DESENVOLVIMENTO INFANTIL; ACESSO À INTERNET; TECNOLOGIA
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RICCI, Raquel Cordeiro et al. Impactos da tecnologia na saúde infantil: revisão sistemática. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, [online], v. 41, e2020504, 2023. Disponível em Scielo
Objetivo: Identificar as consequências do uso excessivo da tecnologia na infância. Fontes de dados: Foi realizada uma revisão sistemática nas bases de dados eletrônicas PubMed (National Library of Medicine — National Institutes of Health) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) com artigos publicados de 2015 a 2020, em inglês, português e espanhol, utilizando os termos internet, child e growth and development. Síntese dos dados: Foram localizados 554 artigos, resultando em oito artigos incluídos nesta pesquisa. Os estudos foram avaliados quanto à sua qualidade metodológica pelos critérios Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (Strobe) e Consolidated Standards of Reporting Trials (Consort) e receberam pontuações que variaram de 17 a 22 pontos. Os artigos evidenciaram que há fatores positivos e negativos associados ao uso de tecnologias na infância, embora a maioria dos textos ressalte seu aspecto prejudicial. O uso excessivo de internet, jogos e exposição à televisão ocasionaram alterações intelectuais e da saúde mental, porém também possibilitaram o desenvolvimento psicossocial. Conclusões: Impedir o uso da internet é uma medida utópica, visto que a sociedade faz uso de tecnologias. Considerando que a internet pode trazer benefícios, mas também malefícios, são importantes a otimização do uso e a redução dos riscos, como a participação dos pais e responsáveis como moderadores dessa utilização, além da atualização dos profissionais da saúde para melhor orientá-los.
PROGRAMAS NACIONAIS DE SAÚDE; AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS E PROJETOS DE SAÚDE; AVALIAÇÃO DO IMPACTO NA SAÚDE
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SANTOS, Iná S. et al. Avaliação do Programa Criança Feliz: um estudo randomizado em 30 municípios brasileiros. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, [online], v. 27, n. 12, p. 4341-4363, dez. 2022. Disponível em Scielo
O Programa Criança Feliz (PCF) atinge 1,4 milhão de crianças brasileiras menores de três anos com visitas domiciliares visando o desenvolvimento neuropsicomotor. Com base em modelo conceitual, avaliou-se implementação e impacto do PCF em estudo randomizado, em 30 municípios. Ao todo 3.242 crianças foram alocadas para o grupo intervenção (GI) ou controle (GC), sendo 80,0% acompanhadas prospectivamente durante três anos. O desenvolvimento foi avaliado pelo Ages and Stages Questionnaire (ASQ3). Análises por intenção de tratar mostraram escores médios de 203,3 no GI e 201,3 no GC. Análises adicionais com variáveis instrumentais e emparelhamento por escores de propensão tampouco mostraram efeito, uma vez que o número de contatos recebidos não esteve associado aos escores ASQ3. Tampouco foi observado impacto sobre estimulação, interações responsivas ou atributos psicológicos das crianças. As visitas foram interrompidas durante 12 meses devido à COVID-19, sendo substituídas por contatos virtuais. O estudo de implementação revelou baixa cobertura no GI, contaminação do GC, deficiências na gestão e baixa qualidade das visitas em muitos municípios. O estudo não demonstrou impacto do PCF implementado sob condições de rotina e fornece elementos para seu aprimoramento.