Acelerando a pesquisa de tratamentos e cura! 16/5 – Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca


A Doença Celíaca é uma desordem autoimune grave que ocorre em pessoas geneticamente predispostas, em que a ingestão de glúten causa danos ao intestino delgado.

Quando as pessoas com a doença ingerem glúten (uma proteína encontrada no trigo, aveia, cevada, centeio, e seus derivados, como massas, pizzas, bolos, pães, biscoitos, cerveja, uísque, vodca e alguns doces) provoca dificuldade ao organismo para absorver os nutrientes dos alimentos, vitaminas, sais minerais e água.

O corpo desenvolve uma resposta imunológica que ataca o intestino delgado causando danos nas suas vilosidades, pequenas projeções em forma de dedos que revestem o intestino delgado e servem para a absorção de nutrientes. Quando as vilosidades são danificadas, os nutrientes não podem ser absorvidos adequadamente pelo corpo.

A doença celíaca é hereditária, o que significa que ocorre entre familiares. Pessoas com um parente de primeiro grau com a doença (pai, filho, irmão) devem sempre ser rastreados pois têm um risco de 1 em 10 de desenvolvê-la e isso pode ocorrer em qualquer idade, depois que as pessoas começam a ingerir alimentos ou medicamentos que contêm glúten. Se não for tratada pode levar a outros sérios problemas de saúde.

Sintomas:

A doença celíaca pode ser difícil de diagnosticar porque afeta as pessoas de maneiras diferentes. Existem mais de 200 sintomas conhecidos que podem ocorrer no sistema digestivo ou em outras partes do corpo. Algumas pessoas a desenvolvem na infância, outras na idade adulta e a razão para isso ainda é desconhecida.

Algumas pessoas não apresentam nenhum sintoma, mas ainda assim o resultado do teste de sangue para a doença é positivo. Outras podem ter um teste de sangue negativo, mas uma biópsia intestinal positiva. No entanto, todas elas correm o risco de complicações a longo prazo, independentemente de apresentarem sintomas ou não.

Sintomas digestivos são mais comuns em bebês e crianças:

– inchaço e dor abdominal;
– diarreia crônica;
– vômitos;
– prisão de ventre;
– fezes claras, fétidas ou gordurosas;
– anemia por deficiência de ferro;
– perda de peso;
– fadiga;
– irritabilidade e problemas comportamentais;
– defeitos do esmalte dentário em dentes permanentes;
– atraso no crescimento e na puberdade;
– baixa estatura;
– transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

Adultos têm menos probabilidade de apresentar sintomas digestivos e apenas um terço deles apresenta diarreia.

Sintomas mais comuns em adultos:

– anemia por deficiência de ferro, inexplicada;
– fadiga;
– dor nos ossos ou articulações;
– artrite;
– osteoporose ou osteopenia (perda óssea);
– doenças do fígado e do trato biliar;
– depressão ou ansiedade;
– neuropatia periférica (formigamento, dormência ou dor nas mãos e pés);
– convulsões ou enxaquecas;
– irregularidades menstruais;
– infertilidade ou aborto recorrente;
– aftas na boca;
– dermatite herpetiforme.

Tratamento:

O principal tratamento é a dieta com total ausência de glúten; quando a proteína é excluída da alimentação os sintomas desaparecem. A maior dificuldade para os pacientes é conviver com as restrições impostas pelos novos hábitos alimentares. A doença celíaca não tem cura e por isso a dieta deve ser seguida rigorosamente pelo resto da vida.

Contaminação cruzada:

A contaminação cruzada ocorre quando há transferência direta ou indireta de contaminantes físicos, químicos ou biológicos de um alimento, utensílio, vetor ou manipulador para alimentos que serão consumidos. Pode ocorrer nas diferentes etapas do processo de produção do alimento: pré-preparo, tratamento, armazenamento, transporte, serviço. São fontes de contaminação: esponjas, panos de prato, colher de pau, óleo para fritura, dentre outros.

Observações:

– Celíacos só podem ingerir alimentos feitos em cozinhas descontaminadas.
– É obrigatório por lei federal (Lei nº 10.674/2003) que todos os alimentos industrializados informem em seus rótulos a presença ou não de glúten, para resguardar o direito à saúde dos portadores de doença celíaca.

– Os termos ‘sensibilidade ao glúten não celíaca’ e ‘sensibilidade ao trigo não celíaca’ são geralmente usados ​​para se referir às condições em que a remoção do glúten da dieta resolve os sintomas.

Fatos sobre a Doença Celíaca:

– 1 em 100 é o número de pessoas em todo o mundo afetadas pela doença;
– 30% dos pacientes diagnosticados ainda relatam sintomas durante a dieta sem glúten;
– 1 em 10 membros da família, aparentados, também têm doença celíaca;
– 2x é o aumento do risco de doença arterial coronariana;
– 4x é o aumento do risco de câncer do intestino delgado.

A data 16 de maio foi escolhida para honrar o dia de nascimento do Dr. Samuel Gee, primeiro pesquisador a reconhecer que os sintomas da doença celíaca estavam relacionados à dieta.


Fontes:

Celiac Disease Foundation

Ministério da Saúde. Doença celíaca: você pode ter e não saber. (Folder impresso)