Dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma) apontam que cerca de 20 mil pessoas morrem anualmente no país como consequência da automedicação. Em 1985, a Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou a emergência de se disseminar o uso racional de medicamentos (URM), enfatizando a importância da administração adequada de fármacos, considerando as necessidades clínicas e individuais de cada paciente.
De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), uma das maiores causas de intoxicações no Brasil é o uso inadequado ou abusivo de medicamentos. Os números mostram que dos 19,5 milhões de pessoas internadas no Brasil no ano de 2017, aproximadamente 1,3 milhão pacientes apresentaram ao menos um problema relacionado ao uso de medicamento durante seu tratamento. Dentre os eventos adversos oriundos de falhas no processo do uso de medicamento, aqueles que foram considerados graves corresponderam a 54.769 óbitos, sendo que 36.174 eram preveníveis.
Por meio de campanhas como a do Dia Nacional do Uso Racional de Medicamento, pretende-se promover a conscientização e as boas práticas, alertar para os riscos que podem ser causados à saúde pela automedicação e pela ingestão inadequada de fármacos.
A medicalização inadequada pode causar reações adversas à saúde impactando, ainda, no crescimento dos índices de intoxicação, dependência e iatrogenia (estado de saúde com efeitos adversos ou agravamentos resultantes do tratamento médico) e, ainda, comprometer o abastecimento das farmácias.
Na perspectiva de mudanças impostas pela pandemia do novo coronavírus, a busca desenfreada por tratamentos pode causar o uso abusivo de medicamentos na tentativa de prevenir ou intervir de alguma forma na doença. O papel dos profissionais da saúde é de suma importância na mediação e na orientação para o uso adequado de medicamentos, sobretudo no contexto atual.
Em tempos de Covid-19, o uso de medicamentos que não são efetivos e que não são altamente seguros é um grande fator de risco para a piora da saúde do paciente. É preciso que as pessoas se esclareçam e busquem profissionais de saúde, especialmente farmacêuticos e médicos, quanto à eficácia e à segurança de medicamentos a serem usados, pois o uso não orientado e sem a indicação correta, é extremamente perigoso.
Desta forma, nunca se fez tão importante destacar o papel do profissional de saúde na mediação e orientação quanto ao processo de medicalização da sociedade, buscando minimizar o seu impacto. Seja o médico, dentre outros profissionais prescritores, em ações de conscientização do paciente e a prescrição adequada, o enfermeiro na utilização correta dos medicamentos e mitigação de erros na sua administração e o farmacêutico atuando para um melhor gerenciamento do uso dos medicamentos, da prescrição de medicamentos isentos de receituário, da orientação para seu uso correto bem como na conscientização da população para o seu uso racional.
Os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Ciats) são unidades que orientam a população e os profissionais de saúde sobre os procedimentos a serem seguidos nos casos de intoxicação. Existem Ciats em todas as regiões brasileiras. Os Ciats que integram a Rede Nacional de Centros de Informação Toxicológica (Renaciat) atendem pelo número: 0800 722 6001. Alguns Ciats utilizam um número 0800 próprio.
Confira a relação abaixo e verifique as formas de entrar em contato com o Centro mais perto de você:
– Região Centro-Oeste
– Região Nordeste
– Região Norte
– Região Sudeste
– Região Sul
Como parte das ações da data comemorativa, o Conselho Regional de Farmácia de Alagoas promove, nos dias 04 e 05 de maio, o I Simpósio Alagoano do Uso Racional de Medicamentos. O evento vai tratar de assuntos da área clínica, de educação em saúde, de segurança do paciente, dentre outros.
O evento acontecerá de forma online pelo canal do CRF/AL no YouTube. As inscrições podem ser feitas nesse endereço eletrônico!
Fontes:
Conselho Regional de Farmácia de Alagoas
Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Juiz de Fora
Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX)