Goiânia, 07 de novembro de 2005.

SABER POPULAR DOS USUÁRIOS DE UMA UBS SOBRE PLANTAS MEDICINAIS

Rosa de Fátima Freitas de Carvalho

Elizabeth Teixeira

Girlene da Silva Ferreira

Ilma Ferreira Pastana

Milene Carvalho Gonçalves

INTRODUÇÃO: Este estudo é relevante por se acreditar que a comunidade científica precisa considerar o modo de viver individual e coletivo das pessoas, respeitando concepções e práticas de vida. Esse entendimento pode levar a um atendimento de enfermagem melhor adaptado à cultura do cliente, diminuindo assim o estresse cultural e o conflito potencial entre o cliente e o cuidador. Partindo do pressuposto de que muitas vezes a população faz uso indiscriminado das plantas medicinais e de haver nas proximidades do Centro de Saúde Escola do Marco (CSEM) uma grande feira livre na qual pode se encontrar diversas ervas medicinais à venda, acredita-se que a venda indiscriminada e o uso inadequado das mesmas podem trazer diversos males à saúde, o que pode refletir nos usuários. OBJETIVOS: Avaliar o conhecimento dos usuários sobre o uso das plantas medicinais, verificar quais as plantas que mais utilizam e identificar o perfil destes usuários. METODOLOGIA: Pesquisa qualitativa, realizada com homens e mulheres, maiores de 18 anos. Foram entrevistadas 167 pessoas, entre 18 e 80 anos, nas dependências do CSEM, de julho a setembro de 2004. Os dados obtidos foram agrupados, categorizados segundo a pertinência, relacionados conforme os objetivos deste estudo, sendo apresentados em gráficos e de forma descritiva, com a discussão baseada nas bibliografias consultadas. RESULTADOS: A maioria dos entrevistados é católica (58%), entre 21 e 60 anos (24%), com nível de escolaridade correspondente ao ensino fundamental (62%) e naturais de Belém/Pa (56%). Sendo que 58% dessas pessoas são mulheres e 90% já haviam utilizado algum tipo de planta medicinal. As plantas utilizadas mais citadas pela população foram: Boldo (47%), Cidreira (22%), Verônica (12%), Babatimão (10%) e Canela (8%). Em relação às plantas selecionadas para pesquisa, constatamos que 60% dos entrevistados mencionaram a eficácia do Boldo em problemas hepáticos, 69% utilizam a Arnica e 47% a Andiroba no tratamento de baques, 53% a Copaiba no combate a inflamação, 60% usam o Louro como tempero, 36% a Babosa no tratamento capilar, 52% a Camomila como calmante e 19% fazem uso da Arruda para dor de cabeça. CONCLUSÃO: Concluiu-se que a população entrevistada tem conhecimento superficial sobre o tema, o que pode resultar em uso inadequado e malefícios à saúde. Acredita-se que a enfermagem, têm uma essência cuidadora e educativa, e precisa fomentar ações de educação popular em saúde no que tange à fitoterapia de forma contínua.

Correspondência para: Rosa de Fátima Freitas de Carvalho, e-mail: pinkamor24@hotmail.com