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2.5 Roteiro
para discussão |
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2.5.1 Roteiro
para o Grupo de Trabalho
Comunicação e Informação
em Saúde, Gestão do Trabalho, Gestão
da Educação, Kits Diagnóstico, Genética
Clinica, da População Negra, Saúde
da Pessoa com Deficiência e Fármacos
Apresentação
O processo de construção
dos editais pauta-se nas prioridades apontadas na ANPPS,
que está longe de traduzir-se na enumeração
de enfermidades e agravos, sendo necessário levar
em consideração as necessidades de estudos
para aperfeiçoamento das políticas, as lacunas
de conhecimento existentes nas áreas e a disponibilidade
de recursos financeiros.
Nesta oficina serão definidas
as prioridades de pesquisa nas áreas citadas, com
exceção de Saúde e Ambiente; Envelhecimento
populacional e saúde da pessoa idosa; Determinantes
Sociais; Kits Diagnóstico, Saúde suplementar
e Doenças negligenciadas.
Objetivos
- Definir prioridades de pesquisa em saúde
nos temas contemplados nos editais 2006 nos editais MS/Decit,
MCT/Finep, MCT/CNPq.
- Favorecer a construção
do consenso técnico e político entre gestores
e pesquisadores na definição de temas prioritários
de pesquisa em saúde.
Dinâmica da oficina
a. Serão realizadas
palestras, trabalhos de grupo e plenária final
para apresentação das prioridades de pesquisa
em saúde nos temas citados.
b. Grupos de trabalho: Serão constituídos
10 grupos nas seguintes áreas:
- Saúde da Pessoa com Deficiência;
- Saúde da População
Negra;
- Saúde da População
Masculina;
- Gestão do Trabalho;
- Gestão da Educação;
- Comunicação e Informação
em Saúde;
- Genética Clínica;
- Avaliação de Tecnologias
em Saúde;
- Fármacos.
Nos temas de Saúde e Ambiente;
Envelhecimento populacional e saúde da pessoa
idosa; Determinantes Sociais e Kits Diagnóstico
foram realizados grupos de discussão sistemáticos
entre especialistas e gestores para a definição
das prioridades de pesquisa. Os representantes de cada
grupo apresentarão os resultados na Plenária
final.
c. Cada grupo terá
entre 10 e 12 participantes, entre gestores de saúde
e pesquisadores vinculados a instituições
de ensino e pesquisa.
d. A discussão
se centrará na definição dos temas
e linhas de pesquisa prioritários. Entende-se por
temas de pesquisa os tópicos mais específicos
e agregados em cada área. Esses temas podem contemplar
qualquer etapa da cadeia do conhecimento, da pesquisa
fundamental até a pesquisa operacional, sem restrições
quanto às áreas do conhecimento envolvidas.
Na maioria dos casos, os temas estarão associados
a prioridades de saúde. Porém, será
mais comum a existência de prioridades de saúde
das quais não derivem prioridades de pesquisa em
saúde. Problemas de pesquisa são desdobramentos
dos temas caracterizando-se por lacunas identificadas
no conhecimento relativo à área.
Para cada grupo será disponibilizado
um levantamento sobre as pesquisas financiadas, entre
2003 e 2005, em cada área e os grupos e linhas
de pesquisa no país.
e. Cada grupo de trabalho
terá um coordenador e um relator. Os coordenadores
serão indicados pelo Decit e o relator eleito pelo
grupo de trabalho. Técnicos do Decit apoiarão
na relatoria. Caberá aos coordenadores a responsabilidade
pela condução da dinâmica do trabalho
visando alcançar os objetivos propostos. Facilitadores
auxiliarão no andamento dos trabalhos.
f. Os relatórios
dos grupos serão elaborados pelos coordenadores
e relatores, tendo 15 minutos para serem apresentados
na plenária final. Os relatórios devem conter
o consenso dos grupos em relação aos conhecimentos
que justificam as prioridades de pesquisa e os temas e
linhas de pesquisa.
g. O Departamento de
Ciência e Tecnologia será responsável
pela consolidação, formatação,
publicação e divulgação do
relatório final da oficina.
Metodologia para a definição
de prioridades
A partir das experiências internacionais,
apresentamos, a seguir, um roteiro composto por cinco critérios
a serem considerados para a definição de prioridades
de pesquisa¹. Para cada
critério serão apresentados seus objetivos
e questões a serem consideradas no debate. |
¹
Global Forum for Health Research. Helping correct the 10/90
gap, 2004. |
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Magnitude do problema
e carga de doença
Objetivo
Aplicar métodos e indicadores
padronizados, como por exemplo, os coeficientes de morbi-mortalidade
e o indicador DALY (Disability Adjusted Life Years – anos
de vida perdidos ajustados por incapacidade).
Questões
Quais são as principais doenças/agravos
ou problemas relacionados ao temas, considerando a equidade
e justiça social? Algumas perguntas podem orientar
o debate:
- Qual o tamanho e natureza da doença/agravo
ou problema?
- - Quais as estratégias atuais
disponíveis, em nível institucional, comunitário
e individual, para o controle de doenças/ agravos
ou problemas? Porque persiste o problema?
- Quais os principais desafios ou dificuldades
para resolução do problema?
- Que tipos de pesquisas são necessários
para abordar os problemas?
- O que está sendo realizado em
pesquisa e desenvolvimento tecnológico? Quais as
oportunidades de pesquisa existentes?
Determinantes
Objetivo
Analisar os fatores de risco responsáveis
pela persistência das doenças, agravos e problema,
considerando as seguintes situações:
- falta de conhecimento sobre a
doença e agravos;
- ausência de estratégias
para a intervenção;
- fracasso no emprego das estratégias
existentes;
- limitações das estratégias
existentes, em nível institucional, comunitário
e individual;
- fatores externos à área
da saúde, ou seja, de responsabilidade de outros
setores.
Questão
Analisar os determinantes da carga
de doenças/agravos ou problemas e seus fatores de
risco, segundo os diferentes níveis de intervenção:
individual, familiar, comunitário; sistema e serviços
de saúde; instituições de pesquisa;
políticas governamentais e outros setores com impacto
na saúde.
Conhecimento atual disponível
Objetivo
Analisar a base de conhecimento atualmente
disponível que contribui para reduzir ou eliminar
a carga de uma doença específica, os agravos
e fatores de risco, bem como para a solucionar um problema
específico.
Avaliar a aplicabilidade das soluções
propostas na literatura pertinente, considerando o custo-efetividade
das intervenções existentes.
Questão
Avaliação do conhecimento
científico e tecnológico disponível
para auxiliar na redução ou eliminação
da carga da doença/agravos, seus fatores de risco
ou problemas.
Custo-efetividade
Objetivo
Avaliar, em comparação
com outras potenciais intervenções, os esforços
de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em determinada área.
Examinar se o desenvolvimento de pesquisas
futuras reduziria custos, permitindo que as intervenções
fossem comparadas e aplicadas a diversos segmentos populacionais.
Questão
Avaliação do custo-efetividade
das possíveis intervenções e a possibilidade
de sucesso para reduzir a magnitude de um problema.
Fluxo de recursos
Objetivo
Considerar o investimento atual direcionado
para a pesquisa em doenças, agravos e problemas em
questão.
Questão
Qual a factibilidade de recursos humanos
e financeiros para essa doença, agravo ou problema?
Objetivo
Considerar o investimento atual direcionado
para a pesquisa em doenças, agravos e problemas em
questão.
Questão
Qual a factibilidade de recursos humanos
e financeiros para essa doença, agravo ou problema? |
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2.5.2
Roteiro para o Grupo de Trabalho – Avaliação
de Tecnologias em Saúde
Esse grupo de trabalho tem como objetivos
validar os critérios e a metodologia de priorização
de estudos em ATS;definir prioridades de estudos em ATS;
favorecer a construção do consenso técnico
e político entre gestores e pesquisadores na definição
de estudos em ATS.
Dinâmica
O grupo de trabalho terá um
coordenador e um relator. O coordenador será indicado
pelo DECIT e o relator eleito pelo grupo de trabalho. Técnicos
do DECIT apoiarão na relatoria. Caberá ao
coordenador a condução da dinâmica de
trabalho, visando alcançar os objetivos propostos,
e ao relator sintetizar e apresentar o resultado do trabalho
de grupo.
O relatório do grupo será
elaborado pelo coordenador e relator, devendo ser apresentado
na plenária final. O relatório deve conter
o consenso do grupo em relação ao estabelecimento
dos temas e das prioridades de estudo em avaliação
de tecnologias em saúde.
O DECIT será responsável
pela consolidação, formatação,
publicação e divulgação do relatório
final da oficina.
Metodologia
Apresentação de alguns
temas a serem priorizados, selecionados a partir de reuniões
prévias com áreas técnicas e agências
vinculadas ao Ministério da Saúde (SAS, ANVISA,
SVS, SCTIE/DAF).
Os participantes, a partir de consenso,
poderão acrescentar temas aos já apresentados.
Discussão de diretrizes gerais
para os editais na área de ATS.
Produto: listagem com temas de estudos
em ATS |
Cada
participante receberá um formulário
contendo os critérios de priorização
de estudosem avaliação de tecnologias
em saúde. Os critérios deverão
receber um peso de 1 a 5, segundo esquema abaixo,
dependendo do grau de importância atribuído
pelo participante.
Pouca importância 1
5 Grande importância
Os critérios de
priorização de avaliação
de tecnologias são:
- Gravidade e prevalência da condição
de saúde
- Custo social da condição de saúde
- Potencial dos resultados do estudo para melhorar
o resultado/benefício para a saúde
- Potencial dos resultados do estudo para mudar
os custos para o sistema de saúde
- Potencial dos resultados do estudo para contribuir
para a melhoria da qualidade da assistência
- Potencial dos resultados do estudo em reduzir
os riscos para a saúde
- Custo unitário ou agregado da tecnologia
frente à demanda de utilização
- Suficiente disponibilidade de evidência
científica
- Controvérsia ou grande interesse entre
os profissionais da saúde
- Exigências de ações do Estado
Tais critérios foram obtidos por meio de consulta
à literatura internacional ¹
e compatibilizados com algumas dimensões da
matriz combinada apresentada pelo Fórum Global
para Pesquisa em Saúde ²
.
Os participantes da oficina poderão, se necessário,
sugerir inclusão e/ou exclusão de critérios,
não excedendo a 10 critérios.
Os participantes receberão também um
formulário para a priorização
de cada tema apresentado.
O participante, considerando o tema apresentado,
deverá atribuir valores de 1 a 5, conforme
a mesma escala apresentada anteriormente, de acordo
com os critérios de priorização.
Utilizando a metodologia apresentada por Donaldson,
será utilizada a seguinte fórmula para
ranqueamento dos temas analisados:
tema
= P1 critério 1
* ln (valor dado1 critério
1) + ... + P n critério n * ln (valor dadon
critério n) será calculada a mediana
dos escores de cada tema por participante e, desta
forma, estipulado o ranking de prioridades. |
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¹
Oortwijn W.J., Vondeling H., Bouter L. The use of societal
criteria in priority setting for health technology assessment
in The Netherlands. Initial experiences and future challenges.
Int J Technol Assess Health Care, 14(2):226-36, 1998..
¹
Shani S., Siebzehner M.I., Luxenburg O., Shemer I. Setting
priorities for the adoption of health technologies on a
national level – the Israeli experience. Health Policy (54),
2000, pp.169-185.
¹
Davies L., Drummond M., Papanikolaou P. Prioritizing investments
in health technology assessment. Can we assess potential
value for money? Int J Technol Assess Health Care;16(1):73-91,
2000.
²
Ghaffar A., de Francisco A., Martlin S. Abordagem da matriz
combinada: Um instrumento para a definição
de prioridades de pesquisa em saúde. Fórum
Global para Pesquisa em Saúde, Ajudando a corrigir
o desequilíbrio 10/90, 2004.
³ Donaldson,
1992. |
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Critérios
de priorização de avaliação
de tecnologias em saúde
Gravidade e prevalência da condição
de saúde: refere-se à magnitude do problema,
aos indicadores de morbidade, mortalidade, incapacidade,
carga de doença e fatores de risco da doença
ou agravo para a qual a tecnologia está sendo indicada.
Custo social da condição
de saúde: relaciona-se aos estigmas sociais, perdas
da capacidade de trabalho e de convívio social, gastos
previdenciários devido a aposentadorias por invalidez,
etc.
Potencial dos resultados do estudo
para melhorar o resultado/benefício para a saúde:
refere-se à possibilidade do estudo em contribuir
para a melhoria da qualidade de vida, considerando a efetividade
e a eficácia da tecnologia avaliada.
Potencial dos resultados do estudo
para mudar os custos para o sistema de saúde: refere-se
às possíveis alterações, de
aumento ou redução, nos custos de procedimentos/intervenções
geradas pelo futuro estudo.
Potencial dos resultados do estudo
para contribuir para a melhoria da qualidade da assistência:
refere-se à possibilidade do estudo em gerar melhorias
em todos os níveis de atenção à
saúde.
Potencial dos resultados do estudo
em reduzir os riscos para a saúde: refere-se à
possível contribuição da tecnologia
a ser estudada na redução dos riscos para
a saúde em relação à segurança
da intervenção.
Custo unitário ou agregado
da tecnologia frente à demanda de utilização:
refere-se à análise do custo da tecnologia
e do seu impacto para o sistema de saúde, frente
à demanda de utilização. Por exemplo,
tecnologias de baixo custo unitário que tenham grande
impacto econômico final para o sistema, dependendo
da demanda, ou tecnologias de alto custo que tenham pequena
demanda.
Suficiente disponibilidade de evidência
científica: refere-se à análise da
disponibilidade de estudos de qualidade na área e
da necessidade de realização de novos estudos.
Controvérsia ou grande interesse
entre os profissionais da saúde: refere-se à
análise dos interesses das classes profissionais
e da discussão ou discordância sobre a efetividade
da intervenção a ser avaliada. Existência
de pressão por parte dos profissionais.
Exigência de ações
do Estado: refere-se à análise da existência
de pressão política (associações
de portadores de patologias, pesquisadores, Ministério
Público, Judiciário, organismos internacionais,
países do Mercosul, etc.) para que dada tecnologia
seja avaliada ou rapidamente incorporada. Relaciona-se também
à análise da necessidade de tomada de decisão
reguladora, de incorporação ou de abandono
da tecnologia. |
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