O CUIDAR DE UMA CRIANÇA DEPENDENTE DE TECNOLOGIA
Teresa Cristina Escrivão Soares Cortez
Neste relato de experiência enfocamos o cuidado holístico de enfermagem por entendermos que no mundo atual é imperioso lutarmos pela humanização da assistência. Por vermos e sentimos o que o nosso ser percebe através do nosso olhar, e através deste olhar agimos e formamos a nossa essência que ultrapassa o corpo carnal, só teremos capacidade de compreender as nossas escolhas, se deixarmos o ser supremo decifrar os motivos desta escolha e o deslindar do nosso caminhar e talvez por este motivo acreditamos que ser enfermeiro envolve ultrapassar o cuidar técnico e avançar na compreensão holística do ser humano, compreendo o ser espiritual e sua missão neste mundo. Este estudo retrata o campo assistencial de uma criança nascida prematuramente com diagnóstico "reservado", submetida aos diferentes tipos de assistências que oscilavam entre o cuidado técnico paliativo calcado numa visão cartesiana e sob a dominação de conceitos sociais centrados na divisão de classes, na etnia, e essencialmente nos modelos presentes veladamente no sistema público de saúde. Durante aproximadamente um ano houve a possibilidade de observar este campo de cuidado, os seus agentes, a linguagem presente e os paradigmas existentes, além de ser visível como estes paradigmas são influenciados por posição hierárquica e confluem geralmente em satisfazer o dito "bem estar profissional/ hospitalar" o que de certa forma leva o assistir terapêutico a um plano secundário. Esta menina dita "inviável" através da assistência de enfermagem baseada no toque terapêutico interagiu com o ambiente e foi capaz de desafiar o seu prognóstico, demonstrando que não podemos ficar acomodados ao diagnóstico médico, mas sim efetivar o que aprendemos durante a nossa formação, examinando o ser humano holisticamente e garantindo o acesso aos cuidados básicas de saúde que envolvem as necessidades fisiológicas, mas primordialmente a segurança, o amor, o sentir-se estimada, o que permitem buscarmos a nossa sobrevivência. Foi reafirmado que todos merecem ter preservados os seus direitos entre estes serem submetidos a serviços especializados patrocinados pelo Sistema de Saúde independente de um pré-julgamento, tornando-se imperativo uma avaliação criteriosa antes de impor ao ser humano a convivência com a morte, e essencialmente combater a associação da possível inviabilidade com descuidar consciente e/ou inconsciente, expresso no investimentos seletivo e primeiro nos seres ditos viáveis.
Correspondência para: Teresa Cristina Escrivão Soares Cortez, e-mail: teresacristinacortez@ig.com.br
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