Contextualização
O grupo foi composto a partir de fóruns
constituídos para discutir o tema. A área
Técnica consultada no Ministério da Saúde
foi a Secretaria de Gestão Participativa (SGP).
Iniciada a discussão o grupo
constatou que o processo de priorização dos
temas resultou uma lista mais extensa do que aquela apresentada
na Agenda Nacional de Prioridade de Pesquisa em Saúde
(ANPPS). Isso, segundo análise, ocorreu devido a
uma necessidade real de se ampliar os temas da subagenda,
já que esta foi incorporada na plenária da
2ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia
e Inovação em Saúde, realizada em 2004
e por isso não houve um processo de discussão
mais prolongado. Como conseqüência, este debate
na Oficina de Prioridades para os editais temáticos
2006 serviu como uma continuação daquele primeiro
momento vivenciado no seminário de construção
da ANPPS.
Metodologia
O grupo de trabalho não utilizou
a metodologia proposta. Iniciou o trabalho com a consulta
previa a outros/as especialistas em saúde da população
negra (via e-mail). E, durante a realização
da oficina, resgatou questões relevantes da XII Conferencia
Nacional de Saúde, do Seminário Nacional de
Saúde da População Negra, além
de resultados de Oficinas de Trabalho do CTSPN-MS).
Para o agrupamento e organização
de grandes temas e linhas de pesquisa foi tomada por base
a Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde
(para além da subagenda de saúde da população
negra). O grupo decidiu priorizar os temas e hierarquizar
os subtemas.
Resultado
A seguir, as linhas prioritárias
por tema hierarquizado e subtemas:
1. Racismo como determinante
social das condições de saúde
1.1 Desenvolvimento e
validação de instrumentos e métodos
para mensuração/qualificação
do racismo na saúde em suas dimensões institucional,
programática e de relações interpessoais
(acesso, acessibilidade, qualidade da atenção).
2. Racismo e Saúde
Mental
2.1 Pesquisas sobre racismo,
sofrimento mental, transtornos psicossomáticos e
subjetividades.
2.2 Estudos sobre os
efeitos do racismo e da exclusão social na criança,
adolescente, jovem, adulto e idoso.
2.3 Estudos sobre violência
(institucional, simbólica, religiosa, sexual, física,
doméstica, intrafamiliar, urbana e rural, comunitária),
assédio moral e suas implicações psicossociais
na população negra.
3. Doença Falciforme
3.1 Estudos sobre
traço falciforme e exclusão social.
3.2. Estudos sobre morbi-mortalidade
em doença falciforme.
3.3 Pesquisas clínicas
ou de revisão sistemática sobre o uso de medicamentos
para a doença falciforme, incluindo dependência
química por analgesia potente.
3.4 Estudos sobre os
efeitos da ingestão de alimentos industrializados
acrescidos de ferro nas condições de saúde
das pessoas com doença falciforme.
3.5 Desenvolvimento de
mecanismos e estratégias de educação,
comunicação e informação sobre
doença falciforme.
3.6 Estudos de
avaliação sobre a qualidade da atenção
e do cuidado prestado às pessoas com doença
falciforme.
4. Quesito cor: informação
para tomada de decisão
4.1. Estudos sobre
a existência do quesito cor nos instrumentos utilizados
no SUS (documentos e formulários) e nos sistemas
de informação.
4.2. Estudos sobre o
uso da informação nos processos decisórios
do SUS e no monitoramento das ações em busca
da eqüidade em saúde.
4.3. Estudos sobre indicadores
compostos, tais como carga de doença, índices
de vulnerabilidade, desenvolvimento humano municipal, exclusão
social e qualidade de vida na população negra.
5. Territórios promotores
de saúde (espaços afro-religiosos, quilombos
e outras comunidades tradicionais – urbanas e rurais)
5.1 Investigação
sobre os saberes tradicionais e os cuidados com a saúde.
5.2 Estudos sobre mecanismos
e estratégias para mensuração e qualificação
da autopercepção e das representações
sociais sobre saúde da população negra,
considerando idade, sexo, religião, local de residência
e orientação sexual.
6. Epidemiologia e controle
das doenças e agravos prevalentes
6.1 Estudos sobre
carga de doença e anos potenciais de vida perdidos
(DALY) na população negra.
6.2 Pesquisa sobre
a situação de saúde da população
negra, incluindo comunidades urbanas, rurais e quilombolas.
6.3 Estudos baseados
em evidências para a promoção da saúde,
prevenção de doenças e agravos.
7. Avaliação
de políticas, programas e ações
7.1 Estudos sobre o impacto
diferenciado de políticas, ações e
programas com vistas à promoção da
eqüidade junto à população negra,
considerando: idade, sexo, orientação sexual,
religião e local de residência.
8. Mobilização,
participação e controle social
8.1 Estudos sobre
envolvimento, fortalecimento, capacitação
de lideranças e organizações comunitárias
para a promoção de saúde, gestão
participativa no SUS e combate ao racismo.
8.2 Estudos sobre mecanismos
e estratégias de educação, comunicação
e informação sobre doenças e agravos
prevalentes na população negra.
Grupo de Trabalho
Adailton da Silva
|
SEPPIR - Secretaria Especial de Políticas
de Promoção da Igualdade Racial |
Adriana Andrade do Espírito Santo |
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico |
Damiana Miranda |
UFBA - Universidade Federal da Bahia |
Denise Oliveira e Silva |
CTSPN - Comitê Técnico da Saúde
da População Negra |
Fernanda Lopes |
DFID - Agência de Cooperação Técnica
do Ministério Britânico para o Desenvolvimento
Internacional e Redução da Pobreza |
Francisco Serra |
DECIT/MS - Departamento de Ciência e Tecnologia
da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos
Estratégicos do Ministério da Saúde |
Gilmara Santos |
SGP/MS - Secretaria de Gestão Participativa
do Ministério da Saúde |
Jacqueline Gagliardi |
DECIT/MS - Departamento de Ciência e Tecnologia
da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos
Estratégicos do Ministério da Saúde |
Joice Aragão |
Coordenação do Sangue do Ministério
da Saúde |
Jose Jorge Carvalho |
UNB - Universidade de Brasília |
Lourdes Maria Garcez |
IEC/PA - Instituto Evandro Chagas |
Luis Eduardo Batista |
SES/SP - Secretaria Estadual de Saúde de São
Paulo |
Maria Bezerra |
SGP/MS - Secretaria de Gestão Participativa |
|