Goiânia, 07 de novembro de 2005.

EPIDEMIOLOGIA DAS PNEUMONIAS ASSOCIADAS À VENTILAÇÃO MECÂNICA

Freire, Izaura Luzia Silvério

Farias, Glaucea Maciel De.

Ramos, Cristiane da Silva

Pollyanna Dantas de Lima

Garrido, Glória Diana Medeiros do Nascimento

Rufino, Fátima Haryanny Gomes

INTRODUÇÃO: a pneumonia nosocomial (PNM) ou hospitalar é uma infecção do trato respiratório inferior, adquirida durante o período de internação, e que, portanto, não estava presente ou em incubação no momento da admissão2. Este tipo de pneumonia se desenvolve 48 horas ou mais após o paciente ter sido submetido à ventilação mecânica é denominada PAVM e segue os mesmos padrões fisiopatológicos da pneumonia comunitária. É resultante da capacidade de adaptação de determinados microorganismos que, invadindo as vias aéreas inferiores e obtendo condições de se multiplicar, sobrepujam as defesas orgânicas. Portanto, quanto maior a virulência é a concentração dos microorganismos invasores, menor a capacidade de defesa do hospedeiro, maior será a possibilidade do desenvolvimento da PNM3. Com esse problema, tão comum nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI's) que pode na maioria das vezes ser evitado. Pretendemos estudar esse tema com o Objetivo de caracterizar a população internada nas unidades de terapia intensiva e urgência em um hospital de pronto socorro em Natal, submetida à ventilação mecânica; analisar a existência da associação entre a VM e o aparecimento de pneumonia. METODOLOGIA: pesquisa do tipo exploratória descritiva com dados prospectivos e abordagem quantitativa, realizada em 38 pacientes admitidos na UTI e Urgência. A coleta de dados foi realizada nos meses de janeiro e fevereiro, tendo como método a observação sistematizada. RESULTADOS: dos 38 pacientes que foram intubados durante o período da pesquisa, 25 (65,79%) eram do sexo masculino; pertenciam as faixas etárias de 45 a 54 anos (26,32%), seguida de 35 a 44 anos (21,05%), com uma média de 56,6 anos; 36,36% não alfabetizados e 30,30% com ensino fundamental completo; prevaleceu o AVC (28,85%), seguido do TCE (13,46%), 17 (44,74%) foram a óbito e 04 (10,52%) pacientes foram extubados antes das 48 horas de internamento, não sendo possível, portanto, fazer o diagnóstico de PAVM em 21 (55,26%). Dos 17 pacientes que foram submetidos à VM, 13 (76,47%) tiveram PAVM, sendo que 04 (30,77%) com 72 horas e 09 (69,23%) após esse tempo; a maioria era do sexo masculino (82,35%), com idade entre 55 a 64 anos (23,53%), não alfabetizados (35,30%) e diagnóstico médico de AVC (47,06%). CONCLUSÕES: os resultados da pesquisa levou-nos a concluir que a PNM ocorre não somente pela gravidade dos pacientes submetidos a VM, sobretudo devido ao uso inadequado das diretrizes preconizadas para prevenir a infecção nosocomial.

Correspondência para: Pollyanna Dantas de Lima, e-mail: plima3@hotmail.com