SABER POPULAR DOS USUÁRIOS DE UMA UBS SOBRE PLANTAS MEDICINAIS
Rosa de Fátima Freitas de Carvalho
Elizabeth Teixeira
Girlene da Silva Ferreira
Ilma Ferreira Pastana
Milene Carvalho Gonçalves
INTRODUÇÃO: Este estudo é relevante por se acreditar que a comunidade científica precisa considerar o modo de viver individual e coletivo das pessoas, respeitando concepções e práticas de vida. Esse entendimento pode levar a um atendimento de enfermagem melhor adaptado à cultura do cliente, diminuindo assim o estresse cultural e o conflito potencial entre o cliente e o cuidador. Partindo do pressuposto de que muitas vezes a população faz uso indiscriminado das plantas medicinais e de haver nas proximidades do Centro de Saúde Escola do Marco (CSEM) uma grande feira livre na qual pode se encontrar diversas ervas medicinais à venda, acredita-se que a venda indiscriminada e o uso inadequado das mesmas podem trazer diversos males à saúde, o que pode refletir nos usuários. OBJETIVOS: Avaliar o conhecimento dos usuários sobre o uso das plantas medicinais, verificar quais as plantas que mais utilizam e identificar o perfil destes usuários. METODOLOGIA: Pesquisa qualitativa, realizada com homens e mulheres, maiores de 18 anos. Foram entrevistadas 167 pessoas, entre 18 e 80 anos, nas dependências do CSEM, de julho a setembro de 2004. Os dados obtidos foram agrupados, categorizados segundo a pertinência, relacionados conforme os objetivos deste estudo, sendo apresentados em gráficos e de forma descritiva, com a discussão baseada nas bibliografias consultadas. RESULTADOS: A maioria dos entrevistados é católica (58%), entre 21 e 60 anos (24%), com nível de escolaridade correspondente ao ensino fundamental (62%) e naturais de Belém/Pa (56%). Sendo que 58% dessas pessoas são mulheres e 90% já haviam utilizado algum tipo de planta medicinal. As plantas utilizadas mais citadas pela população foram: Boldo (47%), Cidreira (22%), Verônica (12%), Babatimão (10%) e Canela (8%). Em relação às plantas selecionadas para pesquisa, constatamos que 60% dos entrevistados mencionaram a eficácia do Boldo em problemas hepáticos, 69% utilizam a Arnica e 47% a Andiroba no tratamento de baques, 53% a Copaiba no combate a inflamação, 60% usam o Louro como tempero, 36% a Babosa no tratamento capilar, 52% a Camomila como calmante e 19% fazem uso da Arruda para dor de cabeça. CONCLUSÃO: Concluiu-se que a população entrevistada tem conhecimento superficial sobre o tema, o que pode resultar em uso inadequado e malefícios à saúde. Acredita-se que a enfermagem, têm uma essência cuidadora e educativa, e precisa fomentar ações de educação popular em saúde no que tange à fitoterapia de forma contínua.
Correspondência para: Rosa de Fátima Freitas de Carvalho, e-mail: pinkamor24@hotmail.com
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