VIVÊNCIAS DO CUIDADOR: HOSPITALIZAÇÃO DA CRIANÇA COM CÂNCER
Silvana Schwerz Funghetto
Eva Neri Rubim Pedro
INTRODUÇÃO: Acredita-se que o câncer infantil acarreta uma mescla de sentimentos por parte de todas as pessoas envolvidas; à criança, por ter de se adaptar a um tratamento que muitas vezes poderá lhe causar sintomas desagradáveis; aos pais, por estarem vivenciando uma situação inesperada de dúvidas e inseguranças frente ao desconhecico; para a equipe esses sentimentos são muito relacionados com o tempo de convívio com as crianças/ família e os vínculos que se formam. OBJETIVO: Conhecer como o cuidador membro da equipe multiprofissional de saúde vivencia o cuidado à criança hospitalizada com câncer. METODOLOGIA: Pesquisa qualitativa, descritiva-exploratória que teve como participantes 15 cuidadores pediátricos que atuam junto a crianças hospitalizadas com câncer no Hospital de Clínicas de Porto Alegre-RS. As informações foram coletadas por meio de entrevista semi-estruturada (Triviños, 1987) e, após, submetidas à técnica de análise de conteúdo de Bardin (1995). RESULTADOS: Como resultado emerge a categoria �Vivências do cuidador�, na qual observa-se as seguintes subcategorias - Vivência do profissional junto à criança; - Vivência do profissional junto à família e; - Vivência do profissional frente à morte. Na fala dos informantes, observa-se a percepção dos mesmos no que tange as características do desenvolvimento da criança bem como os sentimentos despertados ao realizarem o seu fazer cuidado. Relatam ainda situações de envolvimento e a identificação das necessidades da família. Evidenciou-se, neste estudo, o sentimento relacionado com a perda do paciente, bem como as reações que vão desde o choque passando por sofrimento, resignação, impotência, entre outros. Muitas vezes, ocorrem situações ambíguas como o envolvimento e o não envolvimento - como se fosse possível determinar isso. Este é um mecanismo de defesa que se tenta adotar como forma de permanecer distante das pessoas, sem ter de sofrer ao deparar-se com um semelhante dotado de consciência, em um quadro clínico grave evoluindo para a terminalidade de sua existência. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo oportunizou aos cuidadores a expressão de sentimentos, emoções, concepções de cuidado, bem como suas vivências. É importante que esses profissionais cuidadores reconheçam suas possibilidades e limites próprios para que desenvolvam suas competências e habilidades voltadas para as demandas da criança e da sua família. Isto possibilitará um plano de cuidados visando a uma intervenção efetiva e com qualidade.
Correspondência para: Silvana Schwerz Funghetto, e-mail: silvana@unieuro.com.br
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