A RELIGIOSIDADE NA VELHICE NA VOZ DE RELIGIOSOS

Marinês Tambara Leite

Leila Mariza Hildbrandt

João Samuel Renck

Este trabalho resulta de uma investigação cujo objetivo foi conhecer o entendimento de religiosos acerca do exercício da religiosidade por parte de pessoas idosas. Gallo et al (2001) comentam que no envelhecimento os vestígios das ações levam os indivíduos a tomar decisões emocionais relacionadas à religião. Rodrigues e Diogo (1996) afirmam que os idosos ao falar das formas de alívio da dor, sem o uso de fármacos, citam a reza como um fator contribuinte. Gallo et al (2001) explicitam que a dependência de um ser superior pode ser benéfica, já que a participação de religiosos e idosos em grupos de orações e de leitura bíblica contribui para elevação da auto-estima, podendo reduzir o tempo de recuperação da doença. A espiritualidade pode proporcionar um entendimento de uma vida posterior, variando de acordo com cada religião. Este estudo possui características de natureza qualitativa, exploratória e descritiva, realizado no Município de Ijuí/RS, tendo como sujeitos religiosos de diferentes denominações religiosas. A coleta das informações ocorreu por meio de entrevista aberta, gravada, a partir de questões balizadoras: Fale como percebe as questões relativas a religião em pessoas que se encontram na velhice? Qual a influência da religiosidade sobre o cotidiano de pessoas idosas? Como percebe a prática religiosa de pessoas que estão vivenciando o processo de envelhecimento? Análise de conteúdo, preconizada por Bardin (1977) norteou a discussão das informações. Do conjunto de dados emergiram três categorias de análise sendo que a primeira discorre sobre a aproximação entre a velhice e a religiosidade, havendo consenso dentre os religiosos de que na medida em que e idade vai avançando, há um progressivo direcionamento para os aspectos relativos a fé, esperança e confiança em um ser superior que transcende a razão; a segunda aborda aspectos referentes a finitude, em que se evidencia a busca, por parte dos idosos, pelos religiosos com o fim de preparação para a morte; a terceira contempla a importância da religiosidade como meio para transmitir segurança e confiança em momentos de fragilidade, como na presença de patologias. Concluimos questões religiosas são importantes na velhice.

Correspondência para: João Samuel Renck, e-mail: eusam@detec.unijui.tche.br