Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial da União
O Secretário de Atenção à Saúde, no uso de suas atribuições,
Considerando a importância do papel que desempenham os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para a melhoria da qualidade da atenção à saúde, para a prescrição segura e eficaz, para a atualização e democratização do conhecimento, para a melhoria da qualidade da informação prestada aos doentes e para a melhoria dos processos gerenciais dos programas assistenciais;
Considerando a necessidade de se estabelecer critérios de diagnóstico e tratamento de enfermidades, e, observando ética e tecnicamente a prescrição médica, promover o uso racional dos medicamentos para o tratamento de doenças por meio de regulamentação de indicações e esquemas terapêuticos;
Considerando que os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas são resultado de consenso técnico-científico e são formulados dentro de rigorosos parâmetros de qualidade, precisão de indicação e posologia;
Considerando a necessidade de estabelecer mecanismos de acompanhamento de uso e de avaliação de resultados, garantindo assim a prescrição segura e eficaz;
Considerando a necessidade de se promover ampla discussão desses Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas, possibilitando a participação efetiva, na sua formulação, da comunidade técnico-científica, associações médicas, profissionais da saúde, associações de pacientes, usuários e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) e da população em geral;
Considerando a necessidade de estabelecer o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas - Anemia Hemolítica Auto-imune; e
Considerando a Portaria SAS/MS nº 375, de 10 de novembro de 2009, que aprova o roteiro a ser utilizado na elaboração de PCDT, no âmbito da Secretaria de Atenção à Saúde - SAS, resolve:
Art. 1º Submeter à Consulta Pública o PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS - ANEMIA HEMOLÍTICA AUTO-IMUNE, constante do Anexo deste Ato e o Termo de Esclarecimento e Responsabilidade dele integrante.
Parágrafo único. O Protocolo Clínico e o Termo de Esclarecimento e Responsabilidade, de que trata este Artigo, encontram-se disponíveis, também, no sítio: www.saude.gov.br/sas.
Art. 2º Estabelecer o prazo de 30 (trinta) dias a contar da data da publicação desta Consulta Pública, para que sejam apresentadas sugestões, devidamente fundamentadas, relativas ao Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de que trata o art. 1º desta Consulta Pública.
§1º As sugestões devem ser encaminhadas, exclusivamente, para o seguinte endereço eletrônico: pcdt.consulta2010@saude.gov.br, especificando o número da Consulta Pública e o nome do Protocolo no título da mensagem.
§2º As sugestões enviadas deverão, obrigatoriamente, estar fundamentadas em:
I. Estudos Clínicos de fase III - realizados no Brasil ou exterior; e
II. Meta-análises de Ensaios Clínicos.
Art. 3º Determinar que a Secretaria de Atenção à Saúde, por meio do Departamento de Atenção Especializada, coordene a avaliação das proposições apresentadas, elaborando a versão final consolidada do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas ora submetido à Consulta Pública, para que, findo o prazo estabelecido no art. 2º deste Ato, seja aprovado e publicado, passando a vigorar em todo o território nacional.
Parágrafo único. O novo Protocolo passará a vigorar em todo o território nacional após a devida aprovação e publicação por meio de Portaria específica.
Art. 4º Esta Consulta Pública entra em vigor na data de sua publicação.
ANEXO
PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS
ANEMIA HEMOLÍTICA AUTO-IMUNE
1 - METODOLOGIA DE BUSCA DA LITERATURA
Foi realizada busca na base de dados Medline/Pubmed com os termos "Anemia, Hemolytic, Autoimmune" [Mesh] AND "Diagnosis" [Mesh] AND "Therapeutics" [Mesh], restringindo a estudos em humanos, resultando em 345 artigos. Quando realizada a pesquisa em relação à terapêutica, nos seguintes termos "Anemia, Hemolytic, Autoimmune"[Mesh] AND "Therapeutics"[Mesh] com restrição para ensaios clínicos randomizados, meta-análises e estudos em humanos foram encontrados 19 publicações.
Na biblioteca Cochrane, utilizando-se o termo "Autoimmune Hemolytic Anemia", não foram localizadas revisões sistemáticas.
Além das fontes acima, foi consultado o "UpToDate", versão 18.2 (disponível no site http://www.uptodateonline.com). Foram também consultadas as referências destas fontes com identificação de séries de casos e estudos de coorte. Relatos de casos não foram utilizados para a elaboração deste Protocolo.
2 - INTRODUÇÃO
Anemia hemolítica auto-imune (AHAI) é uma condição clínica incomum em que auto-anticorpos se ligam à superfície dos eritrócitos, ocasionando sua destruição via sistema complemento ou sistema retículoendotelial (1).
A AHAI é classificada de acordo com a temperatura de reatividade dos anticorpos aos eritrócitos. Na AHAI a quente, os auto-anticorpos "quentes" reagem mais fortemente à temperatura corporal (37°C), sendo incapazes de aglutinar as hemácias, e a hemólise ocorre pela destruição pelo sistema retículoendotelial. Na AHAI a frio, os auto-anticorpos "frios" se ligam aos eritrócitos em temperaturas entre 4-18°C, podendo levar à aglutinação de eritrócitos na circulação sanguínea, ativando o sistema complemento e acarretando em hemólise (2). A forma mista caracteriza-se pela coexistência dos dois tipos de anticorpos (3).
A AHAI também pode ser classificada com base na sua etiologia. A AHAI idiopática ou primária não apresenta correlação com doença de base, já a secundária está associada a doenças linfoproliferativas, imunodeficiências, uso de medicamentos ou neoplasias. As doenças linfoproliferativas são responsáveis por mais da metade dos casos de AHAI secundárias. Nos pacientes com doença idiopática a prevalência é maior em mulheres, com pico entre a quarta e quinta década de vida (4).
Trata-se de condição rara e não existem estudos sobre AHAI disponíveis com dados de prevalência ou incidência nacionais ou internacionais.
2.1 - AHAI POR ANTICORPOS QUENTES
Os anticorpos que reagem à temperatura corporal são quase sempre IgG, raramente IgM ou IgA. Os anticorpos "quentes" são responsáveis por cerca de 70% a 80% de todos os casos de AHAI, podendo ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum em mulheres adultas. A AHAI a quente é classificada como AHAI secundária em cerca de 25% dos casos, sendo as doenças associadas mais freqüentes as neoplasias linfoides, doenças do colágeno como lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide e imunodeficiências (5). Medicamentos também são causas freqüentes de AHAI a quente. Os medicamentos classicamente descritos como causadoras são as cefalosporinas, levodopa, metildopa, penicilinas, quinidina e antiinflamatórios não-esteroidais (3).
2.2 - AHAI POR ANTICORPOS FRIOS
Os anticorpos ativos em baixas temperaturas causam duas doenças clínicas distintas: a doença das aglutininas ao frio (crioaglutininas) e a hemoglobinúria paroxística a frio.
A doença das aglutininas a frio é mediada por anticorpo IgM contra antígenos polissacarídeos na superfície das hemácias em 90% dos casos (6). Os anticorpos "frios" são usualmente produzidos em resposta a infecções ou por doenças linfoproliferativas. As infecções mais comumente associadas a este quadro são a pneumonia por micoplasma, causada usualmente pelo M. pneumoniae e a mononucleose infecciosa pelo vírus Epstein Barr. A forma mais comum, no entanto, é a idiopática, ocorrendo principalmente em indivíduos na sexta e sétima décadas de vida (4).
A hemoglobinúria paroxística ao frio é um subtipo raro de AHAI descrita inicialmente como manifestação da sífilis terciária. Em virtude do importante declínio da ocorrência de sífilis terciária, os raros casos descritos nos últimos anos estão relacionados a infecções virais especialmente em crianças. A patogênese resulta da formação do anticorpo policlonal de Donath-Landsteiner, um anticorpo IgG direcionado ao antígeno P da superfície de membrana eritrocitária. Esse anticorpo ativa diretamente a cascata de complemento, causando hemólise intravascular. Os anticorpos geralmente aparecem cerca de uma semana após o início de infecções e persistem por um a três meses. As crises são precipitadas quando há exposição ao frio e estão associadas à hemoglobinúria, calafrios, febre, dor abdominal e nos membros inferiores. A hemoglobinúria paroxística ao frio usualmente tem curso auto-limitado (7).
3 - CLASSIFICAÇÃO ESTATÍSTICA INTERNACIONAL DE DOENÇAS E PROBLEMAS RELACIONADOS À SAÚDE (CID-10)
- D59.0 Anemia hemolítica auto-imune induzida por droga
- D59.1 Outras anemias hemolíticas auto-imunes
4 - DIAGNÓSTICO
4.1 - DIAGNÓSTICO CLÍNICO
A apresentação clínica e a história natural da AHAI a quente são bastante variáveis, pois dependem da quantidade e efetividade dos anticorpos que causam a anemia. Nas formas mais brandas, a única manifestação é o teste de Coombs direto positivo, sem sintomas clínicos. Nesses casos, a pequena quantidade de anticorpos presentes na superfície dos eritrócitos permite que o sistema retículo-endotelial reconheça como células normais (8). Na maioria dos pacientes a anemia é moderada à grave (hemoglobina entre 6 e 10 g/dL), estando a sintomatologia relacionada com a velocidade com que a anemia se instala e a capacidade funcional do indivíduo. Os sintomas estão relacionados com a anemia, sendo dispnéia, fadiga, palpitações e cefaléia os mais comuns. No exame físico, encontram-se variados graus de palidez e icterícia, e o baço geralmente está aumentado (1,9). O curso da doença é variável, tendo relação com a faixa etária do paciente. Em crianças é geralmente autolimitada e em adultos é usual-mente crônica, podendo apresentar exacerbações e remissões ao longo do tempo (1,10).
Na AHAI a frio, o quadro clínico está relacionado com a presença da anemia e aglutinação das hemácias quando exposição ao frio. A maioria dos pacientes apresenta anemia leve representada clinicamente por palidez e fadiga. Nos meses de inverno, no entanto, pode haver piora da anemia e hemólise aguda, ocasionando hemoglobinemia, hemoglobinúria e icterícia. Acrocianose e fenômeno de Raynaud podem ocorrer, pois o sangue, nas extremidades, é mais suscetível às temperaturas externas. Raramente esses episódios são acompanhados de oclusões vasculares seguidos de necrose (1). A apresentação clínica dos pacientes com a forma secundária a infecções é autolimitada. Os sintomas comumente aparecem duas a três semanas após o início da infecção e se resolvem espontaneamente duas a três semanas mais tarde (11).
4.2 - DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Para o diagnóstico de AHAI devem ser realizado os seguintes exames complementares:
- Hemograma com plaquetas: deve evidenciar anemia, caracterizada por hemoglobina inferior a 13 g/dL em homens e 12 g/dL em mulheres. A presença de plaquetopenia (contagem total de plaquetas abaixo 150.000/mm3) caracteriza a Síndrome de Evans.
- Teste direto de Coombs: deve ser positivo, caracterizando anticorpos ligados à superfície das hemácias.
- Teste para comprovação de hemólise: caracterizado pela presença de aumento de reticulócitos e desidrogenase láctica (DHL), além da redução dos níveis séricos de haptoglobina. A bilirrubina indireta pode estar elevada nos pacientes com hemólise grave. Para o diagnóstico de hemólise pelo menos um destes testes deve estar alterado, sendo a haptoglobina o teste mais sensível.
- Identificação do anticorpo ligado à superfície das hemácias (realizada na prova de Coombs): nas AHAI a quente, usualmente revela a presença de IgG ligada às hemácias. Nas AHAI a frio por crioaglutininas, em geral revela a presença de C3 ligado às hemácias, sugerindo presença anticorpo da classe IgM (12).
- Pesquisa de autocrioaglutininas (crioaglutininas ou aglutinação a frio): é usualmente positiva nas AHAI a frio por crioaglutininas.
5 - CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Serão incluídos neste protocolo de tratamento os pacientes que preencherem ambos os requisitos abaixo:
- Hemograma com anemia pelo menos moderada (Hb abaixo de 10 g/dl) e
- Teste de Coombs direto positivo e comprovação laboratorial de hemólise demonstrada por reticulocitose ou aumento de lactato desidrogenase ou redução da haptoglobina;
Será necessária ainda identificação do subtipo que, para o diagnóstico devem apresentar um dos critérios abaixo: Serão também incluídos os subtipos que, para o diagnóstico, apresentar os critérios abaixo:
- Para anemia por anticorpos quentes: apresentar detecção do anticorpo ligado por anti-IgG ou anti-IgA;
- Para doença das aglutininas ao frio (crioaglutininas): apresentar detecção de complemento ligado por anti-C3 e pesquisa de crioaglutininas positiva com títulos superiores a 1:40;
- Para hemoglobinúria paroxística ao frio: apresentar detecção do anticorpo ligado por anti-IgG, com teste de Donath-Landsteiner positivo.
Observação: Os critérios de inclusão contemplam o diagnóstico de AHAI e de seus subtipos, porém o tratamento para cada um deles difere.
6 - CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Serão excluídos deste protocolo de tratamento pacientes que apresentarem hipersensibilidade ou intolerância aos medicamentos propostos.
7 - CASOS ESPECIAIS
SÍNDROME DE EVANS
A síndrome de Evans é uma doença incomum de adultos e crianças, com prevalência não definida, em que há uma combinação de AHAI e púrpura trombocitopênica imunológica, associados ou não à neutropenia. A maioria dos casos são idiopáticos, mas existem vários relatos descrevendo associação com Lupus Eritematoso Sistêmico, doenças linfoproliferativas e após transplante alogênico de células tronco hematopoiéticas.
A síndrome é caracterizada por períodos de remissões e exacerbações. O melhor tratamento dessa doença não está estabelecido, uma vez que ocorre resposta insatisfatória aos medicamentos utilizados para o tratamento da AHAI e púrpura trombocitopênica imunológica.
Inexistem estudos randomizados para o tratamento da Síndrome de Evans, sendo tratada com corticosteroides na maior parte dos casos relatados (26). Inicia-se habitualmente com prednisona 1mg/Kg com objetivo de elevar hemoglobina acima de 10g/dL e plaquetas acima 50.000/mm3, realizando posteriormente redução lenta do fármaco.
8 - TRATAMENTO
O tratamento tem como objetivo reduzir o grau de hemólise, acarretando em elevação da hemoglobina e melhora dos sintomas. Nos casos de AHAI secundária é importante realizar também o tratamento da causa base, seja pela suspensão de fármacos que possam estar desencadeando o processo, seja pelo tratamento de doenças linfoproliferativas ou auto-imunes associadas. A correta identificação do tipo de AHAI é fundamental, já que o tratamento e o curso da doença são diferentes.
A maioria dos autores indica a suplementação com ácido fólico, uma vez que o consumo medular dessa vitamina está aumentado pela maior eritropoese que ocorre nesses doentes. A deficiência do ácido fólico pode resultar em crise megaloblástica, quando a medula não consegue fabricar hemácias adequadamente, acarretando anemia grave. Há poucos ensaios clínicos randomizados para o tratamento desta doença, sendo a maior parte das evidências de tratamento proveniente de série de casos. (4, 5, 15, 19, 20, 22).
8.1 - AHAI POR ANTICORPOS QUENTES
Neste tipo de AHAI podem ser usadas as seguintes classes de medicamentos: corticosteroides e agentes imunossupressores. Além do tratamento medicamentoso, a esplenectomia também tem papel no tratamento destes pacientes.
CORTICOSTEROIDES:
Estes medicamentos constituem a primeira linha de tratamento da AHAI por anticorpos quentes. Diversas séries de casos demonstram que a maior parte dos pacientes apresenta melhora clínica na primeira semana de tratamento, sendo que 80% a 90% respondem à terapia nas três primeiras semanas (3, 8, 13).
O medicamento empregado é a prednisona. Pacientes com anemia grave (hemoglobina abaixo de 7g/dL) necessitam usualmente de pulsoterapia com metilprednisolona.
Pacientes que não apresentaram resposta nesse período dificilmente obterão benefício com tempo maior de uso. Estudo publicado por Zupanska avaliou 97 pacientes com AHAI, demonstrando que os corticosteroides foram mais efetivos na fase aguda da hemólise (resposta em 68,6%) do que no tratamento crônico (resposta em 35%) (13). A recorrência da hemólise após suspensão dos corticosteroides pode ocorrer, sendo indicado o reinício do medicamento. Na ocorrência de refratariedade ao tratamento, está indicada terapia de segunda linha, com esplenectomia ou um agente imunossupressor (9,14).
AGENTES IMUNOSSUPRESSORES:
Esse grupo de medicamentos atua reduzindo a produção de anticorpos, com taxas de resposta de 40% a 60%. A principal indicação dos imunossupressores é refratariedade aos corticosteroides ou esplenectomia, caracterizada pela persistência de hemólise e hemoglobina abaixo de 10 g/dL (5). O início do efeito ocorre usual-mente entre um e quatro meses de uso, devendo ser substituído por outro medicamento na ausência de resposta (14).
A ciclofosfamida é o medicamento imunossupressor mais comumente utilizado nos pacientes refratários aos corticosteroides. Não há estudos clínicos randomizados avaliando seu uso em pacientes com AHAI, porém sua eficácia foi documentada em séries de casos (15-18).
Outro imunossupressor utilizado no tratamento da AHAI é a ciclosporina. Os estudos avaliando o uso deste medicamento na AHAI são muito escassos, predominando pequenas séries de casos. A vantagem do uso de ciclosporina é sua boa tolerabilidade e baixa toxicidade (19,20).
O uso de imunoglobulina humana nesta doença é ocasionalmente efetivo em pacientes que não responderam ao tratamento descrito acima ou em pacientes com anemia de rápida evolução, grave e com risco iminente de óbito. Não há estudos controlados e seu uso não é recomendado como primeira linha de tratamento nesta doença (21). Em série de casos relatada por Flores, demonstrou-se que apenas 1/3 dos pacientes que usaram imunoglobulina apresentaram resposta, estando esse medicamento recomendado apenas em pacientes graves que apresentam níveis de hemoglobina muito baixos (Hb abaixo de 7g/dL) (22). Além disso, recomenda-se seu uso em tratamento de casos refratários, pacientes idosos que não possam tolerar esplenectomia e que não responderam aos demais fármacos e pacientes internados com complicações clínicas associadas e anemia grave com risco de vida (23). A imunoglobulina humana deve ser administrada por via endovenosa e altas doses são necessárias. As taxas de resposta são de cerca de 40%, e naqueles cuja resposta é transitória podem ser necessários novos cursos de imunoglobulina a cada três semanas (24).
ESPLENECTOMIA:
A esplenectomia é usualmente a segunda linha no tratamento de pacientes que não responderam aos corticosteroides ou que necessitam uso crônico de altas doses para controle da doença. A taxa de resposta à cirurgia gira em torno de 66%, ocorrendo em geral duas semanas após o procedimento. O princípio dessa terapia é a remoção do principal sítio de hemólise extravascular. Em cerca de 50% dos pacientes submetidos à esplenectomia o uso de corticoide ainda será necessário, porém em doses inferiores àquelas utilizadas anterior-mente ao procedimento (14).
As taxas de complicação da esplenectomia são pequenas. Há aumento do risco de infecções invasivas por germes encapsulados, estando indicada a aplicação de vacinas antipneumocócica, antimeningocócica e anti-hemófilo duas semanas antes do procedimento (5, 25).
8.2 - DOENÇA DAS AGLUTININAS AO FRIO (CRIOAGLUTININAS)
Neste tipo de AHAI o tratamento é feito com medicamentos citotóxicos. Outras modalidades de tratamento incluem a proteção contra o frio e a plasmaferese.
AGENTES CITOTÓXICOS:
Medicamentos citotóxicos como a ciclofosfamida e a clorambucila são úteis para a redução na produção de anticorpos, tendo seu papel restrito nas formas associadas a doença linfoproliferativa (7).
PROTEÇÃO CONTRA O FRIO:
É uma medida efetiva para os casos deste tipo de AHAI. O paciente deve ser orientado a se manter aquecido com roupas mesmo durante o verão, proteção das extremidades com meias e luvas é altamente recomendado (4).
PLASMAFERESE:
A plasmaferese pode ser usada como tratamento adjuvante para remover anticorpos IgM da circulação, levando a uma redução da hemólise. O efeito da plasmaferese é, no entanto, fugaz, pois o tempo médio necessário para a produção de novos anticorpos é de cinco dias, o que dificulta o seu uso no tratamento crônico. Além disso, a realização do procedimento necessita preparo especial, como ambiente aquecido e aquecimento do sangue durante fase extra-corpórea. A plasmaferese deve ser reservada para os casos de hemólise e anemia grave (hemoglobina abaixo de 7g/dL) e em pacientes que se apresentem com sintomas neurológicos associados (1).
8.3 - HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA AO FRIO
A terapia deste tipo de AHAI envolve elementos do tratamento dos dois tipos descritos anteriormente. Como o mecanismo auto-imune básico depende da produção de IgG, o uso da prednisona é a primeira linha de tratamento, sendo as doses preconizadas as mesmas da AHAI por anticorpos quentes. A proteção contra o frio está recomendada neste subtipo de AHAI. Caso não haja remissão com o uso de prednisona em doses até 60 mg/dia, outra opção terapêutica para pacientes com hemólise persistente e hemoglobina abaixo de 10 g/dL é a utilização da ciclofosfamida (100 mg/dia em adultos e 2mg/Kg em crianças). A esplenectomia não está indicada nesta situação, uma vez que a hemólise é intravascular (2).
8.4 - FÁRMACOS
- Prednisona: comprimidos de 5 mg e 20 mg.
- Metilprednisolona: ampola de 500 mg.
- Ciclofosfamida: frasco- ampola de 200 e 1.000 mg ou drágeas de 50 mg.
- Ciclosporina: cápsula de 10, 25, 50 e 100 mg e solução oral com 100 mg/mL em frasco de 50 ml.
Imunoglobulina humana: frasco com 0,5, 1, 2,5, 3, 5 e 6g.
Ácido Fólico: comprimido de 5 mg.
8.5 - ESQUEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
- Corticosteroides: doses iniciais de 1 mg/kg/dia de prednisona. As doses em crianças são similares. Quando os níveis de hemoglobina encontram-se superiores a 10 g/dL, as doses de prednisona podem ser diminuídas para 0,5 mg/Kg/dia após duas semanas. Mantendo-se controlados os níveis de hemoglobina, a prednisona deve ser diminuída lentamente no período de três meses (14). A dose de metilprednisolona indicada é de 100-200 mg/dia por até 14 dias. Para o tratamento da Síndrome de Evans, ver 7 Casos Especiais.
- Ciclofosfamida: 100 mg/dia, via oral, ou 500-700 mg via endovenosa a cada 4-6 semanas.
- Ciclosporina: 5 a 10 mg/kg/dia, via oral, divididas em duas doses diárias.
- Imunoglobulina humana: 400-1000 mg/kg/dia, via endovenosa, por cinco dias. A manutenção pode ser necessária e é feita a cada 21 dias.
8.6 - TEMPO DE TRATAMENTO - CRITÉRIOS DE INTERRUPÇÃO
Os pacientes com AHAI apresentam uma doença crônica com períodos de remissão e recidiva. O tratamento deve ser instituído quando o paciente apresenta crise hemolítica e desenvolvem anemia conforme descrito acima (1,5).
A retirada dos corticosteroides deve ser feita conforme descrito no item acima. Os pacientes refratários a estes medicamentos e a esplenectomia normalmente necessitam do uso prolongado de agentes imunossupressores e a sua interrupção pode ser tentada após resposta sustentada por pelo menos 6 meses.
8.7 - BENEFÍCIOS ESPERADOS
- Redução do grau de hemólise, acarretando em elevação da hemoglobina e melhora dos sintomas.
9 - MONITORIZAÇÃO
A monitorização deve ser feita a fim de estabelecer a presença e o grau de hemólise bem como a manifestação de toxicidade dos medicamentos.
Os testes laboratoriais úteis para verificar a presença de hemólise já foram citados anteriormente, sendo os principais o hemograma com plaquetas, DHL, reticulócitos e haptoglobina. A hemoglobina deve ser mantida acima de 10 g/dL para garantir melhora dos sintomas clínicos. Pacientes idosos ou com comorbidades que diminuam a capacidade funcional devem manter a hemoglobina em níveis que diminuam o máximo os sintomas (25).
Em relação a toxicidade dos medicamentos utilizados para o tratamento devem ser monitorizados os seguintes parâmetros:
- Glicocorticoides (Prednisona ou Metilprednisolona): glicemia de jejum, potássio, colesterol total, triglicerídeos e aferição da pressão arterial antes do início do tratamento. Durante o uso de corticosteroides o paciente deve ser reavaliado clinicamente no mínimo trimestralmente e laboratorialmente no mínimo anualmente. Hipertensão arterial deve ser tratada com anti-hipertensivos. A ocorrência de hiperglicemia deve ser tratada com dieta, e, se necessário, uso de antidiabéticos orais ou insulina. Hipopotassemia deve ser tratada com reposição de cloreto de potássio oral (600 -1.200 mg/dia).
- Ciclofosfamida: hemograma e plaquetas semanalmente no primeiro mês, quinzenalmente no segundo e terceiro meses e, após, mensalmente ou se mudança nas doses. Também deve ser realizado controle da função hepática (ALT/TGP, AST/TGO, GGT e bilirrubinas), na mesma periodicidade dos hemogramas nos primeiros seis meses e depois trimestralmente. Em caso de surgimento de neutropenia abaixo de 1.500/mm3, a dose do fármaco deve ser reduzida em 50%. Elevações de enzimas hepáticas devem levar a interrupção temporária do fármaco, com redução de 50% da dose após normalização das mesmas.
- Ciclosporina: monitorização dos níveis séricos do fármaco. Manter nível sérico do nadir entre 100-200 ng/mL. Pressão arterial sistêmica e função renal (creatinina) antes do início do tratamento e repetidas a cada 2 semanas nos primeiros 3 meses de tratamento e, após, mensalmente se o paciente estiver clinicamente estável. Se houver o desenvolvimento de hipertensão, deve ser realizada redução de 25% a 50% da dose de ciclosporina; persistindo hipertensão após esta redução o tratamento deve ser descontinuado.
- Imunoglobulina humana: pacientes em uso deste medicamento podem apresentar reações adversas relacionadas à sua infusão (febre, náusea, vômito) e devem ter a infusão suspensa se apresentarem qualquer destes sintomas. Deve ser usado com cuidado em pacientes com condições que possam levar a perda de função renal (idosos, doença renal prévia, diabete melito, sepse) por existirem relatos de casos de indução de insuficiência renal aguda com o seu uso. Outra complicação descrita com o uso deste medicamento é anemia hemolítica. Para a monitorização destes efeitos adversos devem ser utilizados exames laboratoriais (nível sérico de creatinina, hemograma) e avaliação clínica de efeitos adversos relacionados à infusão e débito urinário.
10 - ACOMPANHAMENTO PÓS-TRATAMENTO
Os pacientes com AHAI idiopática devem ser acompanhados ao longo de toda a vida, uma vez que o curso dessa doença é normalmente crônico. Os pacientes com AHAI secundária, em especial nos casos associados a medicamentos e pós-infecciosos, têm bom prognóstico, sendo a recorrência incomum. O acompanhamento deve buscar sinais e sintomas de anemia. A avaliação laboratorial deve aferir níveis de hemoglobina e provas de hemólise, buscando indícios laboratoriais de recorrência. O acompanhamento deve ser feito trimestralmente no primeiro ano após interrupção do tratamento e anualmente após. O paciente deve ser orientado a procurar atendimento em caso de surgimento de cansaço, palidez, urina escura ou icterícia.
11 - REGULAÇÃO/CONTROLE/AVALIAÇÃO PELO GESTOR
Devem ser observados os critérios de inclusão e exclusão de doentes neste protocolo, a duração e a monitorização do tratamento, bem como para a verificação periódica das doses prescritas, dispensadas e a adequação de uso dos medicamentos. Doentes de anemia hemolítica auto-imune devem ser atendidos em serviços especializados em Hematologia, para seu adequado diagnóstico, inclusão no protocolo de tratamento e acompanhamento.
12 - TERMO DE ESCLARECIMENTO E RESPONSABILIDADE - TER
É obrigatória a cientificação do paciente, ou de seu responsável legal, dos potenciais riscos, benefícios e efeitos colaterais relacionados ao uso dos medicamentos preconizados neste Protocolo. O TER é obrigatório ao se prescrever medicamento do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica.
13 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Engelfriet CP, Overbeeke MA, von dem Borne AE. Autoimmune hemolytic anemia. Semin Hematol. 1992 Jan;29(1):3-12.
2. Gertz MA. Management of cold haemolytic syndrome. Br J Haematol. 2007 Aug;138(4):422-9.
3. Pirofsky B. Clinical aspects of autoimmune hemolytic anemia. Semin Hematol. 1976 Oct;13(4):251-65.
4. Berentsen S, Beiske K, Tjonnfjord GE. Primary chronic cold agglutinin disease: an update on pathogenesis, clinical features and therapy. Hematology. 2007 Oct;12(5):361-70.
5. Packman CH. Hemolytic anemia due to warm autoantibodies: new and traditional approaches to treatment. Clin Adv Hematol Oncol. 2008 Oct;6(10):739-41.
6. Ulvestad E, Berentsen S, Bo K, Shammas FV. Clinical immunology of chronic cold agglutinin disease. Eur J Haematol. 1999 Oct;63(4):259-66.
7. Rosse WF, Adams JP. The variability of hemolysis in the cold agglutinin syndrome. Blood. 1980 Sep;56(3):409-16.
8. Pirofsky B. Immune haemolytic disease: the autoimmune haemolytic anaemias. Clin Haematol. 1975;4:167-80.
9. Petz LD. Autoimmune hemolytic anemia. Hum Pathol. 1983 Mar;14(3):251-5.
10. Gibson J. Autoimmune hemolytic anemia: current concepts. Aust N Z J Med. 1988 Jun;18(4):625-37.
11. Buchanan GR, Boxer LA, Nathan DG. The acute and transient nature of idiopathic immune hemolytic anemia in childhood. J Pediatr. 1976 May;88(5):780-3.
12. Pirofsky B, Bardana EJ, Jr. Autoimmune hemolytic anemia. II. Therapeutic aspects. Ser Haematol. 1974;7(3):376-85.
13. Zupanska B, Lawkowicz W, Gorska B, Kozlowska J, Ochocka M, Rokicka-Milewska R, et al. Autoimmune haemolytic anaemia in children. Br J Haematol. 1976 Nov;34(3):511-20.
14. Packman CH. Hemolytic anemia due to warm autoantibodies. Blood Rev. 2008 Jan;22(1):17-31.
15. Ferrara F, Copia C, Annunziata M, di Noto R, Russo C, Palmieri S, et al. Complete remission of refractory anemia following a single high dose of cyclophosphamide. Ann Hematol. 1999 Feb;78(2):87-8.
16. Gehrs BC, Friedberg RC. Autoimmune hemolytic anemia. Am J Hematol. 2002 Apr;69(4):258-71.
17. Moyo VM, Smith D, Brodsky I, Crilley P, Jones RJ, Brodsky RA. High-dose cyclophosphamide for refractory autoimmune hemolytic anemia. Blood. 2002 Jul 15;100(2):704-6.
18. Panceri R, Fraschini D, Tornotti G, Masera G, Locasciulli A, Bacigalupo A. Successful use of high-dose cyclophosphamide in a child with severe autoimmune hemolytic anemia. Haematologica. 1992 Jan-Feb;77(1):76-8.
19. Emilia G, Messora C, Longo G, Bertesi M. Long-term salvage treatment by cyclosporin in refractory autoimmune haematological disorders. Br J Haematol. 1996 May;93(2):341-4.
20. Dundar S, Ozdemir O, Ozcebe O. Cyclosporin in steroid-resistant auto-immune haemolytic anaemia. Acta Haematol. 1991;86(4):200-2.
21. Consensus statement from the U.S. National Institutes of Health (NIH). Intravenous immunoglobulin: prevention and treatment of disease. Int J Technol Assess Health Care. 1991;7(4):643.
22. Flores G, Cunningham-Rundles C, Newland AC, Bussel JB. Efficacy of intravenous immunoglobulin in the treatment of autoimmune hemolytic anemia: results in 73 patients. Am J Hematol. 1993 Dec;44(4):237-42.
23. Majer RV, Hyde RD. High-dose intravenous immunoglobulin in the treatment of autoimmune haemolytic anaemia. Clin Lab Haematol. 1988;10(4):391-5.
24. Salama A, Mahn I, Neuzner J, Graubner M, Mueller-Eckhardt C. IgG therapy in autoimmune haemolytic anaemia of warm type. Blut. 1984 Jun;48(6):391-2.
25. Zupanska B, Sylwestrowicz T, Pawelski S. The results of prolonged treatment of autoimmune haemolytic anaemia. Haematologia (Budap). 1981 Dec;14(4):425-33.
26. Rackoff WR, Manno CS. Treatment of refractaroy Evans syndrome with alternate-day cyclosporine and prednisone. Am J Pediatr Hematol Oncol. 1994 May;16(2):156-9.
TERMO DE ESCLARECIMENTO E RESPONSABILIDADE
METILPREDNISOLONA, CICLOFOSFAMIDA, CICLOSPORINA E IMUNOGLOBULINA HUMANA.
Eu,_____________________________________________ (nome do(a) paciente), declaro ter sido informado(a) claramente sobre os benefícios, riscos, contra-indicações e principais efeitos adversos relacionados ao uso do (s) medicamento (s) metilprednisolona, ciclofosfamida, ciclosporina e imunoglobulina humana, indicados para o tratamento da anemia hemolítica auto-imune.
Os termos médicos foram explicados e todas as minhas dúvidas foram resolvidas pelo médico ______________(nome do médico que prescreve).
Assim declaro que:
Fui claramente informado(a) de que o (s) medicamento (s) que passo a receber pode (m) trazer as seguintes melhorias:
- redução da hemólise, com elevação da hemoglobina e melhora dos sintomas.
Fui também claramente informado a respeito das seguintes contra-indicações, potenciais efeitos adversos e riscos:
- não se sabe ao certo os riscos do uso dos medicamentos metilprednisolona, ciclosporina e imunoglobulina humana na gravidez; portanto, em caso de gravidez, avisar imediatamente o médico;
- a ciclofosfamida não deve ser usada durante a gestação pelo risco de má formação do feto; - os efeitos adversos mais comumente relatados para os medicamentos são:
- para metilprednisolona: retenção de líquidos, aumento da pressão arterial, problemas no coração, fraqueza nos músculos, problema nos ossos (osteoporose), problemas de estômago (úlceras), inflamação do pâncreas (pancreatite), dificuldade de cicatrização de feridas, pele fina e frágil, irregularidades na menstruação, e manifestação de diabetes melito.
- para ciclofosfamida: náuseas, vômitos, perda de cabelo, risco aumentado de infecções, diminuição do número de células bran-cas no sangue, anemia, infecções da bexiga acompanhada ou não de sangramento.
- para ciclosporina: problemas nos rins e fígado, tremores, aumento da quantidade de pêlos no corpo, pressão alta, aumento do crescimento da gengiva, aumento do colesterol e triglicerídeos, formigamentos, dor no peito, batimentos rápidos do coração, convulsões, confusão, ansiedade, depressão, fraqueza, dores de cabeça, unhas e cabelos quebradiços, coceira, espinhas, náuseas, vômitos, perda de apetite, soluços, inflamação na boca, dificuldade para engolir, sangramentos, inflamação do pâncreas, prisão de ventre, desconforto abdominal, diminuição das células brancas do sangue, linfoma, calorões, aumento da quantidade de cálcio, magnésio e ácido úrico no sangue, toxicidade para os músculos, problemas respiratórios, sensibilidade aumentada a temperatura e aumento das mamas;
- para imunoglobulina humana: dor de cabeça, calafrios, febre, reações no local de aplicação da injeção e incluem dor, coceira e vermelhidão. Problemas renais que incluem aumento de creatinina e uréia no sangue, insuficiência renal aguda, necrose tubular aguda, nefropatia tubular proximal, nefrose osmótica.
Estou ciente de que este(s) medicamento(s) somente pode(m) ser utilizado(s) por mim, comprometendo-me a devolvê-lo(s) caso não queira ou não possa utilizá-lo ou se o tratamento for interrompido. Sei também que continuarei ser assistido, inclusive em caso de eu desistir de usar o medicamento.
Autorizo o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde a fazer uso de informações relativas ao meu tratamento, desde que assegurado o anonimato.
O meu tratamento constará dos seguintes medicamentos:
( ) metilprednisolona
( ) ciclofosfamida
( ) ciclosporina
( ) imunoglobulina humana
Local: Data: | ||
Nome do paciente: | ||
Cartão Nacional de Saúde: | ||
Nome do responsável legal: | ||
Documento de identificação do responsável legal: | ||
_____________________________________ Assinatura do paciente ou do responsável legal |
||
Médico Responsável: | CRM: | UF: |
___________________________ Assinatura e carimbo do médico Data:____________________ |
Observação: Este Termo é obrigatório ao se solicitar o fornecimento de medicamento do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica e deverá ser preenchido em duas vias, ficando uma arquivada na farmácia e a outra entregue ao usuário ou seu responsável legal.
Nota: A administração endovenosa de metilprednisolona e de ciclofosfamida é compatível, respectivamente, com os procedimentos 0303020016 - PULSOTERAPIA I (POR APLICAÇÃO) e 0303020024 - PULSOTERAPIA II (POR APLICAÇÃO), da Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais do SUS.