Goiânia, 07 de novembro de 2005.

DIFICULDADE NO CÁLCULO DE MEDICAÇÃO: UM DESAFIO NO ENSINO DA ENFERMAGEM

Maria Inês Brandão Bocardi

Elaine Aparecida Soi

Antonio Acácio Guimarães Simão

O processo de ensino-aprendizagem tem sido pesquisado sob várias óticas, e assim o presente estudo objetivou conhecer as causas de dificuldades encontradas para realizar cálculos para administração de medicamentos, pelos alunos da graduação do Curso de Enfermagem da Universidade de Marília � SP. ; tendo em vista que enquanto docentes da disciplina Enfermagem Médico Cirúrgica, observamos tais dificuldades por parte de alguns alunos no transcorrer das atividades de estágio curricular supervisionado e entendemos que identificar as causas que desencadeiam este problema, seja fundamental para a sedimentação da compreensão no processo de ensino-aprendizagem, contribuindo assim para se evitar a iatrogenia, que é relevante no processo de assistir o paciente durante sua estada na unidade hospitalar. A população de estudo caracterizou-se de 100% da população de referência de 180 acadêmicos. Trata-se de um estudo de natureza descritiva com abordagem qualitativa e para coleta de dados utilizamos à entrevista semi-estruturada, que nos permitiu avaliar a opinião dos sujeitos através de um questionário. Como campo de estudo, utilizamos as dependências da Faculdade do Curso de Enfermagem. Os dados foram analisados através de um tratamento estatístico que possibilitou a identificação das principais causas apontadas pelos acadêmicos, para realizarem o cálculo no preparo de medicação. Os resultados apontaram como aspectos relevantes que 61% dos sujeitos pesquisados, não encontram dificuldade matemática, entretanto deste grupo, 54% apresentaram dificuldades ao aplicarem a matemática para resolução da fórmula de cálculo, e 11% não apresentou dificuldade alguma. É relevante salientar que 39% do total da população estudada, já apresentavam dificuldades com a matemática, antecedendo sua aplicação à fórmula de cálculos. Pudemos apreender que muitas das dificuldades por nós detectadas provém de uma defasagem de aprendizado já durante o ensino médio, que nos leva a refletir a questão da formação dos acadêmicos com ênfase na prática educativa constante e progressiva em favor de promover sua autonomia, que certamente estará colaborando com o aprendizado dos acadêmicos, reforçando este saber como parte fundamental da assistência de enfermagem prestada, levando sempre em consideração o referencial da qualidade, que sem dúvida nenhuma é o diferencial básico para uma assistência de qualidade a ser oferecida pela equipe de enfermagem.

Correspondência para: Maria Inês Brandão Bocardi, e-mail: marinesbocardi@yahoo.com.br