Goiânia, 07 de novembro de 2005.

MEDIDAS NÃO-FARMACOLÓGICAS PARA O TRATAMENTO DA DOR EM NEONATOLOGIA

Jocilene Cristina de Souza

Carolina de Mendonça Carvalho

Dor é considerada uma sensação desagradável associada a dano tecidual real ou potencial. Até a década de 70 acreditava-se que o recém- nascido (RN) não era capaz de sentir e responder a estes estímulos, porém atualmente sabe-se que isto já ocorre a partir da 22º semana de gestação. Para o alívio desta sensação podem ser utilizadas medidas farmacológicas e não-farmacológicas, como: promoção do conforto, uso da sacarose, sucção não nutritiva e medidas ambientais. Apesar da existência destas medidas ainda são pouco utilizadas no cotidiano das Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). O objetivo deste estudo foi realizar estudo bibliográfico sobre o uso de medidas não farmacológicas no tratamento da dor no RN. Foi realizado levantamento de dados on-line na Biblioteca Virtual de Saúde (BIREME), nas bases de dados LILACS e MEDLINE e no SCIELO, utilizando os descritores: RN, UTI neonatal e dor, além de livros e manual técnico. Foram analisados 13 artigos, sendo 6 internacionais e 7 nacionais no período de 1997 a 2004, 2 livros e 1 manual técnico. Optamos por dividir os resultados conforme a medida não farmacológica analisada. Em relação ao ambiente, pela alta complexidade da UTIN, sabe-se que este pode intervir no desenvolvimento do RN, no qual encontramos intervenções para amenizar os seus efeitos negativos, como: a diminuição da luminosidade; do ruído; das mudanças na temperatura; do uso de fitas adesivas; agrupar procedimentos; respeitar os períodos de sono e o uso de cateteres centrais. As medidas de conforto por meio do enrolamento, da contenção e o contato pele a pele são considerados eficazes durante procedimentos como a punção do calcâneo. No caso da sucção não nutritiva e do uso da sacarose encontramos artigos que os estudaram associados em punções venosas e capilares, constatando sua eficácia. A sacarose, dentre os artigos analisados, possuiu maior destaque quando comparada com outras medidas, pela sua eficácia na diminuição do tempo de choro, das mímicas faciais e nas variações de freqüência cardíaca, recomenda-se a sua administração via oral 1 ml a 25% cerca de dois minutos antes do estímulo. Finalizando, os estudos que abordam o uso destas medidas ainda são escassos, mas trazem medidas simples e aplicáveis nas UTIN. Precisamos fazer hoje, com que este o conhecimento científico já existente, chegue até à prática dos profissionais, para melhorar o atual subtratamento da dor no RN.

Correspondência para: Jocilene Cristina de Souza, e-mail: jocilenesouza@terra.com.br