Goiânia, 07 de novembro de 2005.

A ENFERMAGEM NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE AO USUÁRIO DE DROGAS

Sônia Silva Paiva Mota Gonçalves

Claudia Mara de Melo Tavares

O uso abusivo de drogas é destacado pelo Ministério da Saúde como um dos principais problemas de Saúde Pública. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 10% das populações dos centros urbanos de todo o mundo consomem abusivamente substâncias psicoativas. A demanda do atendimento desta clientela ao serviço de saúde geralmente está relacionada a causas indiretas, tais como acidente automobilístico, agressões e até mesmo a guerra do tráfico. A ação do enfermeiro neste campo inclui atividades de promoção da saúde, de prevenção, de educação, de cuidado, de reabilitação e reinserção social. O SUS garante as pessoas que sofrem por transtornos decorrentes do consumo de drogas, a universalidade de acesso e direito à assistência integral. Contudo, no vácuo de propostas concretas para o atendimento desta clientela e na falta de uma formação adequada dos profissionais de saúde, indagamos sobre os limites e possibilidades de atuação do enfermeiro na atenção primária. O presente estudo tem por objetivo analisar a atuação do enfermeiro da rede básica de saúde junto às pessoas que sofrem por transtornos decorrentes do consumo de drogas. A metodologia empregada é do tipo exploratória, onde utiliza-se como instrumento de coleta de dados um questionário semi-estruturado. A população selecionada para a pesquisada é composta de enfermeiros da rede básica de saúde da região Centro Sul Fluminense. A análise dos dados tem como parâmetro os princípios e diretrizes que norteiam o Sistema Único de Saúde e a Política Nacional de Saúde Mental. Os resultados demonstram que o tema foi abordado pelos enfermeiros na sua relação com a gravidez na adolescência, resistência ao uso de drogas, a ação do enfermeiro que atua na rede básica e o usuário de drogas, a formação acadêmica do enfermeiro e o seu contato com drogas psicoativas, as facilidades e as dificuldades na implantação de serviços de atendimento/assistência e o atendimento a essa clientela como espaço de trabalho para o profissional enfermeiro. Conclui-se que para assegurar a efetividade da ação de enfermagem as demandas por cuidados das pessoas que apresentam problemas decorrentes uso de drogas, o enfermeiro deverá atuar a partir de uma ação no território, ampliando a rede de relações com familiares, comunidades e instituições sociais. Essa forma de agir fornece mais resolutividade ao sistema de saúde e um nível mais elevado de saúde à população.

Correspondência para: Claudia Mara de Melo Tavares, e-mail: claumara@vr.microlink.com.br