Ciência para uma sociedade melhor


 

O processo evolutivo que culminou no surgimento da espécie Homo sapiens trouxe consigo o aperfeiçoamento de uma das características intrínsecas mais fascinantes dos seres vivos, que é a curiosidade. Nascemos curiosos, e desenvolvemos a curiosidade durante todo o período que nos mantemos vivos.

A ciência, palavra de origem latina (Scientia) que significa conhecimento, é fruto dessa curiosidade perenal, lapidada pela inteligência que nos foi presenteada pela evolução. Quando o ser humano começou a fazer perguntas, elaborar hipóteses, testar experimentos e equacionar as respostas encontradas, ou seja, quando o método científico passou a fazer parte da rotina dos nossos ancestrais, a vida começou a melhorar. Não coincidentemente, foi o período em que nossos antepassados começaram sutilmente a se organizar em sociedades.

O domínio da ciência para conseguir produzir fogo, para forjar ferramentas, para construir habitações, para preparar vestimentas, para produzir alimentos, distingue a espécie humana das dos outros animais e garantiu (e garante) sua sobrevivência e ascendência sobre todas as outras espécies, permitindo seu reinado absoluto sobre o planeta Terra. O conhecimento científico que possibilitou manipular os diferentes materiais foi tão importante que definiu as diferentes eras da pré-história e do início da civilização: Idade da Pedra Lascada, quando se conseguiu dominar pedras para criar ferramentas de proteção e de caça; Idade da Pedra Polida, quando o domínio e conhecimento científico permitiu desgastar de forma planejada determinados tipos de minerais para providenciar propriedades como o corte; Idade do Cobre, Idade do Bronze e Idade do Ferro, com o domínio da fundição de minério para produção de metais e ligas.

Decorridos alguns milhares de anos desses períodos históricos, a presença da ciência e da tecnologia (que é a aplicação prática do conhecimento científico) no nosso cotidiano está intimamente ligada a todas as atividades simples que praticamos diariamente.

O impacto da ciência na qualidade de vida da população pode ser mensurado de várias maneiras, mas nada é tão evidente quanto a comparação na expectativa de vida. No início do século XX a expectativa de vida média de um cidadão comum variava entre 35 a 45 anos (de acordo com o país).

A ciência trouxe os antibióticos, as vacinas, o saneamento básico, os equipamentos de proteção, a melhor compreensão do funcionamento dos organismos, o desenvolvimento de novos fármacos, aparelhos para identificação de doenças, a compreensão das relações entre hábitos (como o tabagismo e o sedentarismo) e a incidência de enfermidades específicas, e o resultado desse grande desenvolvimento científico foi um aumento da expectativa média de vida que nos dias atuais fica ao redor dos 80 anos.

A ciência é um dos motores que transformam a sociedade. Em uma época onde se obtém excesso de informação (nem sempre confiável) em um toque das mãos, o conhecimento adquire uma importância ainda mais relevante. A ciência é um instrumento poderoso, que surgiu para satisfazer a curiosidade natural do ser humano, e que só faz sentido se for usada em prol do próprio ser humano. A ciência produz um mundo melhor.

 

Confira o artigo completo!

 

Fonte:

Academia Brasileira de Ciências (ABC)