2.2 Conferência de abertura

Jarbas Barbosa
Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde

Doenças Negligenciadas no Brasil

 
 
  • Alta incidência em segmentos mais empobrecidos da população - baixa visibilidade social.
  • Precário investimento em:
    • terapêutica (poucas drogas eficazes, quase nenhuma incorporação de novos fármacos)
    • tecnologia de diagnóstico
    • Vacinas
  • Utilização insuficiente de ferramentas já disponíveis para a prevenção e o controle

Nem sempre a solução está na descoberta de novas tecnologias e isso foi responsável pela utopia de declínio inexorável das doenças transmissíveis ocorrido nos anos setenta e oitenta e essa utopia é irrealizável. Temos que pensar no cenário mais amplo, prover acesso às tecnologias já existentes e que não chegam a parcela importante da população.

 
Doenças Negligenciadas
1. Leishmaniose Visceral 7. Oncocercose
2. Esquistossomose 8. Doença de Chagas
1. Tracoma 9. Tuberculose
2. Toxoplasmose 10. Hanseníase
3. Filariose linfática 11. Dengue
4. Peste 12. Malária
 
1. Leishmaniose Visceral
 
 
Medidas de Vigilância, Prevenção e Controle

  • Vigilância e investigação epidemiológica de casos humanos
    • Notificação, análise e divulgação de informações epidemiológicas
  • Vigilância entomológica
    • Levantamento de informações sobre os flebotomíneos
    • Levantamento, investigação e monitoramento entomológico
  • Vigilância epidemiológica sobre cães
    • Alerta aos serviços veterinários
    • Busca ativa de cães sintomáticos
  • Monitoramento
    • Áreas sem transmissão de LV humana ou canina - Inquérito sorológico amostral
    • Áreas com transmissão de LV humana ou canina - Inquérito censitário na área delimitada com transmissão
 
 

Medidas de Vigilância, Prevenção e Controle

  • Medidas preventivas e de controle
  • Medidas de proteção individual
  • Saneamento ambiental
  • Controle população canina errante / Doação de animais/ Uso de telas em canis individuais ou coletivos
  • Borrifação de residências (em 2005*: 348.030)
  • Divulgação de informações sobre medidas de prevenção para eliminação dos prováveis criadouros do vetor
  • Orientação aos órgãos municipais para implementar as ações de limpeza urbana e destino adequado da matéria orgânica
 
 

Desafios

  • Ampliar conhecimento sobre a cadeia de transmissão
  • Aperfeiçoamento de meios diagnósticos
  • Desenvolvimento de novos medicamentos para tratamento dos casos
  • Novas ferramentas para controle
 
2. Esquistossome
 

Medidas de Vigilância, Prevenção e Controle

  • Medidas preventivas e de controle
  • Medidas de proteção individual
  • Saneamento ambiental
  • Controle população canina errante / Doação de animais/ Uso de telas em canis individuais ou coletivos
  • Borrifação de residências (em 2005*: 348.030)
  • Divulgação de informações sobre medidas de prevenção para eliminação dos prováveis criadouros do vetor
  • Orientação aos órgãos municipais para implementar as ações de limpeza urbana e destino adequado da matéria orgânica
 
 

Desafios

  • Descentralização sustentável para os sistemas municipais de saúde
    • Estratégia de Saúde da Família
    • Agentes Comunitários de Saúde
  • Ações integradas de saneamento ambiental
    • Acesso à água tratada
    • Esgotamento
    • Melhorias Sanitárias Domiciliares
  • Vigilância sobre novos focos

3. Tracoma

Ações de vigilância Epidemiológica e controle do Tracoma

Situação Atual – 1999 a 2006

Reestruturação das atividades nos estados e municípios

  • Descentralização do modelo de atenção
    • Apoio à realização de busca e tratamento de casos em áreas indígenas
    • Inquérito Epidemiológico Nacional de Tracoma em Escolares (em execução)
    • Capacitação de Recursos Humanos - 600 profissionais capacitados em 27 UF
    • Plano Nacional de Eliminação do tracoma como causa de cegueira até o ano 2020 (em elaboração )
 
 

Desafios

  • Dados do inquérito epidemiológico em escolares revelam ampla distribuição do tracoma em todas as regiões do país
  • Dos 869 municípios amostrados, 19% (166) apresentaram taxas de detecção do tracoma > 10%; 22% (192) taxas entre 5% e <10%; 41% (357) taxas > 0 e <5%
  • Dificuldades de estimativa e localização de casos de triquíase tracomatosa (TT) em áreas rurais e indígenas
  • Ampliação dos trabalhos de busca ativa em áreas indígenas silenciosas
  • Implantar ações de vigilância e controle do tracoma em toda a rede básica de saúde

4. Toxoplasmose

  • Alta infectividade
  • Ampla distribuição geográfica
    • Grave problema de saúde pública:
    • gravidade da infecção congênita e de suas seqüelas
    • alto risco de recrudescimento da doença em imunodeprimidos
    • grande número de casos de toxoplasmose ocular
    • severidade dos casos de toxoplasmose ativa

Prevalência Mundial

Europa Central: 37 a 58% em mulheres na idade reprodutiva

Países Latino-Americanos *: 51 a 72% em mulheres na idade reprodutiva

* Os últimos inquéritos sorológicos realizados no Brasil registraram índices de prevalência que variaram de 37 a 91%.

 
 

Situação Atual

  • Estruturação da Vigilância Epidemiológica da Toxoplasmose Gestacional e Congênita Documentos Técnicos e Eventos
    • Avaliação Epidemiológica da Toxoplasmose no Brasil
    • Manual de Vigilância Epidemiológica e Controle da Toxoplasmose Gestacional e Congênita – Versão Preliminar
    • I Oficina de Trabalho para Estruturação e Implantação da Vigilância da Toxoplasmose Gestacional e Congênita no País
    • II Oficina de Trabalho para Estruturação e Implantação da Vigilância da Toxoplasmose Gestacional e Congênita no País – a ser realizada nos dias 18 e 19 de abril de 2006
  • Surtos Investigados com o apoio da SVS
    • Santa Isabel do Ivaí–PR – 2002 (426 casos)
    • Santa Vitória do Palmar–RS – 2005 (10 casos)
    • Anápolis–GO – 2006 (168 casos) *
    • Goiânia–GO – 2006 (11 casos) *

* Dados Preliminares

 
 
 

Desafios

  • Garantir continuidade da estratégia de controle:
    • Estratificação das micro-áreas com prevalência da filariose
    • Implantação de MDA (tratamento coletivo) em focos de alta prevalência
    • Tratamento dos MF positivos & casos clínicos
    • Ações de controle do vetor
    • Ações de saneamento ambiental
    • Vigilância epidemiológica em áreas vulneráveis
 
6. Peste
 
 

Desafios

  • Garantir continuidade das ações de vigilância epidemiológica em áreas vulneráveis
 
7. Oncocercose
 
 
 

Desafios

  • Garantir continuidade das ações de tratamento na população acometida
  • Manter vigilância nas áreas vulneráveis
 
8. Doença de Chagas
 
 
 

Desafios

  • Garantir o “esforço final” da interrupção da transmissão vetorial
  • Manter vigilância nas áreas vulneráveis
 
9.Tuberculose
 
 

Principais Ações do PNCT

  • Contratação de uma força-tarefa para reforçar as atividades das equipes estaduais e municipais
  • Capacitação ampla para o pessoal dos laboratórios das 27 UF
  • Realização de ciclos trimestrais de reuniões macro-regionais de mobilização de gestores para a avaliação e o monitoramento das ações de controle de TB
  • Criação do Fórum da Parceria Brasileira para o Controle da TB com a participação de todos os setores da sociedade civil (8 de novembro de 2004)
  • Campanha de rádio e televisão para divulgar as ações de controle da TB
  • Aprovação da proposta ao GFATM
 

 

  • UF com os maiores percentuais de confecção TB/HIV – RS (18,9), SC (18,1), SP (13,3) e PR (10). O Rio de Janeiro apresentou o pior desempenho com 41,4%
 
 

Desafios

  • Avaliação de novas estratégias
  • Vacina capaz de proteger adultos
  • Tratamentos mais curtos
  • Novas drogas para a Tuberculose MDR
 
 
 
 
 
 

Desafios

  • Avaliação de novas estratégias
  • Métodos diagnósticos
  • Tratamentos mais curtos
 

11. Dengue

 
 
 

Principais ações do PNCD

Modificação da estratégia em 2002 e implantação do PNCD:

  • Programa permanente
  • Informação e mobilização comunitária como elemento essencial
  • Preparação da rede assistencial para tratar os casos de FHD
  • Integração com atenção básica
  • Desenvolvimento de novas ferramentas de vigilância como o LIRAa e a MOSQUITRAP
  • Monitoramento permanente dos municípios sob maior risco
  • Implantado programa de capacitação de recursos humanos (gerentes de programas, médicos, agentes de endemias etc)
 
 
 

Desafios

  • Avaliação de novas estratégias
  • Desenvolvimento de vacina
  • Aperfeiçoamento de instrumentos de vigilância
 
12. Malária
 
 
 
 
 
 
 

Principais ações do PCNM

  • Descentralização das ações de diagnóstico e tratamento
  • Restabelecimento das ações integradas de controle do vetor
  • Melhoraria da qualidade assistencial para casos graves
  • Implantação de notificação regular e oportuna dos casos
  • Articulação intersetorial (MS/MDA/MMA)
  • Fortalecimento da mobilização política para priorizar ações de vigilância e controle da malária na Amazônia Legal

Desafios

  • Avaliação de novas estratégias
  • Métodos diagnósticos
  • Novos tratamentos que garantam mais adesão e respondam ao desafio da resistência

Doenças Negligenciadas
Estudos e Pesquisas Apoiados pela SVS

Leishmaniose

  • Estudo clínico para avaliar a eficácia do Desoxicolato de Anfotericina B e Anfotericina B Lipossomal, comparado com o Antimoniato de Meglumina em pacientes com leishmaniose visceral.
  • Estudo para avaliar o custo efetevidade do Antimoniato de Meglumina, Desoxicolato de Anfotericina B e Anfotericina B Lipossomal em pacientes tratados com leishmaniose visceral
  • Avaliação do uso de coleiras impregnadas com Deltametrina a 4%
  • Avaliação de vacina anti-LV canina

Doença de Chagas

  • Estudo de validação da PCR como metodologia confirmatória para doença de Chagas.
  • Estudo de avaliação dos efeitos teratogênicos e reprodutivos da doença de Chagas e tratamento com benzonidazol.
  • Avaliação da resposta terapêutica das diferentes cepas de T. cruzi nas diversas regiões geográficas.

Esquistossomose

  • Desenvolvimento de métodos diagnósticos, mais sensíveis e específicos que os atuais (coproscópico e sorológico), de portadores de infecção de esquistossomose para aplicação às condições epidemiológicas das regiões de baixa prevalência e áreas sob controle.
  • Estudo de morbimortalidade das formas graves da esquistossomose;
  • Desenvolvimentos de novos moluscocidas.
  • Avaliação de efetividade de ações de saneamento

Malária

  • Avaliação de métodos alternativos para captura de anofelinos.
  • Competência vetorial de Anopheles marajoara.
  • Fatores determinantes e associados à transmissão de malária na região sudeste (ES e RJ).

Dengue

  • Desenvolvimento de novas metodologias de avaliação de densidade de infestação.
  • Desenvolvimento de modelo operacional de trabalho de campo estratificado por risco de transmissão (níveis de infestação, notificações, condições sócio-ambientais, depósitos preferenciais, entre outros) em grandes centros urbanos.
  • Desenvolvimento de novas estratégias de monitoramento rápido para análises integradas de dados clínico-epidemiológicos, entomológicos e virológicos.
  • Desenvolvimento de modelos preditivos do risco de transmissão da infecção pelos vírus da dengue.