Goiânia, 07 de novembro de 2005.

VÍTIMAS DE TRAUMA POR CAUSAS EXTERNAS NA CIDADE DE UBERABA

Paula Miranda Ferreira

Daniela Borges Bittar

Eliana Maria Scarelli Amaral

Suzel Regina Ribeiro Chavaglia

O trauma é definido como um ferimento que apresenta as variáveis extensão, intensidade e gravidade, sendo ocasionado por agentes externos que podem ser físicos, químicos e outros, de forma intencional ou não, em que o poder do agente agressor supera a resistência encontrada (FERREIRA, 1999). Constitui hoje um dos mais importantes e significativos problemas de toda a área social. Enquanto a morte por afecções cardíacas ou câncer diminui em média 10 a 15 anos de vida de um cidadão, a decorrente do trauma chega a tirar 30 a 40 anos de uma vida produtiva, já que o problema incide prioritariamente sobre jovens (COIMBRA, 1998). No Brasil, morrem por ano 90. 000 indivíduos, dos quais uma grande parte por acidentes automobilísticos, e admite-se que outros tantos serão portadores de invalidez definitiva (RASSLAN e COIMBRA, 1998). Com exceção de alguns grandes centros, a política de combate ao trauma está apenas no início, tendo em vista que é rotulado como a doença negligenciada do mundo moderno, tanto que os investimentos feitos visando o seu controle, prevenção e tratamento são inversamente proporcionais à rápida progressão da violência e dos diferentes tipos de traumatismos (WHITAKER et al. , 1998). Assim, este trabalho pretende identificar o perfil das vítimas atendidas pelo Resgate do Corpo de Bombeiros de Uberaba, no período de 01/01/04 a 31/12/04. Trata-se de um estudo exploratório retrospectivo e descritivo com uma abordagem quantitativa, em que a coleta de dados foi realizada através da utilização do banco de dados fornecido pelo Corpo de Bombeiros. Dessa forma, constatamos que ocorreram: 2331 (61,40%) atendimentos de vítimas por causas externas; 27% (642) de atendimentos a acidentes motociclísticos, mecanismo prevalente de trauma, predominante na faixa etária masculina de 18 a 29 anos; traumas por quedas em homens com idade superior a 50 anos; acidentes ciclísticos com maior frequência nas faixas etárias de 18 a 29 e 30 a 50 anos; acidentes automobilísticos, em ambos os sexos, na faixa de 18 a 29 anos; atendimentos predominantemente aos sábados (18%), domingos (16%) e sextas-feiras (14%); mais vítimas de trauma no mês de dezembro (168-10%) e predomínio dos atendimentos nos seguintes horários 10:00 às 13:59/16:00 às 19:59. Portanto, ações concretas para combater essa epidemia mundial devem direcionar-se às necessidades de cada grupo de risco, aos mecanismos de acidentes prevalentes, suas conseqüências e formas de preveni-los.

Correspondência para: Suzel Regina Ribeiro Chavaglia, e-mail: pmifer@bol.com.br