O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) organiza anualmente eventos para o Dia Mundial do Meio Ambiente, com o objetivo de incentivar a conscientização e ações em todo o mundo para a proteção do meio ambiente.
2023 marca o 50º aniversário da data comemorativa que, nas últimas cinco décadas, cresceu e se tornou uma das maiores plataformas globais para a sensibilização ambiental. Dezenas de milhões de pessoas participam juntamente com governos, empresas, cidades e organizações comunitárias em mais de cem países, chamando a atenção para o tema em destaque de 2023: “soluções para a poluição plástica”.
Para Jean-Luc Assi, Ministro do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da República da Costa do Marfim, anfitriã da campanha, “o flagelo da poluição plástica é uma ameaça visível que afeta todas as comunidades ao redor do mundo”. O País proibiu o uso de sacolas plásticas em 2014 e apoiou a mudança para embalagens reutilizáveis. A maior cidade do país, Abidjan, também se tornou um centro para start-ups que buscam vencer a poluição por plásticos.
Mais de 400 milhões de toneladas de plástico são produzidas a cada ano em todo o mundo, e metade deste plástico é projetado para ser usado apenas uma vez. Da produção total, menos de 10% é reciclado. Estima-se que 19 a 23 milhões de toneladas acabem anualmente em lagos, rios e mares.
Os microplásticos – pequenas partículas de plástico de até 5 mm de diâmetro – acabam em alimentos, na água e no ar. Estima-se que cada pessoa no planeta consuma mais de 50.000 partículas de plástico por ano – e muitas mais se a inalação for considerada. O plástico de uso único descartado ou queimado prejudica a saúde humana e a biodiversidade e polui todos os ecossistemas desde o topo das montanhas até o fundo do oceano.
Com a ciência e as soluções disponíveis para enfrentar o problema, governos, empresas e outras partes interessadas devem escalar e acelerar as ações para resolver esta crise. Isto ressalta a importância deste Dia Mundial do Meio Ambiente na mobilização de ações transformadoras a partir de todos os cantos do mundo.
“A poluição plástica e seus impactos prejudiciais na saúde, economia e meio ambiente não podem ser ignorados. É necessária uma ação urgente. Ao mesmo tempo, precisamos de soluções verdadeiras, eficazes e robustas”, disse Vivianne Heijnen, Ministra do Meio Ambiente da Holanda. “Como parte de várias políticas voltadas para o plástico, a Holanda e a comunidade europeia em geral estão totalmente empenhadas em reduzir a produção e o consumo de plásticos de uso único, que pode e deve ser substituído por alternativas duráveis e sustentáveis”.
Esse tipo de material é um dos principais poluentes do ambiente aquático e terrestre, pois altera a composição bioquímica do biossistema, assim prejudicando o ecossistema da região e consequentemente a saúde humana quando ingerido e/ou aspirado. O micro plástico, quando presente no ambiente, atua como captador de Poluentes Orgânicos Persistentes (POP) altamente nocivos e tóxicos e estão ligados a disfunções hormonais, imunológicas e reprodutivas na fauna, flora, microbiota e na saúde humana.
Estudos recentes revelaram evidências de partículas microscópicas de plástico nos órgãos internos e no sangue de “quase todas as pessoas testadas”, levantando novas preocupações sobre os potenciais impactos dos microplásticos na saúde humana e na vida marinha, cada vez mais poluída por plásticos.
O micro plástico é encontrado em muitos produtos cosméticos e de higiene pessoal utilizados no cotidiano, como em: cremes dentais, sabonetes corporais e faciais, produtos esfoliantes e glitter – itens que podem ser substituídos por produtos naturais, ou por micro plástico biodegradável, cujos componentes sejam derivados de matéria-prima renovável, além de outros compostos ecologicamente corretos.
Saiba mais sobre o Impacto dos Micro plásticos na Saúde Humana, no programa do Canal Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), exibido em 29/06/2022
Fontes:
– BELO, Isabela Cristina Bitencourt et al. Microplásticos, seus impactos no ambiente e maneiras biodegradáveis de substituição. Revista Internacional de Ciências, v. 11, n. 2, 2021
– Fundação Oswaldo Cruz
– International Institute for Sustainable Development
– LOCTIER, Denis. Impacto dos microplásticos na saúde humana e na vida marinha. EuroNews, 26/4/2022
– Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)