto à via de administração, 19,8% (42/212) dos procedimentos foram realizados por via endovenosa direta, 72,6% (154/212) por via endovenosa com sistema já instalado e 7,6% (16/212) por via intramuscular. A maioria dos profissionais, 168 (79,2%), não lavou as mãos antes de realizar o procedimento. No que se refere à anti-sepsia, 72,4% (42/58) das medicações foram realizadas por via endovenosa e 27,6% (16/58) por via intramuscular mas, apesar do uso do anti-séptico em todas as situações, em apenas 40,5% (17/42) das injeções endovenosas e em 37,5% (6/16) das intramusculares foram feitos os cinco ou mais movimentos em um mesmo sentido com o algodão embebido com álcool a 70%, que é o procedimento preconizado para a realização da anti-sepsia da pele. Além da utilização correta do anti-séptico, deve-se realizar a limpeza da região, verificando a presença ou não de sujidade, sendo necessária a mudança da face do algodão ou mesmo a sua troca. Nesta investigação, apenas três profissionais verificaram se havia sujidade no algodão utilizado, e quatro profissionais mudaram a face do algodão. Após a anti-sepsia, 25 profissionais tocaram o local, contaminando-o, destes apenas 13 (52,0%) fizeram nova anti-sepsia, portanto, houve a recontaminação em 12 situações observadas. Os dados revelam que medidas preventivas necessárias ao controle de infecção na administração de medicamentos via parenteral nem sempre são adotadas, representando um desafio à educação permanente e do controle de infecção no hospital em estudo.

Correspondência para: Shirley Ribeiro Cardoso, e-mail: shirleyribeiro2@bol.com.br