A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA CIRURGIA CARDÍACA PARA O PACIENTE CARDÍACO
Maria do Carmo Lisboa
Márcia Regina Cubas
A representação social interpreta o íntimo da sociedade, representando uma maneira geral do pensar, traduzindo esse pensamento sobre determinado assunto através de figuras metodológicas que permitem recortar as idéias centrais e expressões chaves dos discursos, construindo um só, chamado de discurso do sujeito coletivo. Trazendo o estudo das representações sociais para o contexto dos pacientes acometidos por uma patologia cardíaca, sujeitos sociais, trazem consigo, o produto final deste processo, ou seja, uma idéia pré-estabelecida acerca de sua doença, bem como dos tratamentos possíveis, como: intervenções cirúrgicas uso de medicamentos, restrições, etc. sendo que tudo isso poderá interferir no seu restabelecimento. Diante disso, faz-se necessário conhecer qual a representação social da cirurgia cardíaca para estes pacientes portadores de cardiopatias diante de uma sociedade baseada em uma ciência curativa, que não tem conhecimento sobre sua doença e o procedimento de alto grau de complexidade a que deverá ser submetido para que seu corpo entre em um equilíbrio dinâmico e seja novamente inserido no contexto social, construindo o imaginário social coletivo, com reflexos importantes que podem auxiliar o enfermeiro no planejamento da assistência. Considerando esses fatores, tivemos como objetivo Identificar qual é a representação social da cirurgia cardíaca para o paciente cardíaco, identificando o que ele sabe, como ele sabe e de onde ele sabe. O estudo foi caracterizado por uma pesquisa qualitativa social e como proposta metodológica o Discurso do Sujeito Coletivo. A população do estudo constitui-se de 15 pacientes com indicação de cirurgia cardíaca internados nas unidades de um Hospital Universitário no município de Curitiba. Como critério de intencionalidade utilizamos os dados do CENEPI/Fundação Nacional de Saúde de 1994, citado por Martin, apud Santos, (2002), em relação ao índice de mortalidade no Brasil, que representa 11,6% dos óbitos por doença cardiovascular dos 30 aos 49 anos e 35,7% dos 50 aos 69 anos. A interrupção da rotina de vida normal pela doença causa um turbilhão de sentimentos como ansiedade, o medo da morte, medo de desestruturar sua família na sua ausência, angústia, todos estes sentimentos foram demonstrados durante as entrevistas realizadas e podem ser trabalhados pela enfermagem de uma forma humanizada assistindo o indivíduo com atenção e respeito.
Correspondência para: Maria do Carmo Lisboa, e-mail:
carminhalisboa@hotmail.com
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