CARACTERIZAÇÃO DA DOR TORÁCICA
Fernanda Souza Angotti Carrara
Antônio Carlos de Camargo Carvalho
Rita Simone Lopes Moreira
INTRODUÇÃO: A dor torácica é um sintoma clássico da doença coronariana e da isquemia do miocárdio. Entretanto diversas doenças, de origem cardíaca ou não, como por exemplo, úlcera perfurada, dissecção de aorta, pancreatite aguda, dores osteo-musculares e dor psicogênica; podem causar dor torácica, o que torna o diagnóstico diferencial destas doenças um grande desafio. Neste contexto, a caracterização clínica da dor torácica revela-se um recurso útil que permite otimizar o diagnóstico e a terapêutica na sala de emergência. METODOLOGIA: Estudo prospectivo de caráter exploratório, com questionário fechado abordando as seguintes variáveis: fatores de risco, qualidade da dor, localização, duração, irradiação, fatores desencadeantes, fatores de alívio, presença de sintomas associados, método de confirmação do diagnóstico. OBJETIVO: Caracterizar a dor torácica de pacientes que chegam à sala de dor torácica, relacionando as variáveis: qualidade da dor e diagnóstico com o sexo nos casos estudados. RESULTADOS: A amostra é constituída por 50 pacientes da sala de dor torácica de um hospital-escola de grande porte, sendo 28 homens e 22 mulheres. A idade média é 62,6 anos. Do total, 68% são de raça branca e 18% da raça negra. (a) Na amostra geral as características mais prevalentes são: dor em queimação, localização precordial, irradiação para o pescoço, acompanhada por sudorese, desencadeada espontaneamente, aliviada por repouso, com duração de uma hora ou mais. (b) Na análise entre os sexos as diferenças foram: nos homens a localização da dor foi precordial e nas mulheres retroesternal e a duração foi de uma hora ou mais nos homens e de 5 minutos nas mulheres, o restante das características foram iguais para ambos os sexos. (c) A análise estatística sugere que nenhuma das qualidades da dor, dentre as mais prevalentes, apresentou associação significante com o sexo. (d) Não houve associação significativa entre as variáveis diagnóstico e sexo. CONCLUSÃO: A literatura médica caracteriza a dor torácica de uma forma abrangente, atribuindo variados sinais e sintomas que tornam o diagnóstico específico de IAM clinicamente difícil de se diferenciar das outras causas de dor torácica. A descrição predominante de dor torácica em nosso trabalho coincide com a descrição clássica encontrada nos livros. Especificamente nesta amostra, a qualidade da dor independe do sexo ou diagnóstico.
Correspondência para: Fernanda Souza Angotti Carrara, e-mail:
fercarrara@hotmail.com
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