Goiânia, 07 de novembro de 2005.

PROCESSO DE ENFERMAGEM: CUIDANDO DO DIABÉTICO AMPUTADO

Débora Fernanda Amaral Pedrosa

Liciane Langona Montanholi

Michelle Cristina de Oliveira

Murilo Carlos Foroni

Larissa F. Bazaga

Flavia Aparecida Dias

Lílian Varanda Pereira

Trabalho desenvolvido por bolsistas do projeto de extensão Atenção Integral à Família e Portador de Úlceras Agudas e Crônicas, subsidiado pelo PROEXT/UFTM, cujo objetivo foi relatar a sistematização da assistência de enfermagem ao portador de lesão pós-amputação transmetatársica. Relato do caso: JMF, masculino, branco, 72 anos, aposentado, diabético, hipertenso e ex-tabagista chegou ao PS da UFTM dia 05/04/05 relatando dor e enegrecimento no 2o pododáctilo esquerdo há quinze dias. Em 19/04, observou-se lesão coberta por tecido necrótico, odor característico (gangrena) e isquemia de hálux e 3º pododáctilo E, dor intensa (8 em escala de 0 a 10), tipo queimação. Em 20/04 o cliente foi submetido à amputação transmetatársica. No 2º PO observou exposição de tecido muscular sem granulação, tecido adiposo, tecido ósseo, secreção sanguinolenta em média quantidade, edema e eritema no coto. Utilizou-se SAF-GEL como primeira cobertura. A ferida evoluiu com surgimento de fibrina e tecido desvitalizado, passamos a utilizar papaína creme, após limpeza com SF 0,9%, aquecido e em jato. A partir do 16º PO observou-se melhora da lesão, com proliferação de tecido de granulação, redução da fibrina, da extensão da ferida, do edema, do eritema e da dor (5 em escala de 0 a 10). No dia 17/05 passou-se a utilizar novamente o SAF-GEL com troca em dias alternados. Considerando a alta hospitalar, a esposa foi treinada a realizar o curativo no domicílio, sob supervisão. Recebeu orientações sobre a dieta e atividade física para controle da glicose sangüínea e redução de risco de novas tromboses. Considerações: a terapia tópica instituída foi fundamental para a redução do processo inflamatório e evolução da cicatrização. A analgesia foi uma preocupação constante durante a realização dos curativos. Reavaliar as prescrições e administrações analgésicas visando o alívio adequado da dor. O cliente e sua esposa foram incluídos no tratamento e orientados a respeito da prática do curativo, permitindo o esclarecimento de dúvidas, estabelecendo vínculos, que fortaleceram e facilitaram o tratamento. A sistematização da assistência contribuiu para um atendimento integral e científico, permitiu entender que as úlceras e feridas crônicas, especialmente aquelas relacionadas às doenças de base como o Diabetes Mellitus são um fenômeno sistêmico e seu tratamento envolve os mais diversificados aspectos, os quais só podem ser satisfatoriamente atendidos com a atuação de uma equipe multidisciplinar.

Correspondência para: Débora Fernanda Amaral Pedrosa, e-mail: amaraldf@yahoo.com.br