COMO NÓS ESTAMOS NOS CAMPOS ASSISTENCIAIS?
Teresa Cristina Escrivão Soares Cortez
Encontro em alguns campos assistenciais modelos que combatemos há décadas, ou seja, o enfermeiro realizando inúmeras atividades, mas infelizmente poucas são aquelas que lhe são pertinentes e específicas. Como docente luto para proporcionar ao meu aluno maior autonomia e capacidade de expor o seu conhecimento. Entretanto como enfermeira assistencial encontro enfermeiros, alguns destes, ex-alunos com comportamentos divergentes ao que propomos no sistema educacional. Dentre estes temos aqueles que se tornam �amigos de todos� e essencialmente dos médicos - sempre cumprimentam sorrindo, apóiam as decisões dos superiores ou daqueles que julgam superior incondicionalmente -sejam estas injustiças em relação ao fazer � expressa na transferência do insucesso aos auxiliares ou técnicos de enfermagem- reforçando que a enfermagem nunca faz o �certo�, � os amiguinhos dos integrantes da sua equipe�, não checando informações referentes ao não cuidar adequado, menosprezando aqueles que divergem corretamente de seus amigos, impondo um sistema de troca de favores, os que se isolam� � permanecem em seus afazeres evitando diálogo ou confrontação com outros profissionais, não se envolvendo em conflito mesmo que estes induzam a melhoria da assistência ao ser humano, e �os que raramente estão executando funções assistenciais ou burocráticas�, basicamente estão presente na Unidade, mas estão nas suas salas, ou em outros locais realizando atividades adequadas ao seu viver � conversar futilidades com os seus pares, ficar no celular resolvendo a vida pessoal. Entendo que como ser humano também tenho falhas, mas entendo ser necessário refletirmos sobre os fatores que estão levando os enfermeiros citados anteriormente a manterem uma postura não congruente com a sua formação: seria insegurança? Falta de conhecimento? Falta de comprometimento? Conseqüência da displicência do setor formativo Reflexo do sucateamento do setor saúde?. Características pessoais? Exercício de uma profissão não idealizada/sonhada? A hegemonia médica e de outros profissionais que se entendem também �doutores� e insistem em não reconhecer o saber e a especificidade do enfermeiro enfermagem está levando a estes comportamentos? Este comportamento seria uma acomodação que camuflam a submissão a outros profissionais?Acredito ser fundamental desatarmos estes nós, pois enquanto alguns enfermeiros, insistirem em terem comportamentos que divergem da sua formação não favorecerão a visão do saber científico da enfermagem.
Correspondência para: Teresa Cristina Escrivão Soares Cortez, e-mail: teresacristinacortez@ig.com.br |