O PROCESSO DE ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DE LESÃO CUTÂNEA
Luciana Rabelo Araújo
Ellen Cecília de Souza Pimenta
Lílian Varanda Pereira
O Processo de Enfermagem (PE) é um método que imprime racionalidade ao processo de cuidar, permitindo identificar, explicar como o cliente responde aos problemas de saúde e aos processos vitais, e determinar quais aspectos dessas respostas exigem intervenção profissional. O objetivo do estudo foi descrever a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) a um paciente portador de lesão pós-amputação infragenicular em MID infectado por Staphylococcus aureus, utilizando o PE. Trata-se de relato de experiência, realizado na Clínica Cirúrgica do HE/Universidade Federal do Triângulo Mineiro, em junho de 2004. A coleta de dados foi realizada mediante entrevista, exame físico, avaliação de resultados laboratoriais e consulta ao prontuário do paciente, utilizando o instrumento elaborado com base na Teoria das Necessidades Humanas Básicas. Os diagnósticos de Enfermagem foram estabelecidos a partir do raciocínio diagnóstico proposto por Risner (1990), com base na Taxonomia II da NANDA (2001/2002). Relato de Caso: ASR, 54 anos, masculino, circulação alterada, necrose e infecção no hálux direito foi submetido a três amputações que envolveram o hálux, o pé direito e parte da perna direita, com prognóstico de desarticulação ou amputação supra genicular. Nesta fase o cliente relatava dor de intensidade 10 (0 a 10), coto edemaciado, hiperemiado e com hipertermia. A lesão apresentava necrose coagulativa, fundo fibrinótico, secreção purulenta e fétida, bordas expandidas e tunelização de 15 cm. Os diagnósticos de Enfermagem prioritários foram: integridade tissular prejudicada e dor aguda. As intervenções de enfermagem incluíram: avaliação da eficácia dos analgésicos, especialmente no momento da manipulação da lesão; uso de técnicas analgésicas cognitivo-comportamentais como distração e relaxamento; mensuração e avaliação da lesão e terapia tópica com limpeza exaustiva da mesma com SF 0,9%, aquecido e em jato; desbridamento cirúrgico sem anestesia e cobertura de papaína. Em quatro dias de tratamento a indicação de amputação supragenicular foi suspensa, a dor reduziu estando presente apenas à manipulação e em duas semanas o leito foi recoberto por tecido de granulação, resultando em alta da enfermagem. O estudo mostrou a importância da SAE no tratamento de lesões infectadas. O estabelecimento dos diagnósticos direcionou o planejamento e execução de ações que interferiram positivamente na recuperação do cliente, apontando a importância do trabalho do enfermeiro.
Correspondência para: Luciana Rabelo Araújo, e-mail: beloluar@yahoo.com.br
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