1.3.6 Hanseníase

Em relação a natureza e tamanho da carga da hanseníase e as tendências epidemiológicas, estudos concluem que conhece-se pouco sobre o comportamento epidemiológico da doença. Os dados existentes indicam uma situação desigual em cobertura e qualidade dos dados.

 

Levantamento das necessidades de P&D&I

A especialista convidada destacou como necessidades: estudos que possibilitem a cura da doença; Pesquisa clínica básica que possibilite o reconhecimento da hanseníase a partir da avaliação das lesões;.Melhor aporte do SUS para corresponder às demandas referentes à assistência. Foi recomendada a divulgação do conhecimento teórico e prático existente para a população, com o intuito de auxiliar na busca do reconhecimento e tratamento da doença.

A Área técnica do Ministério da Saúde destacou relevante para o desenvolvimento da área:

  1. Estudo amostral de Multidrogaterapia – MDTA.
  2. Inquérito Nacional Escolar de Prevalência de Hanseníase.
  3. Estudo de Custo e Efetividade de Tratamento Precoce em Hanseníase Multibacilar Reacional.
  4. Estudo da Magnitude da Hanseníase em Comunidades Quilombolas e Indígenas.
  5. Pesquisa para validação de casos novos em Hanseníase.
  6. Estudo de marcadores de Síndrome de Talidomida.

Metodologia

O grupo utilizou a metodologia proposta, percorreu todas as etapas e respondeu as questões apresentadas.

Definição de Prioridades de Pesquisa em Saúde – Resultados

1. Qual a natureza e tamanho da Carga da Doença e quais as tendências epidemiológicas?

Conhece-se pouco sobre o comportamento epidemiológico da hanseníase. Os dados existentes indicam uma situação desigual em cobertura e qualidade dos dados.

2. Quais são as atuais intervenções disponíveis e as estratégias de controle da doença?

  • Diagnóstico: sem padrão ouro.
  • Terapêutica: regimes terapêuticos limitados.
  • Prevenção/Reabilitação: efetividade limitada.
  • Vigilância de contatos: Não há consenso sobre a prevenção com BCG e baixa cobertura na vigilância de contatos.
  • Informação/Educação/Comunicação: insuficiência e complexidade (Hanseníase x Lepra).
  • Estratégias de controle: Controvérsias sobre a política de eliminação.

3. Quais os maiores problemas e desafios no controle da doença?

  • Insuficiência de conhecimento:
    • Do processo de transmissão da doença.
    • Da ocorrência de recidiva.
    • Da ocorrência de resistência.
    • Da magnitude dos efeitos adversos dos medicamentos utilizados na hanseníase.
    • Das necessidades demanda dos pacientes de hanseníase no pós-alta.
    • Das estratégias de prevenção e reabilitação nos diferentes níveis de complexidade.
    • Das estratégias de informação, educação e comunicação para hanseníase.
  • Limitação de arsenal terapêutico.
  • Falta de ferramentas para diagnóstico.
  • Insuficiência de padronização dos critérios de classificação para o diagnóstico operacional.
  • Avaliação do processo de descentralização na hanseníase.
  • Obstáculos para a sustentabilidade do processo de descentralização para atenção básica.

4. Quais atividades de P&D&I seriam necessárias para enfrentar estes problemas e desafios?

  • Desenvolvimento de:
    • Novos testes diagnósticos para hanseníase.
    • Novos testes marcadores e preditores de reação hansênica.
    • Novos marcadores de recidiva e resistência medicamentosa.
    • Novos marcadores de suscetibilidade genética.
    • Novas estratégias de controle da hanseníase
  • Estudos de:
    • Cadeia de transmissão da hanseníase.
    • Identificação de grupos de risco.
    • Novas drogas para o tratamento da hanseníase e reações hansênicas.
    • Magnitude dos efeitos adversos dos medicamentos utilizados na hanseníase.
    • Co-morbidades e mortalidade em hanseníase.
    • Testes baseados em biologia molecular para diagnóstico, resistência e transmissão.

5. Quais atividades de P&D&I seriam necessárias para enfrentar estes problemas e desafios?

  • Estudos de:
    • Determinação da taxa de recidiva e de resistência medicamentosa na hanseníase.
    • Validação dos critérios de diagnóstico operacional.
    • Validação dos indicadores epidemiológicos e operacionais do controle da hanseníase.
    • Sustentabilidade do processo de descentralização na hanseníase.
    • Demanda dos pacientes de hanseníase no pós-alta.
    • Estratégias de prevenção e reabilitação nos diferentes níveis de complexidade
    • Estratégias de informação, educação e comunicação para hanseníase.
  • Implementação de:
    • Testes já disponíveis para o diagnóstico de hanseníase.
    • Estratégias para o controle da hanseníase na atenção básica em saúde.
    • Esforço para desenvolvimento de pesquisas operacionais.

6. Quais atividades de P&D&I já estão em andamento? Existem novas oportunidades?

  • Métodos sorológicos para diagnóstico e identificação de grupos de risco.
  • Métodos de tipagem da variabilidade genômica do bacilo.
  • Fontes não humanas de transmissão (tatu, água).
  • Desenvolvimento de teste cutâneo baseado em genômica.
  • Novas ferramentas diagnósticas: PCR e nanotecnologia.
  • Detecção da lesão neural precoce através de novos métodos diagnósticos.
  • Outros estudos aos quais o grupo (neste momento) não teve acesso.

7. Quais seriam as atividades de P&D&I em que o programa doenças negligenciadas teria uma vantagem comparativa de atuação, em comparação com programas já existentes?

  • Programa voltado para doenças negligenciadas, com um número limitado de doenças participantes, que possibilite o investimento prioritariamente voltado aos serviços públicos de saúde.
  • Inovação de estratégias direcionadas aos serviços e a implementação de seus produtos, com interação pesquisa-serviço.

8. Quais devem ser prioridades específicas de P&D&I constantes do próximo edital Decit?

Linhas Prioritárias

  1. Novos testes para diagnóstico, resistência, suscetibilidade e transmissão.
  2. Marcadores preditivos de reação hansênica.
  3. Marcadores de grupos de risco.
  4. Novos esquemas e regimes para o tratamento da hanseníase e reações hansênicas.
  5. Avaliação das estratégias para o controle da hanseníase na atenção básica em saúde.

Recomendações encaminhadas ao Decit sobre estratégias de financiamento

  • Projetos de médio e pequeno porte.
  • Apoio a projetos interinstitucionais, priorizando a interação pesquisa-controle, incluindo grupos emergentes.
  • As necessidades apontadas pela Secretaria de Vigilância em Saúde foram abordadas pelo grupo e considerou-se que as prioridades apontadas neste documento contemplam algumas das necessidades apresentadas pelo Ministério.
Grupo de Trabalho

 


Euzenir N Sarno (coordenadora) IOC/FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz
Ligia R. F. S. Kerr (relatora)
UFC - Universidade Federal do ceará
Cláudio Guedes Salgado UFBA - Universidade Federal da Bahia
Gerson Oliveira Penna UNB - Universidade Federal
Isabela Maria B. Goulart UFU/Uberlândia
Maria Leide W. Oliveira UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Maria Lúcia Fernandes Penna ENSP/FIOCRUZ
Norma Tiraboschi Foss USP/Ribeirão Preto
Philip Noel Sufys IOC/FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz
Rosa Castália F. R. Soares MS - Ministério da Saúde
Vera Lúcia Gomes de Andrade MS - Ministério da Saúde