Goiânia, 07 de novembro de 2005.

AMOR, DOM OU O QUÊ? A PERCEPÇÃO DOS ALUNOS AO INGRESSAREM

Márcia Regina de Toledo Costa Amaral

Luciana de Giussio

Vêm nos causando grande inquietação o crescente aumento do número de escolas de nível médio Auxiliar/Técnico de enfermagem e a procura das pessoas por esta profissão. Sendo que 23 escolas de tal nível procuraram a educação continuada de um mesmo hospital/escola da rede pública municipal para obter campo de estágio, temos de levar em consideração que as 23 escolas localizam-se no sub-distrito de 4 bairros da zona leste da capital de São Paulo. Sem ter uma alusão de como seria trabalhar com pessoas necessitadas, não ter final de semana e feriados. O presente estudo visa identificar, compreender e interpretar a percepção que os alunos ingressantes no curso de Auxiliar/Técnico de enfermagem tem do que venha a ser Enfermagem. Pretendeu-se desvelar quais as expectativas que os mesmos tem, com relação a tornar-se profissional de enfermagem. Buscamos por meio dos discursos conhecer os significados e os sentidos que os levam a procurar tal formação, qual o entendimento destes, da profissão enfermagem e o que influenciou a cada aluno ingressante, culminando com uma grande eclosão das escolas de ensino médio técnico e pessoas formando-se. Por meio de entrevista contendo perguntas abertas e semi-aberta. A fenomenologia mostrou-se ser o melhor método de interpretarmos as respostas, desta forma pudemos explorar e expor as experiências vivenciadas. Para a compreensão de tais fenômenos foram entrevistados alunos ingressantes do curso Auxiliar/Técnico de Enfermagem, que realizam atividades teórico/práticas em um determinado hospital/escola da rede pública municipal situado na região leste da cidade de São Paulo. Constatando que o amor, o sonho e o desejo de ajudar o próximo é inerente ao aluno, que muitos não fazem idéia do que realmente envolve em ser um profissional da área da saúde. A influência familiar surge, ainda, como um fator importante e transformador na escolha da profissão. Embasado nos resultados podemos dizer que a grande maioria não consegue projetar o significado e o desafio que consiste em ser um profissional da área da saúde. Deste modo podemos observar que há muitos profissionais formados e recém formados que não se dedica e envolve-se, desempenhando seu papel somente pela responsabilidade e obrigação. Bem como há hoje no mercado um grande número de pessoas desempregadas ou empregadas em locais que não oferecem a mínima infraestrutura e condições de trabalho, recebendo salários abaixo do piso estipulado pelo órgão competente que nos rege.

Correspondência para: Luciana de Giussio, e-mail: luciana.giussio@itelefonica.com.br