O vitiligo atinge de 0,5 a 2% da população mundial. No Brasil, mais de um milhão de pessoas manifestam essa condição (0,54% dos brasileiros) e no país ocorre em 1,2% das pessoas brancas e em 1,9% das pardas/negras, aparecendo entre as 25 doenças dermatológicas mais frequentes em todas as macrorregiões do país.
Trata-se de uma doença autoimune, ou seja, o organismo do próprio paciente produz anticorpos que atacam células saudáveis. No caso do vitiligo, apenas a pele é afetada, provocando as manchas esbranquiçadas que caracterizam o problema.
Suas causas ainda não estão claramente estabelecidas, mas vários fatores têm sido associados a etiopatogenia da doença. Os principais são:
– Herança genética: aproximadamente 20% dos pacientes com vitiligo têm pelo menos um parente de primeiro grau com a doença.
– Autoimunidade: o vitiligo tem sido considerado doença autoimune devido à associação positiva com algumas doenças como tireoidites, diabetes mellitus e alopecia areata.
– Fatores ambientais: 10 a 76% dos pacientes com vitiligo atribuem a doença a algum fator precipitante. É provável que o estresse, a exposição solar intensa e a exposição a alguns pesticidas atuem como fatores precipitantes da doença em indivíduos geneticamente predispostos.
A maioria dos pacientes não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele. Entretanto, em alguns casos, os indivíduos relatam sentir sensibilidade e dor na área afetada.
O vitiligo não é contagioso. O diagnóstico é essencialmente clínico, pois as manchas brancas têm, geralmente localização e distribuição características. A evolução da doença é variável: pode acometer desde pequenas áreas, até grandes extensões do corpo. Quanto mais precoce for instituído o tratamento, mais chances têm de repigmentação, ou seja, voltar a coloração normal da pele.
O tratamento visa cessar o aumento das lesões (estabilização do quadro) e a repigmentação da pele. A terapia do vitiligo é individualizada e os resultados podem variar consideravelmente entre um paciente e outro. Por isso, somente um profissional médico qualificado (dermatologista) pode indicar a melhor opção.
Não existem formas de prevenção do vitiligo. Como em cerca de 30% dos casos há um histórico familiar da doença, os parentes de indivíduos afetados devem realizar vigilância periódica da pele e recorrer ao dermatologista caso surjam lesões de hipopigmentação, a fim de detectar a doença precocemente e iniciar cedo o tratamento.
O vitiligo, infelizmente, ainda provoca estigma e os pacientes podem desenvolver sintomas emocionais em decorrência da doença. As lesões, não raro, impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima. Por isso, em alguns casos, recomenda-se o acompanhamento psicológico, que pode ter efeitos bastante positivos nos resultados do tratamento.
Como forma de aumentar a conscientização, apoiar, educar e combater o preconceito e o estigma a respeito do vitiligo, a Lei nº 12.627/2012 instituiu a data comemorativa.
Fontes:
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH)
Sociedade Brasileira de Dermatologia
Sociedade de Pediatria de São Paulo
Telessaúde Sergipe