Contextualização
A escolha dos especialistas para
participar da oficina do edital da Pessoa com Deficiência
teve como base as indicações da área
técnica - Saúde da pessoa com deficiência
- do Ministério da Saúde, consulta na Plataforma
Lattes e a compatibilização entre perfil dos
especialidades e as principais demandas da área.
A Política Nacional de Saúde
da Pessoa Portadora de Deficiência, aprovada pelo
Conselho Nacional de Saúde, tem como objetivo promover,
na perspectiva da inclusão social, a reabilitação,
a proteção à saúde da pessoa
com deficiência, assim como atuar na prevenção
dos agravos que determinam o aparecimento das deficiências.
A produção de conhecimento
científico, sistematizada e destinada à avaliação
da atenção à saúde prestada
à pessoa com deficiência, nos diversos níveis
de cuidado, poderá contribuir para o aperfeiçoamento
da política e das ações de saúde.
O grupo de trabalho destacou como,
objetivos principais, os de promover estudos na área
a definição de prioridades de pesquisa em
saúde da pessoa com deficiência e a construção
do consenso técnico e político entre gestores
e pesquisadores na definição de temas prioritários
de pesquisa em saúde, para elaboração
de edital de pesquisas nessa área.
Metodologia
A discussão teve início
com o destaque das dificuldades encontradas na atenção
à pessoa com deficiência pelos diferentes segmentos.
Por se tratar de um grupo bastante heterogêneo, surgiu
a dificuldade de priorizar os diversos tipos de deficiências,
impossibilitando o consenso do grupo sobre a questão.
Na reunião, a exposição dos problemas
relativos aos diferentes tipos de deficiência demandou
tempo além do esperado, o que impossibilitou a utilização
da matriz proposta. Diante das dificuldades para se chegar
a um consenso, os participantes colocaram questões
relevantes, abrangendo diversos tipos de deficiência,
com destaque para:
1. Necessidade
de estudo de prevalência que subsidie a capacitação
de profissionais e conseqüentemente a intervenção
para as pessoas com deficiência, para as diferentes
áreas.
2. Necessidade de, nos
Programas de Saúde da Família (PSF), se potencializar
uma equipe de saúde para receber a pessoa com deficiência.
3. Necessidade de capacitar
os profissionais dos diferentes níveis de atenção,
uma vez que os deficientes devem ter acesso a todo o sistema.
4. Avaliação
de serviços implantados na rede pública, tais
como a concessão de órteses e próteses.
5. Existência do
problema de segregação domiciliar e institucional.
6. Necessidade de se
incluir o tema deficiência nas políticas e
protocolos assistenciais;
7. Necessidade de se
conhecer os agravos antes ou após a deficiência.
8. Necessidade de avaliar
de indicadores para os agravos e para reabilitação.
Resultados
A seguir, as linhas prioritárias
hieraquizadas e aprovadas pelo grupo de trabalho:
1. Avaliação
dos serviços que integram a rede de atenção
à saúde de pessoas com deficiência Física,
Auditiva, Visual e Mental, em todos os níveis de
atenção (At. Básica, Média e
Alta Complexidade), contemplando os diferentes indicadores
(cobertura, produtividade, satisfação do usuário,
custo x benefício, risco x benefício, eficiência
e eficácia).
2. Avaliar o acesso e
a acessibilidade das pessoas com deficiência aos serviços
de atenção integral à saúde,
excluindo aqueles diretamente relacionados à sua
deficiência.
3. Avaliar a efetividade
da reabilitação da pessoa com deficiência
durante e após o processo de dispensação
de órteses e próteses pelo SUS.
4. Avaliar a efetividade
no controle das doenças infecto-contagiosas na infância,
em relação às deficiências.
5. Avaliar o custo x
efetividade da triagem auditiva neonatal em maternidades
do SUS.
6. Avaliação
do uso das ajudas técnicas essenciais relacionadas
ao cotidiano da pessoa com deficiência.
7. Formulação
de indicadores de vulnerabilidade à saúde
de pessoas com deficiência, utilizando como referência
a Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde.
8. Avaliação
das medidas especiais de proteção à
saúde do trabalhador admitido através do sistema
de cotas para as pessoas com deficiências.
9. Avaliação
de recursos tecnológicos na reabilitação
motora do indivíduo amputado.
10. Avaliar a efetividade
da intervenção precoce no Acidente Vascular
Encefálico, em relação à prevenção
às deficiências.
11. Avaliar a efetividade
da intervenção precoce no trauma crâneo-encefálico
e raqui-medular, em relação à prevenção
às deficiências.
Grupo de Trabalho
Anne Giselle S. de Carvalho |
SEDH - Secretaria de Estado de Direitos
Humanos |
Beatriz Carmem Warth Raymann |
ULBRA - Universidade Luterana do Brasil |
Doris Ruth Lewis – relatora |
USP – Universidade de São Paulo |
Érika Pisaneschi |
DAPE/MS - Departamento de Ações Estratégicas
e Programáticas da Secretaria de Atenção
à Saúde do Ministério da Saúde |
Eucenir Fredini Rocha |
USP - Universidade de São Paulo |
Fernando Donato Vasconcelos |
UFBA - Universidade Federal da Bahia |
Juliana Berninger da Costa |
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico |
Linamara Rizzo Battistella |
USP - Universidade de São Paulo |
Marcos Vinício Borges Mota |
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico |
Marge Tenório |
DECIT/SCTIE/MS- Departamento de Ciência e Tecnologia
da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos
Estratégicos do Ministério da Saúde |
Sheila Miranda da Silva – coordenadora |
DAPE/MS - Departamento de Ações Estratégicas
e Programáticas da Secretaria de Atenção
à Saúde do Ministério da Saúde
|
Thenille Carmo |
DECIT/SCTIE/MS - Departamento de Ciência e Tecnologia
da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos
Estratégicos do Ministério da Saúde |
|