Goiânia, 07 de novembro de 2005.

A MORTALIDADE NEONATAL EM GOIÂNIA: FATORES PROGNÓSTICOS DE RISCO

Claci Fátima Weirich Rosso

Ruth Minamisava Faria

Altas taxas de mortalidade infantil refletem, geralmente, baixos níveis de saúde e de desenvolvimento socioeconômico. Crianças menores de um ano de idade são mais vulneráveis e sofrem diretamente as conseqüências das alterações ocorridas no ambiente social, econômico e das intervenções de saúde. Taxas reduzidas também podem encobrir más condições de vida em segmentos sociais específicos (Rede Interagencial de Informações para a Saúde 2002a). OBJETIVO: Identificar variáveis de prognóstico de risco para mortalidade neonatal e que apresentem alta sensibilidade e especificidade para uso em triagem de recém-nascidos (RNs) de risco no município de Goiânia. MATERIAL E MÉTODOS: O estudo foi delineado como uma coorte prospectiva e incluiu nascidos vivos, residentes em Goiânia, que internaram no período neonatal em uma das nove unidades de cuidados intensivos neonatais (UCINs), de novembro de 1999 a outubro de 2000. Quatro fontes de dados secundárias foram utilizadas: Censo nas UCINs, Projeto monitoramento de óbitos, SIM e SINASC. O banco de dados final foi gerado a partir da vinculação destas bases de dados e incluiu variáveis potenciais de risco para óbito neonatal. Utilizou-se o modelo de regressão de riscos proporcionais de Cox para identificação de fatores prognósticos de mortalidade neonatal e a curva ROC para selecionar variáveis com a melhor combinação de sensibilidade e especificidade. RESULTADOS: A coorte de estudo foi constituída de 875 RNs e a taxa de mortalidade neonatal foi de 11 óbitos por mil nascidos vivos. Peso ao nascer e Apgar no 1o minuto de vida foram os fatores prognósticos de maior acurácia estatisticamente associados ao óbito após análise multivariada. O peso menor ou igual a 2. 500 g apresentou sensibilidade de 70% na predição de óbito neonatal. As curvas de sobrevivência apresentaram diferenças significativas para valores de peso < 1. 500g e ³ 1. 500g e índice de Apgar com valores menor ou igual a 3 e maior que 3. Conclusão: O peso de nascimento foi a variável de melhor custo-benefício para utilização em programas de triagens de RNs de risco para óbito neonatal, pela sua factibilidade na rotina dos serviços de saúde, baixo custo e obtenção de resultados confiáveis na aferição.

Correspondência para: Claci Fátima Weirich Rosso, e-mail: claci@cultura.com.br