DIRETRIZES CURRICULARES: ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO
Josicelia Dumêt Fernandes
Michele Viviane de Carvalho Rodrigues
O presente trabalho busca contribuir para o processo de implantação e implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Enfermagem (DCENF), apontando para o estabelecimento de estratégias de ensino aprendizado, como elementos essenciais na construção de uma nova proposta pedagógica para a formação de enfermeiras(os) como sujeitos sociais dotados de conhecimento, de raciocínio, de percepção, sensibilidade e capacidade para intervir em contextos de incertezas e complexidade. Tem como objetivo analisar as ações que as DCENF vêm produzindo na organização curricular de diferentes cursos de enfermagem, contribuindo para a construção uma agenda estratégica que possibilite direcionar o processo de mudança na formação de enfermeiras(os). Trata-se de um estudo exploratório descritivo com abordagem qualitativa. O instrumento de coleta de dados utilizado foi a entrevista semi-estruturada. Os sujeitos da pesquisa foram coordenadores de cursos de graduação em enfermagem do Estado da Bahia. Os resultados indicaram que as ações de implementação do Estágio Curricular, Trabalho de Conclusão de Curso e agrupamento de conteúdos/disciplinas, estão sendo consideradas, pelas escolas/cursos estudados, como tradutoras da mudança na reorganização curricular dos cursos de graduação em enfermagem. As estratégias para implementação das DCENF apontam para ações de discussão/reflexão sobre o trabalho pedagógico na saúde e na enfermagem, rompendo barreiras e criando espaços para questões ligadas à vida, saúde, cuidado e consolidação do SUS. Essas estratégias indicam que a formação da(o) enfermeira(o) não se limita a questões técnicas, relativas a conteúdos de ensino e técnicas pedagógicas; elas pautam-se na adoção de referencial teórico-pedagógico que sustente uma aprendizagem significativa, transformadora e adequada às demandas sociais e profissionais que se apresentam. Um dos maiores desafios enfrentados pelas escolas/cursos continua sendo o de aprofundar as discussões e tornar claro, à comunidade universitária, que o desenvolvimento de habilidades passa pelo conhecimento explícito, mas não se restringe a ele; passa pela necessidade de desenvolver a competência de trabalhar a parte implícita deste conhecimento, num processo formativo de verdadeiros cidadãos, capazes de responder aos constantes desafios impostos pela sociedade e o setor saúde. Esta pesquisa conta com o apoio do CNPq.
Correspondência para: Michele Viviane de Carvalho Rodrigues, e-mail: michele_ufba@yahoo.com.br
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