Goiânia, 07 de novembro de 2005.

O BRINCAR E O SORRISO DA CRIANÇA HOSPITALIZADA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Antonio Wilson Belati

Alexandre Duarte Toledo

Sonia Maria Carneiro de Morais Franco

Vera Lúcia Fugita dos Santos

Em todas as idades, o brincar é realizado por puro prazer e diversão e cria uma atitude alegre em relação a vida e à aprendizagem. Brincar é meio de expressão, é forma de integrar-se ao ambiente que o cerca. A hospitalização na infância pode se configurar como uma experiência potencialmente traumática. Ela afasta a criança de sua vida cotidiana, do ambiente familiar e promove um confronto com a dor e a limitação aflorando sentimentos de culpa, punição e medo da morte. Dentre estas mudanças é possível que se pense que ela pare de se desenvolver e fique impossibilitada de expressar-se plenamente. O brincar é uma das atividades essenciais para o desenvolvimento da criança, esteja ela sadia ou doente na preservação de seu bem-estar mental, emocional e social, sendo que por meio desta a criança expressa seu pensamento, visto que a linguagem verbal ainda não está suficientemenmte desenvolvida. É por meio do brincar que ela poderá aproveitar os recursos físicos disponíveis naquele contexto para elaborar a nova situação. Através do brincar as crianças exploram, perguntam e refletem sobre o cotidiano e a realidade circundante, desenvolvendo-se psicológica e socialmente. Apesar do reconhecimento e importância deste, durante o processo de hospitalização ainda é pouco valorizado. Este trabalho objetivou relatar vivências enquanto acadêmicos do curso de Enfermagem nas aulas práticas da Disciplina Enfermagem no Cuidado à Saúde da Criança em uma Unidade de Internação. Foram desenvolvidas atividades, nas quais os alunos usavam aventais coloridos sobre a roupa branca, maquiagem lúdica, nariz de palhaço e auxilio de brinquedos. Por meio deste trabalho observou-se maior integração da criança com os acadêmicos estabelecendo um vinculo de confiança e consequente relaxamento, satisfação e bem-estar, os quais facilitaram a assitência de enfermagem prestada. A técnica do brinquedo terapêutico diminui os efeitos ocasionados pela hospitalização, tornando-se uma fonte de recursos disponíveis para auxiliá-la a superar experiências traumatizantes na hospitalização. Diante disso, é possível compreender a necessidade e o significado do brinquedo terapêutico e brinquedoteca nas unidades pediátricas como importante espaço para o cuidado de enfermagem. É a de servir como meio de comunicação entre os profissionais e a criança e detectar a singularidade de cada um. Em nosso país as brinquedotecas não tem espaço significativo.

Correspondência para: Sonia Maria Carneiro de Morais Franco, e-mail: scarneiro@acif.com.br