REPERCUSSÃO DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL NO PARTO E PÚERPÉRIO
Carine Nepomuceno Guimarães
Dulce Maria Mafra Oliveira
A assistência pré-natal tem finalidade psicológica, educacional e social, visa identificar gestações de alto risco em que os organismos da mãe e do feto estejam sujeitos a agravos e à morte. Como objetivo, deve promover a saúde, o bem estar das gestantes, de seus filhos (fetos e recém-nascidos) e de suas famílias, iniciando-se na fase pré-concepcional, estendendo-se até o primeiro ano de vida (Rezende, 2005). Sendo assim, desenvolvemos este trabalho durante a prática de campo da disciplina Saúde da Mulher, ministrada pela docente doutoranda Dulce Maria Mafra no alojamento conjunto de um Hospital escola no período de 19 a 25 de abril de 2005. Com objetivo de mostrar a importância da assistência pré-natal de enfermagem durante a gestação, na perspectiva de ao identificar a falha da assistência fragmentada evitar a morbimortalidade materno-fetal, configurando assim uma pesquisa-ação. Frente ao sofrimento psíquico de uma puérpera, por ter dado à luz um feto natimorto macerado, sensibilizamo-nos a investigar a causa deste óbito, uma vez que a mesma informou ter comparecido a três consultas do serviço Pré-natal. Diante dessas informações, surgiu a dúvida de como se deu a assistência de enfermagem no acompanhamento pré-natal em questão. Considerando os aspectos acima abordados, enquanto pesquisadoras em enfermagem preocupadas com a melhoria da qualidade de vida desta puérpera e de seu feto, propusemos a partir das falhas e fracionamentos identificados, implementar ações junto aos profissionais envolvidos, contribuindo assim para a melhoria da assistência pré-natal das gestantes atendidas pelo serviço, contribuindo para uma assistência de enfermagem holística. O estudo, de natureza qualitativa, se deu a partir da análise de caso de uma gestante, com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica HAS, multípara de seis filhos, sendo cinco vivos e um natimorto. A coleta de dados foi realizada através de conversação informal com a paciente e através do prontuário de registro hospitalar. Observamos que a cliente em estudo teve incompatibilidade do Sistema ABO, o que ocasionou a morte fetal. Percebemos que a fragmentação da assistência implica na negligência em identificar gestações de alto risco, podendo levar ao óbito materno-fetal. Entendemos a importância de que não somente o número mínimo de consultas de pré-natal seja atingido, mas que cada atendimento seja também resolutivo, quando o objetivo é preservar o binômio mãe-filho.
Correspondência para: Carine Nepomuceno Guimarães, e-mail: estrelacari@yahoo.com.br
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