“Mostre seu apoio vestindo roxo!” 26/3 – Dia Mundial de Conscientização Sobre a Epilepsia


O Dia Mundial de Conscientização Sobre a Epilepsia é um esforço internacional dedicado a aumentar a conscientização sobre a doença, mundialmente. Em 26 de março, todos anos, pessoas ao redor do mundo são convidadas a usar a cor  roxa e promover eventos que tragam esclarecimento sobre epilepsia. No ano passado mais de 85 países em todos os continentes participaram do Purple Day ou Dia Roxo em tradução livre.

O movimento surgiu nos EUA em 2008, quando Cassidy Megan, motivada por sua própria luta contra a epilepsia, teve a ideia de criar um dia para se falar sobre a doença, em um esforço de dissipar mitos e mostrar às pessoas com essa condição que elas não estão sozinhas.

Em 2009, Cassidy Megan, Epilepsy Association of The Maritimes e The Anita Kaufmann Foundation uniram forças para lançar o Purple Day internacionalmente. Desde então, estão comprometidos em parceria com indivíduos, organizações, escolas, empresas, políticos e celebridades para promover a conscientização sobre a epilepsia em todo o mundo.

A epilepsia é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se.

Se ficarem restritos, a crise será chamada de parcial; se envolver os dois hemisférios cerebrais, de generalizada. Por isso, algumas pessoas podem ter sintomas mais ou menos evidentes de epilepsia, não significando que o problema tenha menos importância se a crise for menos aparente.

Sintomas:

Em crises de ausência, a pessoa apresenta-se “desligada” por alguns instantes, podendo retomar o que estava fazendo em seguida. Em crises parciais simples, o paciente experimenta sensações estranhas, como distorções de percepção ou movimentos descontrolados de uma parte do corpo. Ele pode sentir um medo repentino, um desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira diferente. Se, além disso, perder a consciência, a crise será chamada de parcial complexa.

Depois do episódio, enquanto se recupera, a pessoa pode sentir-se confusa e ter déficits de memória. Em crises tônico-clônicas, o paciente primeiro perde a consciência e cai, ficando com o corpo rígido; depois, as extremidades do corpo tremem e se contraem. Quando as crises duram mais de 30 minutos sem que a pessoa recupere a consciência, são perigosas, podendo prejudicar as funções cerebrais.

Causas:

Muitas vezes, a causa é desconhecida, mas pode ser uma lesão no cérebro, decorrente de uma forte pancada na cabeça, uma infecção (meningite, por exemplo), neurocisticercose (“ovos de solitária” no cérebro), abuso de bebidas alcoólicas, abuso de drogas. Má formação congênita do cérebro também pode estar na origem do problema.

Tratamento:

O tratamento das epilepsias é feito com medicamentos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais, que são a origem das crises epilépticas; casos com crises frequentes e não controladas pelas drogas disponíveis, são candidatos à remoção cirúrgica da área cerebral em que as crises são originadas.

Em muitos casos as crises epiléticas não são previsíveis e as pessoas precisam de ajuda, principalmente para não se machucarem durante as convulsões.

É importante estar atento e saber como proceder ao presenciar uma crise:

– mantenha a calma e tranquilize as pessoas ao seu redor;
– evite que a pessoa caia bruscamente ao chão;
– tente colocar a pessoa deitada de costas, em lugar confortável e seguro, com a cabeça protegida com algo macio;
– nunca segure a pessoa nem impeça seus movimentos (deixe-a debater-se);
– retire objetos próximos com que ela possa se machucar;
– mantenha-a deitada de barriga para cima, mas com a cabeça voltada para o lado, evitando que ela se sufoque com a própria saliva;
– afrouxe as roupas, se necessário;
– se for possível, levante o queixo para facilitar a passagem de ar;
– não tente introduzir objetos na boca do paciente durante as convulsões;
– não dê tapas;
– não jogue água sobre ela nem ofereça nada para ela cheirar;
– verifique se existe pulseira, medalha ou outra identificação médica de emergência que possa sugerir a causa da convulsão;
– permaneça ao lado da pessoa até que ela recupere a consciência;
– se a crise convulsiva durar mais que 5 minutos sem sinais de melhora, peça ajuda médica;
– quando a crise passar, deixe a pessoa descansar.

Obs.: Crise que dura mais de cinco minutos ou crises recorrentes indicam uma situação de emergência neurológica conhecida como ‘estado do mal epilético’. Nesse caso, o paciente precisa de atendimento médico imediato para prevenir lesões neuronais.

Fontes:

Dr.Drauzio Varella
Liga Brasileira de Epilepsia
Purple Day