Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial da União
O Secretário de Atenção à Saúde, no uso das atribuições,
Considerando a necessidade de se estabelecer parâmetros
sobre o hemangioma infantil no Brasil e de diretrizes nacionais para
diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos indivíduos com esta
doença;
Considerando que os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas
(PCDT) são resultado de consenso técnico-científico e são
formulados dentro de rigorosos parâmetros de qualidade e precisão de
indicação e posologia;
Considerando as sugestões dadas à Consulta Pública
SAS/MS nº 43, de 16 de dezembro de 2010; e
Considerando a avaliação do Departamento de Assistência
Farmacêutica - DAF/SCTIE e do Departamento de Atenção Especializada
- DAE/SAS, resolve:
Art. 1º - Aprovar, na forma do Anexo desta Portaria, o
PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS - HEMANGIOMA
INFANTIL.
§ 1º - O Protocolo objeto deste Artigo, que contêm o conceito
geral do hemangioma infantil, critérios de diagnóstico, critérios
de inclusão e de exclusão, tratamento e mecanismos de regulação,
controle e avaliação, é de caráter nacional e deve ser utilizado pelas
Secretarias de Saúde dos Estados e dos Municípios na regulação do
acesso assistencial, autorização, registro e ressarcimento dos procedimentos
correspondentes.
§ 2º - É obrigatória a observância desse Protocolo para fins
de dispensação de medicamento nele previsto.
§ 3º - É obrigatória a cientificação do paciente, ou de seu
responsável legal, dos potenciais riscos e efeitos colaterais relacionados
ao uso de medicamento preconizado para o tratamento do
hemangioma infantil, o que deverá ser formalizado por meio da
assinatura do respectivo Termo de Esclarecimento e Responsabilidade,
conforme o modelo integrante do Protocolo.
§ 4º - Os gestores estaduais e municipais do SUS, conforme
a sua competência e pactuações, deverão estruturar a rede assistencial,
definir os serviços referenciais e estabelecer os fluxos para o atendimento
dos indivíduos com a doença em todas as etapas descritas no
Anexo desta Portaria.
Art. 2º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
ANEXO
PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS
HEMANGIOMA INFANTIL
1 - METODOLOGIA DE BUSCA DA LITERATURA
Foi realizada busca de artigos nas bases de dados Medline/Pubmed, Embase e Cochrane em outubro de 2010.
No Medline/Pubmed, utilizando-se os termos "Hemangioma"[Mesh] AND "Therapeutics"[Mesh] e restringindo-se para artigos
em humanos, com os filtros "Clinical Trial", "Meta-Analysis", "Practice
Guideline" e "Randomized Controlled Trial", foram obtidos 87
artigos.
No Embase, utilizando-se os termos 'hemangioma'/exp AND
'treatment'/exp e restringindo-se para artigos em humanos, com filtros"controlled clinical trial]/lim", "meta analysis]/lim", "randomized controlled
trial]/lim", "systematic review]/lim", foram localizados 74 artigos.
Na base de dados Cochrane, utilizando-se o termo "hemangioma",
não foram localizadas revisões sistemáticas relacionadas ao
tema.
Foram também incluídos os artigos relacionados a epidemiologia,
história natural e tratamento sistêmico e cirúrgico dos hemangiomas
infantis e dos hemangiomas hepáticos. Foram excluídos
estudos que versavam sobre tratamentos tópicos de hemangiomas
infantis não complicados ou sobre outras condições fora do escopo
deste protocolo (como hemangioma de coroide, por exemplo). Foram
utilizados ainda o UpToDate, versão 18.2, e outros artigos de conhecimento
dos autores julgados relevantes para confecção do protocolo.
2 - INTRODUÇÃO
Hemangiomas infantis (HI) são os tumores vasculares benignos
mais comuns na infância (1,2). A grande maioria dos HIs não
apresenta complicações nem necessita de intervenção, mas alguns
deles podem estar associados a alterações estéticas importantes e
morbidade clínica. São caracterizados por uma fase de rápida proliferação
de vasos sanguíneos no primeiro ano de vida seguida por
uma fase de involução, na qual ocorre uma regressão gradual do
tecido vascular, que é substituído por tecido fibroso (1).
Em relação à epidemiologia, estão presentes em cerca de
4%-5% da população (2). O sexo feminino é acometido com uma
frequência 2-3 vezes maior do que o sexo masculino. As lesões
complicadas tendem também a acometer mais as mulheres (3). Fatores
de risco incluem prematuridade, sobretudo se associada a baixo
peso, e fatores maternos (idade materna, placenta prévia, pré-eclâmpsia,
entre outros) (4). São esporádicos em sua maioria, embora exista
uma forma familiar de transmissão (5).
A patogênese desses tumores não é completamente conhecida.
Estudos avaliando espécimes patológicos demonstraram haver
expressão aumentada do transportador de glicose GLUT-1 em células
endoteliais do hemangioma6 bem como de antígenos vasculares associadosà placenta (7). Tais alterações não são observadas em células
endoteliais normais, podendo ser consideradas um marcador fenotípico
do hemangioma. Fatores celulares e moleculares, tais como
fator de crescimento vascular endotelial, fator de crescimento de
fibroblastos e fator de crescimento semelhante à insulina tipo 21,
estão relacionados com as fases de proliferação e regressão.
Há uma enorme heterogeneidade em termos de apresentação
e evolução clínica. Em geral, os HI não são clinicamente evidentes ao
nascimento, mas tornam-se aparentes nos primeiros dias ou meses de
vida. São lesões únicas em sua maioria, podendo ser múltiplas em até
20% dos casos. Ocorrem mais comumente na cabeça e no pescoço,
embora possam estar presentes em qualquer região da pele, mucosas
e órgãos internos. Em termos de tamanho, podem variar desde poucos
milímetros até grandes lesões com vários centímetros (8).
A forma clínica superficial é a mais comum, geralmente
consistindo de uma pápula vermelha, de um nódulo ou de uma placa
elevada sob a superfície normal da pele. Os hemangiomas subcutâneos
ou profundos caracterizam-se por uma nodulação da mesma
cor da pele com um matiz azulado, acompanhada ou não por umaárea de teleangiectasia. Podem ser classificados ainda como localizados
ou segmentares (quando acometem uma área anatômica extensa).
Algumas das estruturas internas mais comumente afetadas são
o fígado e a coluna vertebral (8).
As complicações, embora infrequentes na população em geral,
podem estar presentes em até 25% dos pacientes referenciados
para serviços terciários (1). Tamanho e localização são os principais
fatores de risco para sua ocorrência. Entre as complicações mais
comuns incluem-se ulceração, sangramento, envolvimento da via aérea,
comprometimento visual, complicações viscerais e outras, dependendo
da localização anatômica, como obstrução do canal auditivo,
prejuízo na alimentação ou fonação por hemangioma na cavidade
oral (1,8).
Ulceração, a complicação mais comum, é particularmente
frequente em hemangiomas com rápida proliferação e localizados em
regiões predispostas a trauma ou áreas de pressão. É em geral dolorosa,
podendo levar a sangramento ou infecções. Sua cicatrização
pode deixar algum grau de deformidade. A conduta normalmente se
limita a cuidados tópicos da ferida (1,8). Sangramento espontâneo de
um hemangioma, apesar de temido pelos pais, raramente ocorre. Pressão
local resolve o problema na maior parte das vezes8.
O risco de hemangioma de via aérea é maior na presença de
hemangiomas segmentares de cabeça e pescoço. Os sintomas podem
evoluir de disfonia inicial até insuficiência respiratória8. Os hemangiomas
periorbitais podem comprometer o desenvolvimento visual
normal. A maioria dos casos que levam a prejuízo visual localiza-se
na pálpebra superior, mas outras localizações periorbitais também
podem ter consequências deletérias (1,8).
Hemangiomas hepáticos gigantes (> 5 cm) eventualmente
apresentam ruptura espontânea ou após trauma abdominal fechado.
Hemangiomas do trato gastrointestinal podem complicar com sangramento.
Hemangiomas grandes, em qualquer localização, podem
desencadear insuficiência cardíaca de alto débito (1,8).
Em relação à história natural, os HIs caracteristicamente
apresentam uma fase proliferativa, que é geralmente rápida e ocorre
nos primeiros meses de vida. Entre 6-12 meses, pode haver ainda
crescimento, porém em ritmo mais lento, sendo incomum a proliferação
adicional após 1 ano de idade. A fase proliferativa é seguida
por uma fase de regressão espontânea que tipicamente inicia após 1
ano de idade, podendo durar vários anos. O início da fase de regressão
dos hemangiomas superficiais tende a ser mais precoce do
que o da fase dos hemangiomas profundos9.
3 - Classificação internacional de doenças e problemas relacionadosà saúde (CID-10)
- D18.0 Hemangioma de qualquer localização
4 - DIAGNÓSTICO
4.1 - DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Hemangiomas que acometem a superfície cutânea são facilmente
diagnosticados por exame físico devido a seu aspecto clínico
característico. Ao contrário das marcas de nascença, cujo aspecto
tende a se manter relativamente constante ao longo da vida, os hemangiomas
mostram mudanças nos primeiros meses de vida. O diagnósticoé confirmado pela presença de uma lesão vascular de aspecto
típico com crescimento nos primeiros meses de vida. Deve ser feito
diagnóstico diferencial com outras lesões, como manchas de vinho do
porto, malformações arteriovenosas, malformações venosas e malformações
linfáticas. Os hemangiomas superficiais envolvem a derme
superficial e se apresentam como lesões vermelhas e brilhantes, tanto
na forma de placas como de pápulas ou nódulos; os hemangiomas
profundos envolvem a camada profunda da derme e o tecido subcutâneo
e se apresentam como nódulos da mesma cor da pele ou
azulados. Hemangiomas de localização mucosa ou em estruturas internas
podem suscitar suspeita pela história e pelo exame físico, mas
geralmente necessitam de confirmação por métodos de imagem.
4.2 - DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
Exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada
ou ressonância magnética, podem, em alguns poucos
casos, ser necessários para confirmar a natureza vascular e identificar
os componentes venoso, arterial ou linfático e o comprometimento deórgãos e estruturas mais profundas.
A ultrassonografia normalmente revela uma lesão hiperecoica,
homogênea e bem delimitada. A dopplerfluxometria pode mostrar
a presença de fluxo sanguíneo em 10%-50% dos casos, não
aumentando, portanto, a acurácia da ultrassonografia para o diagnóstico
de hemangioma (10). É um exame útil nos casos de hemangiomas
hepáticos e de hemangiomas cutâneos extensos para avaliar
a profundidade, o comprometimento de estruturas adjacentes e a
resposta ao tratamento (11).
A tomografia computadorizada revela, na fase sem contraste,
uma lesão hipodensa e bem delimitada. O contraste provoca um
realce nodular periférico precoce seguido de um padrão centrípeto
durante a fase tardia. Pode ser útil para avaliação da extensão de
hemangiomas complicados ou para avaliação complementar de lesões
suspeitas de hemangioma hepático quando a ultrassonografia é inconclusiva
(11). Sua grande desvantagem é a exposição da criança à
radiação ionizante.
A ressonância magnética é o exame não invasivo de melhor
acurácia para o diagnóstico de hemangiomas, com sensibilidade de
cerca de 57%-73% e especificidade de 91%-97% (12). O aspecto
típico é o de uma lesão homogênea, bem delimitada, com baixa
intensidade de sinal em T1 e hiperintensidade em T2. Áreas de
fibrose no interior do hemangioma podem gerar áreas hipointensas
em T2. A administração de contraste paramagnético (gadolínio) resulta
em realce nodular periférico ou realce globular precoces na fase
arterial, com progressivo realce centrípeto nas fases posteriores, de
forma semelhante à da tomografia. A ressonância magnética pode ser
particularmente útil para diferenciar hemangiomas de malformações
arteriovenosas e venosas, além de avaliar a extensão de lesões complicadas,
especialmente na cabeça e no pescoço (11).
A arteriografia, um exame invasivo que requer radiação ionizante,é raramente utilizada para diagnóstico. Fica reservada para
lesões com aspecto de tumor vascular cuja etiologia não foi adequadamente
esclarecida por outros métodos.
Exames endoscópicos, como fibrobroncoscopia, endoscopia
digestiva e colonoscopia, podem visualizar hemangiomas localizados
em superfícies mucosas da via aérea superior e no trato gastrointestinal
superior e no inferior, estando recomendados nessas situações.
A biópsia da lesão é raramente necessária, além de trazer um
risco de complicações, como ulceração e sangramento. Fica reservada
para lesões atípicas, quando há suspeita de outros tumores de partes
moles no diagnóstico diferencial (por exemplo, hemangioendotelioma
kaposiforme, rabdomiossarcoma, entre outros) (11).
5 - CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Serão incluídas neste protocolo de tratamento os pacientes
com menos de 2 anos de idade e com diagnóstico clínico, por imagem,
endoscópico ou anatomopatológico de HI que apresentem pelo
menos uma das características abaixo:
- acometimento de via aérea ou trato gastrointestinal;
- envolvimento de estrutura com risco de dano funcional ou
cosmético permanente;
- insuficiência cardíaca de alto débito decorrente de hemangioma;
ou
- hemangioma cutâneo extenso ou de rápido crescimento em
período não superior a 1 ano.
6 - CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Serão excluídos deste Protocolo de tratamento os pacientes
que apresentarem pelo menos uma das seguintes características:
- história de hipersensibilidade ou contraindicação a medicamento
respectivamente indicado no Protocolo;
- história de imunodeficiência ou tumor maligno; ou
- presença de hepatopatia grave definida por elevação de
transaminases/aminotransferases (5 vezes acima do valor da normalidade)
ou prolongamento no tempo de protrombina (RNI maior de
1,5).
7 - CASOS ESPECIAIS
O hemangioma hepático é um subtipo especial, com aspectos
particulares relacionados ao tratamento. Serão considerados casos especiais
neste Protocolo os pacientes em qualquer idade, com hemangioma
hepático maior de 5 cm (denominado hemangioma gigante),
na presença de sintomas ou sinais anatômicos ou funcionais.
Os hemangiomas hepáticos são geralmente diagnosticados
por exames de imagem, por apresentarem características específicas à
ultrassonografia, à tomografia computadorizada e à ressonância magnética.
Em algumas situações, uma combinação de métodos pode ser
necessária. Biópsia percutânea não é recomendada neste Protocolo
para confirmação diagnóstica em razão do potencial risco de sangramento
(13), embora alguns estudos tenham demonstrado segurança
com seu uso (14,15).
A história natural dos hemangiomas hepáticos não é completamente
conhecida. Algumas séries demonstram que eles permanecem
estáveis ao longo do tempo (16,17). Porém crescimento progressivo
com desenvolvimento de sintomas foi relatado em alguns
casos, havendo necessidade de ressecção cirúrgica (18,19). Rompimento
espontâneo é raro, embora esteja descrito em pacientes com
hemangiomas gigantes (20). Também há relatos de sangramento após
trauma abdominal fechado, sendo o risco maior em hemangiomas
gigantes e de localização periférica (21).
Pacientes assintomáticos ou com lesões menores de 5 cm não
necessitam de acompanhamento nem de tratamento específico. Já
para os com hemangiomas gigantes, sobretudo se sintomáticos, há
necessidade de acompanhamento periódico (geralmente semestral)
por ultrassonografia abdominal. Pacientes com lesões > 5 cm e com
dor ou sintomas decorrentes de compressão de outras estruturas devem
ser avaliados para ressecção cirúrgica, considerado tratamento
padrão nesta situação (22). É importante certificar-se da relação dos
sintomas com a presença do hemangioma, uma vez que até 25% dos
pacientes persistem sintomáticos após a ressecção da lesão (23). Na
ausência de sintomas, o risco de sangramento é muito baixo, não
havendo, portanto, necessidade de ressecção cirúrgica. Opções de
tratamento não cirúrgico, que devem ser consideradas nos casos com
contraindicação à cirurgia, incluem embolização da lesão por arteriografia
e uso sistêmico de alfainterferona, conforme especificado
neste protocolo. Porém não há evidências de eficácia a longo prazo de
estratégias não cirúrgicas (24,25).
8 - TRATAMENTO
A conduta terapêutica deverá ser individualizada de acordo
com tamanho da lesão, localização, presença ou possibilidade de
complicações, potencial para fibrose e deformações permanentes, idade
do paciente e taxa de crescimento ou regressão no momento da
avaliação. O risco potencial do tratamento deverá sempre ser considerado
em relação a seus benefícios (11,26).
Dado seu potencial de regressão, a grande maioria dos HIs é
conduzida de forma expectante, com adequada orientação aos pais
sobre a história natural e potenciais complicações (27). O tratamento
local com corticosteroides intralesionais ou tópicos é reservado a
casos com lesões pequenas e não complicadas, não sendo objeto deste
protocolo. O tratamento cirúrgico é geralmente reservado para pacientes
com fibrose cicatricial extensa após regressão da lesão, hemangiomas
cutâneos pedunculados (devido ao risco de fibrose) e
lesões com regressão lenta em áreas esteticamente delicadas. O tratamento
cirúrgico pode ainda ser considerado em casos de hemangiomas
ulcerados refratários ao tratamento sistêmico (11,28,29). É
importante destacar que a cicatriz cirúrgica pode ter consequências
estéticas mais deletérias do que a fibrose da regressão espontânea
(27).
O tratamento sistêmico está indicado para pacientes com
hemangiomas complicados e para aqueles com risco de dano funcional
ou estético permanente. A administração de glicocorticosteroides
é o tratamento de escolha na grande maioria das vezes (30).
Em caso de falha, propranolol e alfainterferona constituem agentes
alternativos (27). As recomendações são baseadas em estudos observacionais
e em séries de casos, uma vez que não há ensaios
clínicos randomizados comparando as diferentes estratégias terapêuticas.
O mecanismo de ação dos corticosteroides sobre os hemangiomas
não é completamente conhecido, mas acredita-se haver uma
inibição direta da produção de fatores de crescimento relacionados
com a proliferação vascular (31). Em relação à eficácia, uma metaanálise
revisou 24 séries de casos de pacientes com hemangiomas
tratados com corticosteróides (32). Os pacientes incluídos, com hemangiomas
cutâneos complicados, foram tratados com prednisona na
dose de 3 mg/kg/dia ou dose equivalente de outro corticosteroide.
Foram excluídos pacientes com mais de 2 anos de idade e os com
hemangiomas estáveis ou em regressão. O desfecho primário (resposta
ao tratamento) foi definido como ausência de crescimento adicional
ou regressão da lesão após o início da administração do corticosteroide.
Foi observada ainda a ocorrência de recaída, definida
como crescimento da lesão após suspensão ou redução da dose do
fármaco. A média de idade dos pacientes foi de 4,5 meses, tratados
em média por 1,8 mês (IC95% 1,5-2,2 meses) antes do início da
redução de dose. A taxa média de resposta foi de 84% (IC95% 78%-89%), e a de recaída, de 34% (IC95% 29%-44%). Efeitos adversos
foram observados em 35% dos casos, sendo os mais comuns irritabilidade,
alterações do comportamento, aspecto cushingoide e atraso
transitório no crescimento. Diante dos resultados, os corticosteroides
são considerados os agentes de primeira escolha no tratamento
dos HIs.
Apesar da conhecida resposta dos HIs aos corticosteroides, a
melhor forma de administração e dose permanece motivo de debate
(33,34). Pequeno ensaio clínico randomizado (35), envolvendo 20
crianças com menos de 4 meses de idade com hemangiomas complicados,
comparou prednisolona (2 mg/kg/dia por via oral) com
metilprednisolona em pulsoterapia (30 mg/kg/dia, por 3 dias, 1 vez
por mês). O corticosteroide por via oral foi superior em relação à
indução da regressão da lesão (desfecho primário do estudo). Diante
da evidência disponível, recomenda-se a utilização de corticosteroide
por via oral nas doses habituais como modalidade de escolha para o
tratamento de HIs.
Para pacientes que apresentaram falha terapêutica ou efeitos
adversos significativos com o uso de corticosteroides, propranolol
pode ser uma alternativa de tratamento, uma vez que inibe o crescimento
de HIs (36,37). Os potenciais mecanismos de ação incluem
vasoconstrição, inibição de fatores de crescimento e indução de apoptose.
O uso de propranolol para tratamento de insuficiência cardíaca
em duas crianças levou à diminuição das proporções do hemangioma,
o que motivou a investigação de seu uso no tratamento dessas lesões
(36). Estudo observacional incluiu 27 pacientes com idade entre 1-12
meses, com hemangiomas complicados, tratados com propranolol na
dose de 2-3 mg/kg/dia (38). Todos os pacientes apresentaram rápida
melhora, com regressão média de 40% do volume da lesão em 60
dias. Os 13 pacientes que estavam em uso de corticosteroide puderam
suspender o fármaco sem evidência de recaída. O tempo médio de
tratamento foi de 6,1 meses. Os eventos adversos foram discretos e
limitados.
Em outro estudo, crianças com hemangiomas complicados
tratadas com propranolol foram avaliadas retrospectivamente39. Vinte
e sete utilizaram propranolol (2 mg/kg/dia) para tratamento de HI na
fase proliferativa e 5 durante a fase de regressão. Praticamente todos
os pacientes (97%) demonstraram algum grau de regressão das lesões
durante o uso do medicamento. Dezesseis pacientes (50%) apresentaram
excelente resposta e não necessitaram de tratamentos adicionais.
Outros 15 (47%) obtiveram resposta parcial necessitando de
alguma outra forma de tratamento complementar. As principais reações
adversas foram sonolência e refluxo gastroesofágico. Estudos
maiores são aguardados, sobretudo uma comparação randomizada
sobre o uso de corticosteroides como primeira escolha no tratamento
dos HIs.
Alfainterferona é também alternativa terapêutica para pacientes
com hemangiomas complicados refratários aos corticosteroides,
visto ser um potente inibidor da angiogênese (40-42). Ezekowitz
e colaboradores (42) avaliaram seu uso em 20 crianças com hemangiomas
complicados refratários aos corticosteroides. O fármaco
foi administrado na dose diária de 3.000.000 UI/m2, por via subcutânea.
As lesões reduziram-se em mais de 50% em 18-20 pacientes
após um período médio de tratamento de 7,8 meses (variação de 2-13
meses). Em relação aos efeitos adversos, todos os pacientes apresentaram
reação febril e neutropenia transitória. Não foram relatados
outros efeitos tóxicos.
Outro estudo avaliou o uso de alfainterferona em crianças
com menos de 4 anos de idade e com hemangiomas complicados
refratários aos corticosteróides (41). Aos 20 pacientes incluídos foram
administradas doses de 3.000.000 de UI/m2, por via subcutânea, 5
vezes por semana durante 6 meses, sendo a frequência posteriormente
reduzida para 3 vezes por semana por 6-24 meses. Em 85% dos
pacientes houve regressão da lesão > 50% em 6 meses. A toxicidade
foi de curta duração. Todos os pacientes apresentaram reação febril
facilmente manejada com antitérmicos. Não houve toxicidade hematológica.
Foram descritos também efeitos adversos, como cansaço
(2 pacientes), alopecia (2 pacientes), náuseas e vômitos (1 paciente).
Os pacientes foram observados por 7-10 anos, sem relato de toxicidade
tardia.
Uma série de casos de crianças com menos de 1 ano de
idade com hemangiomas complicados tratados com alfainterferona foi
publicada por Chao e colaboradores (40). As 21 crianças foram tratadas
com alfainterferona na dose diária de 50.000 UI/kg/dia, por via
subcutânea. Se houvesse boa tolerância, a dose era aumentada para
100.000 UI/kg/dia (equivalente a 3.000.000 UI/m2) a partir da segunda
semana. De acordo com a resposta, o tratamento poderia ser
efetuado em dias alternados a partir do terceiro mês, com tempo
máximo de 12 meses. Seis pacientes (29%) apresentaram redução de
mais de 25% da lesão ao final do primeiro mês. Em 20 pacientes
(95%) houve redução da lesão > 50% em 12 meses, e em 15 (71%)
foi observada regressão total das lesões em um tempo médio de 13,5
meses (variação de 7-50 meses). Neutropenia (definida por contagem
de neutrófilos abaixo de 1.000/mm3) ocorreu em 11 pacientes, com
rápida recuperação após a interrupção transitória do tratamento. Os
demais efeitos adversos foram discretos e transitórios. Outros autores
descreveram séries de HIs tratados com alfainterferona com boa resposta
(43-45).
Crianças com hemangioma com indicação de tratamento deverão
ser inicialmente submetidas ao uso de corticosteroide. Na ausência
de resposta ou na presença de efeitos adversos limitantes ao
seu uso, deverão ser tratadas com propranolol. Na ocorrência de falha
dos agentes anteriores, recomenda-se o uso de alfa-inferferona. Na
falha desta, este Protocolo não recomenda novo tratamento sistêmico.
Nesta situação, os pacientes deverão ser avaliados quanto à viabilidade
e ao risco/benefício do tratamento cirúrgico. Os tratamentos
sistêmicos deverão ser realizados como monoterapia.
8.1 - FÁRMACOS
- Prednisona: comprimidos de 5 e 20 mg
- Prednisolona: solução oral 4,02 mg/ml
- Propranolol: comprimido de 10 mg; solução oral de 1
mg/ml
- Alfainterferona: frasco-ampola de 3.000.000 UI, 5.000.000
UI e 10.000.000 UI
8.2 - ESQUEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
- Prednisona ou prednisolona: 3 mg/kg/dia, por via oral,
diariamente, com redução gradual de dose após resposta terapêutica.
- Propranolol: 2-3 mg/kg/dia, por via oral, divididos em 3
doses diárias.
- Alfainterferona: 3.000.000 UI/ m2/aplicação (ou 100.000
UI/Kg/aplicação), por via subcutânea, 5 vezes por semana durante 3
meses; após 3 meses, se houver necessidade de manter o tratamento,
reduzir a frequência de aplicações para 3 vezes por semana no máximo
até 12 meses.
8.3 - TEMPO DE TRATAMENTO - CRITÉRIOS DE INTERRUPÇÃO
O tempo de tratamento deve ser apenas o suficiente para
regressão das lesões a ponto de não apresentarem mais risco de vida
ou de complicações funcionais ou estéticas. Tão logo este objetivo
seja alcançado, o tratamento deverá ser interrompido para minimizar
a possibilidade de ocorrência de eventos adversos.
Como a resposta aos medicamentos tende a ocorrer precocemente
na maioria das vezes, um paciente deverá ser considerado
refratário ao tratamento quando não apresentar regressão de mais de
25% da lesão após 90 dias do início do tratamento. Neste caso,
deverá ser considerada a substituição terapêutica conforme a sequência
descrita anteriormente.
O tempo de tratamento com prednisona e propranolol não
deverá ultrapassar 6 meses, a menos que já esteja sendo realizado
esquema de redução de doses para retirada do primeiro. O tempo de
tratamento com alfainterferona não deverá ser superior a 12 meses.
O tratamento deverá ser interrompido a qualquer tempo na
ocorrência de eventos adversos graves que ofereçam risco à vida por
qualquer um dos agentes.
8.4 BENEFÍCIOS ESPERADOS
Espera-se com o tratamento uma redução das proporções da
lesão, com diminuição dos sintomas decorrentes, objetivando a prevenção
ou reversão de complicações com risco de vida ou de disfunção
permanente e prevenção ou minimização de deformações
(27).
9 - MONITORIZAÇÃO
Os pacientes deverão ser avaliados semanalmente no primeiro
mês de tratamento, quinzenalmente no segundo e mensalmente
a partir do terceiro no que diz respeito aos resultados do tratamento eà presença de efeitos adversos. Exames de imagem para avaliação da
resposta terapêutica deverão ser realizados somente por pacientes que
deles necessitarem pelo menos a cada 90 dias até que o benefício
esperado seja atingido.
Os efeitos adversos mais comuns com o uso de prednisona
são alterações do comportamento (agitação, insônia, humor deprimido),
desenvolvimento de aspecto cushingoide, retardo do crescimento
e desconforto epigástrico. Complicações graves associadas ao
uso de corticosteroide, como necrose asséptica do quadril, hipertensão,
osteoporose e cataratas, são muito raras em crianças. Retardo
do crescimento costuma ser transitório, com a criança recuperando a
curva normal de crescimento em torno dos 2 anos de idade. Se forem
observados efeitos adversos toleráveis, a dose deverá ser reduzida
para a menor dose clinicamente eficaz até sua suspensão. Como já
expresso no subitem 8.3, acima, o tratamento deverá ser interrompido
se houver toxicidade grave.
Os efeitos adversos potencialmente graves decorrentes do
uso de propranolol incluem hipotensão, bradicardia, broncoespasmo e
hipoglicemia. Recomenda-se que pressão arterial e frequência cardíaca
sejam monitorizadas pelo menos 1 vez por hora nas primeiras 6
horas após o início da medicação. Na ausência de efeitos adversos
significativos neste período, o acompanhamento poderá ser realizado
conforme a rotina citada anteriormente, mas o responsável deve ser
devidamente orientado. Se houver hipotensão arterial ou bradicardia
com repercussão clínica, a dose deverá ser reduzida pela metade.
Alfainterferona tem como principais efeitos adversos febre,
irritabilidade, neutropenia e alteração dos níveis das enzimas hepáticas
(aminotransferases/transaminases - AST/TGO e ALT/TGP).
Infrequentemente, pode ocorrer hipotireoidismo. A avaliação clínica
de rotina deverá ser complementada com a realização de hemograma
completo e dosagem de AST/TGO e ALT/TGP). Dosagem de TSH
deverá ser realizada previamente e após o término do tratamento ou a
qualquer tempo se houver clínica de hipotireoidismo. Se ocorrer neutropenia
moderada (neutrófilos de 500-1.000/mm3) ou elevação assintomática
de transaminases (até 5 vezes o valor de referência),
recomenda-se interromper temporariamente o tratamento e reiniciá-lo
com redução da dose em 30% após a normalização dos exames. Se
ocorrer neutropenia grave (neutrófilos abaixo de 500/mm3), alterações
sintomáticas de transaminases ou ainda elevação além de 5
vezes o valor de referência, o tratamento deverá ser interrompido até
a normalização dos exames e reiniciado com redução da dose em
50%. Ocorrência de efeito adverso com risco à vida implicará a
suspensão definitiva do tratamento.
10 - ACOMPANHAMENTO PÓS-TRATAMENTO
Concluído o tratamento, os pacientes deverão manter acompanhamento
médico semestral nos primeiros 2-3 anos. Pacientes cujas
lesões não possam ser completamente avaliadas por exame físico
deverão realizar exames de imagem de forma complementar no acompanhamento.
Após 2-3 anos, o risco de recaída da doença é mínimo,
e os pacientes poderão manter acompanhamento pediátrico usual.
11 - REGULAÇÃO/CONTROLE/AVALIAÇÃO PELO
GESTOR
Devem ser observados os critérios de inclusão e exclusão de
pacientes neste protocolo, a duração e a monitorização do tratamento,
bem como a verificação periódica das doses prescritas e dispensadas
e a adequação de uso dos medicamentos e do acompanhamento póstratamento.
12 - TERMO DE ESCLARECIMENTO E RESPONSABILIDADE
- TER
É obrigatória a informação ao paciente ou a seu responsável
legal dos potenciais riscos, benefícios e efeitos adversos relacionados
ao uso dos medicamentos preconizados neste protocolo. O TER é
obrigatório ao se prescrever medicamento do Componente Especializado
da Assistência Farmacêutica.
13 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 - Holland KE, Drolet BA. Infantile hemangioma. Pediatr
Clin North Am 2010;57:1069-83.
2 - Kilcline C, Frieden IJ. Infantile hemangiomas: how common
are they? A systematic review of the medical literature. Pediatr
Dermatol 2008;25:168-73.
3 - Chiller KG, Passaro D, Frieden IJ. Hemangiomas of
infancy: clinical characteristics, morphologic subtypes, and their relationship
to race, ethnicity, and sex. Arch Dermatol 2002;138:1567-76.
4 - Haggstrom AN, Drolet BA, Baselga E, et al. Prospective
study of infantile hemangiomas: demographic, prenatal, and perinatal
characteristics. J Pediatr 2007;150:291-4.
5 - Blei F, Walter J, Orlow SJ, Marchuk DA. Familial segregation
of hemangiomas and vascular malformations as an autosomal
dominant trait. Arch Dermatol 1998;134:718-22.
6 - North PE, Waner M, Mizeracki A, Mihm MC, Jr.
GLUT1: a newly discovered immunohistochemical marker for juvenile
hemangiomas. Hum Pathol 2000;31:11-22.
7 - North PE, Waner M, Mizeracki A, et al. A unique
microvascular phenotype shared by juvenile hemangiomas and human
placenta. Arch Dermatol 2001;137:559-70.
8 - Metry DW. Epidemiology; pathogenesis; clinical features;
and complications of infantile hemangiomas. In: Levy ML, ed. 18.1
ed: UpToDate; 2010.
9 - Chang LC, Haggstrom AN, Drolet BA, et al. Growth
characteristics of infantile hemangiomas: implications for management.
Pediatrics 2008;122:360-7.
10 - Perkins AB, Imam K, Smith WJ, Cronan JJ. Color and
power Doppler sonography of liver hemangiomas: a dream unfulfilled?
J Clin Ultrasound 2000;28:159-65.
11 - .Frieden IJ, Eichenfield LF, Esterly NB, Geronemus R,
Mallory SB. Guidelines of care for hemangiomas of infancy. American
Academy of Dermatology Guidelines/Outcomes Committee. J
Am Acad Dermatol 1997;37:631-7.
12 -Lee MG, Baker ME, Sostman HD, et al. The diagnostic
accuracy/efficacy of MRI in differentiating hepatic hemangiomas
from metastatic colorectal/breast carcinoma: a multiple reader ROC
analysis using a jackknife technique. J Comput Assist Tomogr
1996;20:905-13.
13 - Davies R. Haemorrhage after fine-needle aspiration
biopsy of an hepatic haemangioma. Med J Aust 1993;158:364.
14 - Heilo A, Stenwig AE. Liver hemangioma: US-guided
18-gauge core-needle biopsy. Radiology 1997;204:719-22.
15 - Caturelli E, Rapaccini GL, Sabelli C, et al. Ultrasoundguided
fine-needle aspiration biopsy in the diagnosis of hepatic hemangioma.
Liver 1986;6:326-30.
16 - Mungovan JA, Cronan JJ, Vacarro J. Hepatic cavernous
hemangiomas: lack of enlargement over time. Radiology
1994; 191: 111- 3.
17 - Gandolfi L, Leo P, Solmi L, Vitelli E, Verros G, Colecchia
A. Natural history of hepatic haemangiomas: clinical and
ultrasound study. Gut 1991;32:677-80.
18 - Nghiem HV, Bogost GA, Ryan JA, Lund P, Freeny PC,
Rice KM. Cavernous hemangiomas of the liver: enlargement over
time. AJR Am J Roentgenol 1997;169:137-40.
19 - Yoshida J, Yamasaki S, Yamamoto J, et al. Growing
cavernous haemangioma of the liver: 11-fold increase in volume in a
decade. J Gastroenterol Hepatol 1991;6:414-6.
20 - Pietrabissa A, Giulianotti P, Campatelli A, et al. Management
and follow-up of 78 giant haemangiomas of the liver. Br J
Surg 1996;83:915-8.
21 - Hotokezaka M, Kojima M, Nakamura K, et al. Traumatic
rupture of hepatic hemangioma. J Clin Gastroenterol
1996;23:69-71.
22 - Gedaly R, Pomposelli JJ, Pomfret EA, Lewis WD,
Jenkins RL. Cavernous hemangioma of the liver: anatomic resection
vs. enucleation. Arch Surg 1999;134:407-11.
23 - Farges O, Daradkeh S, Bismuth H. Cavernous hemangiomas
of the liver: are there any indications for resection? World J
Surg 1995;19:19-24.
24 - Reading NG, Forbes A, Nunnerley HB, Williams R.
Hepatic haemangioma: a critical review of diagnosis and management.
Q J Med 1988;67:431- 45.
25 - Curry MP, Chopra S. Hepatic hemangioma. In: Chopra
S, ed.: UpToDate; 2010.
26 - Frieden IJ. Which hemangiomas to treat--and how?
Arch Dermatol 1997;133:1593-5.
27 - Metry DW. Management of infantile hemangiomas. In:
Levy ML, ed.: UpToDate; 2010.
28 - Walker RS, Custer PL, Nerad JA. Surgical excision of
periorbital capillary hemangiomas. Ophthalmology 1994;101:1333-40.
29 - Grantzow R, Schmittenbecher P, Cremer H, et al. Hemangiomas
in infancy and childhood. S 2k Guideline of the German
Society of Dermatology with the working group Pediatric Dermatology
together with the German Society for Pediatric Surgery and the
German Society for Pediatric Medicine. J Dtsch Dermatol Ges
2008;6:324-9.
30 - Gangopadhyay AN, Sinha CK, Gopal SC, Gupta DK,
Sahoo SP, Ahmad M. Role of steroid in childhood haemangioma: a
10 years review. Int Surg 1997;82:49-51.
31 - Greenberger S, Boscolo E, Adini I, Mulliken JB, Bischoff
J. Corticosteroid suppression of VEGF-A in infantile hemangioma-derived stem cells. N Engl J Med 2010;362:1005-13.
32 - Bennett ML, Fleischer AB, Jr., Chamlin SL, Frieden IJ.
Oral corticosteroid use is effective for cutaneous hemangiomas: an
evidence-based evaluation. Arch Dermatol 2001;137:1208-13.
33 - Delesalle F, Staumont D, Houmany MA, Breviere GM,
Piette F. Pulse methylprednisolone therapy for threatening periocular
haemangiomas of infancy. Acta Derm Venereol 2006;86:429-32.
34 - Sadan N, Wolach B. Treatment of hemangiomas of
infants with high doses of prednisone. J Pediatr 1996;128:141-6.
35 - Pope E, Krafchik BR, Macarthur C, et al. Oral versus
high-dose pulse corticosteroids for problematic infantile hemangiomas:
a randomized, controlled trial. Pediatrics 2007;119:e1239-47.
36 - Leaute-Labreze C, Dumas de la Roque E, Hubiche T,
Boralevi F, Thambo JB, Taieb A. Propranolol for severe hemangiomas
of infancy. N Engl J Med 2008;358:2649-51.
37 - Frieden IJ, Drolet BA. Propranolol for infantile hemangiomas:
promise, peril, pathogenesis. Pediatr Dermatol
2009;26:642-4.
38 - Sans V, de la Roque ED, Berge J, et al. Propranolol for
severe infantile hemangiomas: follow-up report. Pediatrics
2009;124:e423-31.
39 - Buckmiller LM, Munson PD, Dyamenahalli U, Dai Y,
Richter GT. Propranolol for infantile hemangiomas: early experience
at a tertiary vascular anomalies center. Laryngoscope 2010;120:676-81.
40 - Chao YH, Liang DC, Chen SH, Wang LY, Yeh TC, Liu
HC. Interferon-alpha for alarming hemangiomas in infants: experience
of a single institution. Pediatr Int 2009;51:469-73.
41 - Jimenez-Hernandez E, Duenas-Gonzalez MT, Quintero-Curiel JL, et al. Treatment with interferon-alpha-2b in children with
life-threatening hemangiomas. Dermatol Surg 2008;34:640-7.
42 - Ezekowitz RA, Mulliken JB, Folkman J. Alfainterferona-2a therapy for life-threatening hemangiomas of infancy. N
Engl J Med 1992;326:1456-63.
43 - Fledelius HC, Illum N, Jensen H, Prause JU. Interferonalfa
treatment of facial infantile haemangiomas: with emphasis on the
sight-threatening varieties. A clinical series. Acta Ophthalmol Scand
2001;79:370-3.
44 - Garmendia G, Miranda N, Borroso S, et al. Regression
of infancy hemangiomas with recombinant IFN-alpha 2b. J Interferon
Cytokine Res 2001;21:31-8.
45 - Bauman NM, Burke DK, Smith RJ. Treatment of massive
or life-threatening hemangiomas with recombinant alpha(2a)-
interferon. Otolaryngol Head Neck Surg 1997;117:99-110.
TERMO DE ESCLARECIMENTO E RESPONSABILIDADE
ALFAINTERFERONA
Eu,___________________________________________________
(nome do(a) paciente), declaro ter sido informado(a) claramente sobre
os benefícios, riscos, contraindicações e principais efeitos adversos
relacionados ao uso de alfainterferona, indicada para o tratamento do
hemangioma infantil.
Os termos médicos foram explicados e todas as dúvidas
foram resolvidas pelo médico _______________________(nome do
médico que prescreve).
Assim, declaro que fui claramente informado(a) de que o
medicamento que passo a receber pode trazer as seguintes melhoras:
- redução das proporções da lesão, com diminuição dos sintomas
dela decorrentes ou minimização do risco de dano funcional ou
estético permanente.
Fui também claramente informado(a) a respeito das seguintes
contraindicações, potenciais efeitos adversos e riscos do uso deste
medicamento:
- não se sabe ao certo os riscos do uso de alfainterferona na
gravidez; portanto, caso engravide, deve avisar imediatamente o médico;
- efeitos adversos mais comuns: dor de cabeça, cansaço,
ansiedade, tristeza, irritabilidade, febre, tontura, coceira, queda de
cabelo, secura na pele, borramento da visão, gosto metálico na boca,
alteração nas enzimas do fígado e reações no local de aplicação da
injeção (dor, coceira e vermelhidão).
Estou ciente de que este medicamento somente pode ser
utilizado por mim, comprometendo-me a devolvê-lo caso não queira
ou não possa utilizá-lo ou se o tratamento for interrompido. Sei
também que continuarei a ser atendido(a), inclusive em caso de desistir
de usar o medicamento.
Autorizo o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde a
fazerem uso de informações relativas ao meu tratamento, desde que
assegurado o anonimato. ( ) Sim ( ) Não
|
||
|
OBSERVAÇÃO: Este Termo é obrigatório ao se solicitar o fornecimento
de medicamento do Componente Especializado de Assistência
Farmacêutica (CEAF) e deverá ser preenchido em duas vias:
uma será arquivada na farmácia, e a outra, entregue ao usuário ou a
seu responsável legal.